Carta Aberta de “Michel” ao Presidente João Lourenço

Para haver reconciliação tem que haver verdade, afirma repetidamente Miguel Francisco “Michel” um dos sobreviventes das prisões e campos de concentração para onde foram enviadas milhares de pessoas após a alegada tentativa de golpe de estado de 27 de Maio de 1977 em Angola. Milhares, muitos milhares, foram assassinados. Nesta data, 41 anos depois, “Michel” escreve uma Carta ao Presidente da República, João Lourenço. «EXMO SENHOR GENERAL JOÃO MANUEL GONÇALVES LOURENÇO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA VICE-PRESIDENTE DO MPLA Excelência, Queira, antes de mais, aceitar os meus respeitosos cumprimentos. Sou…

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Direito à vida, à memória e também a toda a verdade!

Quando ocorreu a tentativa de golpe de Estado de Nito Alves, a 27 de Maio de 1977, acabava de chegar à região militar 65, na província do Cunene. Esta província tinha a Norte, a província da Huila. A sul, a fronteira com a República da Namíbia, sob ocupação da África do Sul, com mandato das Nações Unidas. A Este, a do Cuando Cubango e a Oeste a do Namibe. Por Alcides Sakala (*) Dada a sua localização, a província do Cunene era estratégica, atravessada pelo rio Cunene e por vias…

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27 de Maio (1977). Estava na cadeia e nas mãos da DISA!

Não vivi directamente os acontecimentos de 27 de Maio (de 1977) nem a tragédia que a seguir se abateu sobre Angola. Por várias razões: primeiro, porque eu não estava inserido na sociedade e na ordem jurídica angolana; segundo, porque aquela fatídica data me surpreendeu na cadeia, à inteira disposição e à total mercê da DISA (Direcção de Informação e Segurança de Angola), que para muitos (de nós), foi pior que a PIDE/DGS; terceiro, porque pouco depois, pondo termo a uma breve estadia em território (des)governado pelo MPLA (de Junho de…

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“Solução pacífica”? Sim. Tal como no 27 de Maio de 1977

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (armadas não sabemos em quê?) de Angola diz que o executivo angolano mantém total abertura e disponibilidade para apoiar os esforços e iniciativas que visam a solução pacífica dos conflitos ainda existentes no continente africano. Pois… Solução pacífica de conflitos?! Por Domingos Kambunji Os angolanos que não pertencem à oligarquia cleptocrática continuam a ter necessidade de saber lidar com o recalcamento psicológico de conflitos, passados e presentes, para poderem sobreviver. A oligarquia cleptocrática continua a exigir paz, muita paz, demasiado conformismo aos…

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Assassinaram os patriotas
e com eles também Angola

A direcção do MPLA (quantos com as mãos frescas de sangue) continua a assassinar em Maio, através da omissão, extrema arrogância e mentira a memória de milhares e milhares de ex-militantes, órfãos, viúvas e sobreviventes, daquela que foi a maior purga, no interior de um partido político, depois da II Guerra Mundial. Por William Tonet Hitler e Neto, pela dimensão dos crimes cometidos, com as devidas distâncias, tinham muitas semelhanças, quanto à severidade no extermínio de cidadãos e adversários políticos, que discriminavam. Os dados da chacina de Maio 77 flutuam…

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Não existe lavandaria que branqueie este genocídio!

É talvez a mais trágica memória de assassinatos em Angola. No dia 27 de Maio de 1977, recordo, eu era refugiado na então República do Zaire (actualmente, República Democrática do Congo), por causa da intolerância e do conflito ainda hoje reinantes em Cabinda, numa altura em que a então classe política dominante em Angola preparava a fórmula para que todo angolano fosse partidário do MPLA, até ao ponto de os angolanos se verem perante o facto de que só podiam viver para a produção do socialismo ditada pelo regime «en…

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Política e corrupção unidas destroem o país

Em Angola, o regime, o peculato, a ladroagem e a corrupção, são irmãos siameses. Irmãos nascidos há já muito tempo. No melhor, torna-se desnecessário acreditar numa cirurgia de “separação”, tão caboucada estão as raízes do mal do unanimismo. Por William Tonet Todos os dias emergem novas denúncias, sobre o desvio de fundos, obras subfacturadas, milhões e milhões de dólares transferidos ilegalmente para o estrangeiro. E, na esquina do cinismo governamental, emerge a justificativa do desconhecimento criminoso sobre os montantes desviados e das lavandarias de destino ou de passagem. E como…

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E as milhares de vítimas assassinadas pelo MPLA?

O Presidente da República, João Lourenço, rendeu hoje, sexta-feira, na capital namibiana, homenagem aos mais de 600 refugiados namibianos, na sua maioria crianças e mulheres massacrados nas localidades de Cassinga e Chetequera, no interior de Angola, pelo então exército racista sul-africano do apartheid. Prevê-se que, no próximo dia 27, renda também homenagem aos milhares de angolanos massacrados, pelo MPLA, nesse dia de 1977. Aliás, a fazer fá na lista de acontecimentos que João Lourenço pensa recordar, o Presidente não terá mãos a medir. No dia 4 de Agosto de 2012,…

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Processo de 1977 pode estar a repetir-se

O texto que se segue foi publicado pelo Jornalista Paulo F. Silva no seu http://colinadecristal.blogspot.com em 10 de Outubro de 2007. Do muito que temos lido sobre o assunto este é, sem qualquer dúvida, o melhor texto. Devemos, aliás, acrescentar que o mesmo merecia ser divulgado em todos os media, tal é a sua pertinência analítica ou, até, premonitória. Cremos até que quando se fizer a análise histórica deste período da vida de Angola, os historiadores terão obrigatoriamente de fazer referência a este trabalho do Paulo F. Silva. «Notas relevantes…

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Neto, dos Santos, Lourenço
e os massacres de 27 e Maio

Estávamos a 17 de Setembro de 2016. O então ministro da Defesa de Angola e, tal como hoje, vice-presidente do MPLA, João Lourenço, denunciou tentativas de “denegrir” a imagem de Agostinho Neto, primeiro Presidente angolano e fundador do partido. João Lourenço discursava em Mbanza Congo, província do Zaire, ao presidir ao acto solene das comemorações do dia do Herói Nacional, feriado alusivo precisamente ao nascimento do primeiro Presidente de angolano. “A grandeza e a dimensão da figura de Agostinho Neto é de tal ordem gigante que, ao longo dos anos,…

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