Gostamos (por defeito de fabrico) de manter viva a peregrina ideia gerada e nascida em Angola, de que não se é Jornalista sete horas por dia a uns tantos kwanzas, dólares ou euros por mês, mas sim 24 horas por dia… mesmo estando desempregado. Por Orlando Castro Reconhecemos, contudo, que essa é uma máxima cada vez menos utilizada e, até, menosprezada por muitos dos que mais recentemente chegaram a esta profissão e, até, pelos que há muito vagueiam pelas redacções mas que só agora estão (se é que estão) a…
Leia maisEtiqueta: jornalismo
A lição de Cabo Verde
O Tribunal Constitucional (TC) de Cabo Verde declarou hoje inconstitucionais quatro alíneas do Código Eleitoral, por considerar que violam as liberdades de expressão, de informação e de imprensa. Também nesta matéria o regime de sua majestade o rei de Angola, José Eduardo dos Santos, poderia aprender alguma coisa com os nossos irmãos cabo-verdianos. O acórdão foi lido hoje pelo juiz-conselheiro do Tribunal Constitucional, António Pina Delgado, cinco meses após o Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, ter pedido ao Tribunal que declarasse inconstitucionais alíneas de quatro artigos do Código Eleitoral, por…
Leia maisPulitzer esquece o maior: o Jornal de Angola/Pravda
O diário Washington Post obteve hoje o prémio Pulitzer pelo melhor trabalho de jornalismo nacional, enquanto o jornal Tampa Bay, da Florida, ganhou o melhor trabalho de jornalismo de investigação. E então o Jornal de Angola? Sobre o trabalho do Washington Post, o Conselho dos Pulitzer destacou a sua “reveladora iniciativa de criar um registo nacional para ilustrar como muitas vezes os polícias disparam para matar e quem são as vítimas mais frequentes”. O Tampa Bay obteve o prémio de melhor jornalismo de investigação por um trabalho sobre a violência…
Leia maisE o vencedor é o… MPLA
Nós fartamo-nos de rir, com um sorriso muitíssimo amarelo, cada vez que entregam os prémios de jornalismo, em Angola. Se o premiado não for aquele jornalista da TPA é um outro jornalista da TPA. Por Domingos Kambunji A liás, se o premiado não for este jornalista da RNA é um outro jornalista da RNA. Se o premiado não for este jornalista do JA é aquele jornalista do JA. Se o premiado não for este ou aquele jornalista da Angop, é um outro jornalista da Angop. Recentemente foram entregues os prémios…
Leia maisObrigado leitores amigos
Gay Talese (esse perigoso inimigo do regime angolano) no livro “The Kingdom and the Power” (“O Reino e o Poder”), publicado em 1971, diz que “o papel da imprensa, numa democracia, é atravessar a fachada dos factos”. Por Folha 8 P ois é. Mas onde está a tese de que os jornalistas existem para dar voz a quem a não tem? Na verdade, não existe nas linhas de montagem de textos de linha branca nenhuma autonomia editorial e, ou, independência. E não existe sobretudo, mas não só, por culpa dos…
Leia maisLivres de barriga vazia ou escravos… com ela cheia?
(Quase) todos os jornalistas portugueses estão proibidos, ao abrigo de critérios editoriais (forma simpática para traduzir a censura dos donos dos jornalistas e dos donos dos donos) de falar sobre os crimes cometidos pelo regime de José Eduardo dos Santos. Por Orlando Castro A esmagadora maioria do que aparece na comunicação social (jornalismo é outra coisa) sobre este assunto resulta da reprodução pura e simples do que a Lusa põe em linha. Para além de ser fácil e barato, permite sempre a desculpa mais usada pelos néscios: “quem escreveu isso…
Leia maisCensura de facto, não de jure
No período pós-independência em Moçambique “nunca houve formal e oficialmente qualquer censura à imprensa”, mas o governo da Frelimo “sempre” ameaçou prender ou enviar jornalistas para campo de reeducação, diz à Lusa o jornalista moçambicano Fernando Lima. “O regime (da Frelimo — Frente de Libertação de Moçambique) tinha uma mão pesada. Havia sempre ameaça de expulsão, prisão, de ser enviado para campo de reeducação. Isso encorajou muito a autocensura, uma vez que nunca houve formal e oficialmente qualquer censura à imprensa em Moçambique no período pós-independência. Formalmente, não havia o…
Leia maisQuem lava mais branco?
Em Portugal tudo serve para lavar a imagem do regime de José Eduardo dos Santos. Com a maioria, ou totalidade, dos processos de investigação sobre eventuais ilícitos criminais que envolvem altos dignitários do regime arquivados, não é de estranhar que a esmagadora maioria da comunicação social lusa também tenha optado por arquivar o jornalismo, substituindo-o pela propaganda e lavagem da imagem do nosso país. Por Orlando Castro M esmo estando em Angola, os supostos jornalistas portugueses limitam-se a ser correias de transmissão das verdades oficiais. O recente caso do massacre…
Leia mais“Vai-vos acontecer o mesmo”
Ameaças anónimas são habituais. Fazem, aliás, parte da galeria de troféus de qualquer jornalista que teime, como é o caso aqui no Folha 8, em dar voz a quem a não tem. Desta vez foram mais uma série delas, tomando como exemplo o que aconteceu ao jornalista brasileiro Marcos de Barros Leopoldo Guerra. Por Orlando Castro R ecordemos o caso. O jornalista Marcos de Barros Leopoldo Guerra, que usava um blogue na Internet para denunciar casos de corrupção em Ubatuba, pequena cidade do estado de São Paulo, no Brasil, foi…
Leia maisEm memória de Carlos Cardoso
O jornalista moçambicano Hélio Filimone lança quarta-feira o livro “Juiz Paulino – Caso Cardoso”, uma obra sobre o magistrado que julgou o assassínio do director do jornal Metical e que, segundo o autor, contribuiu para acabar com a “redoma dos doutores”. Antes do “caso Cardoso”, os tribunais em Moçambique eram a “redoma dos doutores”, mas Augusto Paulino, juiz do assassínio do jornalista Carlos Cardoso, mostrou que “os tribunais são humanos”, diz Hélio Filimone, autor do livro “Juiz Paulino – Caso Cardoso: Um Marco no Sistema Judicial Moçambicano”, a lançar no…
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