Jacarés não falaram e os mortos também não

Um relatório da Associação Juvenil para o Desenvolvimento Comunitário de Angola (Ajudeca) sobre os incidentes de Cafunfo, província angolana da Lunda Norte, hoje divulgado, aponta que o “desaparecimento de cadáveres” nas morgues locais e o surgimento de corpos em rios e ravinas “deturparam o número exacto mortes”. O surgimento dos corpos nos rios deveu-se, presume-se, ao deficiente “trabalho” dos jacarés. Segundo o estudo, baseado na auscultação de 40 pessoas, entre efectivos da defesa e segurança, famílias afectadas e cidadãos comuns locais, aquela região viveu um clima de “terror, medo e…

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Em Cafunfo continuam a morrer pessoas

O arcebispo de Saurimo, José Imbamba, denunciou hoje que na região de Cafunfo e em zonas de exploração diamantífera do leste de Angola “continuam a morrer pessoas”, responsabilizando os seguranças que protegem as minas, e pediu a “salvaguarda da vida”. Não mata a Polícia Nacional (do MPLA), mata a segurança (à qual o MPLA dá cobertura). É a continuação do forrobodó canibalesco dos cleptocratas. “Em Cafunfo, ainda continuam a morrer pessoas, nas zonas de exploração diamantífera ainda continuam a morrer pessoas, portanto os seguranças das empresas que defendem as minas…

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MPLA-45, Covid-19, MPLA-45

A Amnistia Internacional (AI) alertou para os abusos cometidos pelas forças de segurança de Angola durante a aplicação das medidas de contenção da Covid-19, resultando em mortes, tortura e prisões e detenções arbitrárias. Em síntese, nada de novo e, por isso, na linha habitual de quem está no governo há 45 anos, o MPLA. “As forças de segurança usaram força excessiva para impor medidas restritivas contra a Covid-19, resultando em dezenas de mortes”, refere a organização no seu relatório de 2020 sobre o estado dos direitos humanos em África. A…

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Matumbos, mas não tanto!

Dois polícias, incluindo um inspector-chefe, envolvidos no massacre de 30 de Janeiro em Cafunfo, foram demitidos devido a “infracções disciplinares graves”, nomeadamente ofensas corporais e profanação de cadáver, segundo um despacho do Comandante-Geral da Polícia Nacional (do MPLA), Paulo de Almeida. Segundo a nota, assinada por Paulo de Almeida, o inspector-chefe Eduardo Tomé e o agente Jonilto Txijica incorreram em “actos de ofensas corporais contra detidos e profanação de cadáver, quando da invasão da esquadra policial de Cafunfo”, a 30 de Janeiro. Nesse dia, segundo a Polícia cerca de 300…

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É fartar vilanagem!

O Parlamento português (que, com excepção do CDS, não aprovou um voto de pesar pelo massacre por parte da Polícia de dezenas de angolanos em Cafunfo) pediu à Assembleia Parlamentar da CPLP que “procure recolher informação rigorosa” sobre os actos recentes de “intimidação e violência” contra jornalistas na Guiné-Bissau e que faça chegar esta preocupação ao Presidente do Parlamento guineense. Se a hipocrisia matasse… “Face às notícias que dão conta de actos de intimidação e violência contra jornalistas na Guiné-Bissau e os apelos das organizações da sociedade civil a que…

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MPLA impede voto de pesar

Um voto de pesar pelas dezenas de mortes provocadas pela Polícia de Angola durante uma manifestação na vila de Cafunfo foi proposto, no Parlamento português, pelo CDS-PP e foi rejeitado. Depois de pedirem instruções ao MPLA, PS, PSD e PCP votaram contra. O Bloco de Esquerda meteu o rabinho (convertido) entre as pernas e saiu da Assembleia antes da votação. A comissão (par)lamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas rejeitou esta terça-feira um voto de pesar pelas mortes (massacre cometido pela Polícia do MPLA) que ocorreram numa manifestação na vila…

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Eia! MPLA promete pôr Cafunfo no mapa

A administração municipal do Cuango, província angolana da Lunda Norte, lançou um concurso para iluminação pública, construção de escolas e centro de saúde em Cafunfo, palco de incidentes com feridos e mortos em Janeiro. Pelos vistos, a melhor forma de “corrigir o que está mal”, é contratar “estrangeiros” (como disse o Governo), fazer uma manifestação e aceitar que alguns sejam… assassinados. Em comunicado divulgado pelo órgão oficial do regime, Jornal de Angola, a administração do Cuango refere que o concurso público, com prazo de execução de um ano, decorre nos…

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Sai uma revisão à pressão e com muita espuma

Depois de um mês de silêncio sepulcral da parte do Senhor Presidente da República João Lourenço, eis que Sua Excelência tira uma carta da manga na abertura da segunda sessão ordinária do Conselho de Ministros, uma proposta de revisão pontual da Constituição. Por Carlos Pinho (*) Eu de facto vi-o numa reportagem do passado dia 2 de Março na TPA, a apresentar o seu discurso. Só que a minha esposa, incomodada com o tom monocórdico do discurso de Sua Excelência, intimou-me a mudar de canal, sob pena de adormecermos perante…

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Presidente mente e valida mentiras da Polícia

O Presidente angolano, João Lourenço, falou hoje, pela primeira vez, sobre o massacre em Cafunfo, condenando o que sabe ser uma monumental mentira (“acto de rebelião”, como lhe chamaram os algozes da Polícia), mas garantindo também que serão responsabilizados os polícias que terão “praticado actos considerados desumanos”. Por Orlando Castro Um mês depois dos acontecimentos violentos, que, segundo a versão oficial, causaram seis mortos durante uma alegada invasão de uma esquadra, mas que testemunhas locais e organizações locais da sociedade civil (Igreja Católica incluída) e internacionais (como a Amnistia Internacional…

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