Branquear os crimes

O Bureau Político do Comité Central do MPLA rendeu hoje, segundo a terminologia do regime, profunda homenagem aos protagonistas da luta de libertação nacional, da paz e do desenvolvimento de Angola, em especial – como não poderia deixar de ser – ao fundador da Nação deles, António Agostinho Neto. Por Norberto Hossi Em nota alusiva ao 17 de Setembro, Dia do Herói Nacional do MPLA, o Bureau Político rende tributo à “figura indelével do Presidente Agostinho Neto” e considera-o “maior herói da luta de libertação nacional”. Quem diria, não é?…

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A história do fraccionismo

A história da fundação, presidência, e liderança do MPLA após a chegada de Agostinho Neto a Leopoldville, sempre foi conturbada. Este médico a quem os seus companheiros fundadores, acreditaram, ingenuamente, que seria um factor de esperança, unidade e liderança ímpar, mostrou-se “ab initium”, egocentrista, complexado e divisionista. Por William Tonet Foi um dos maiores focos de instabilidade interna, chegando, desde o início a ser acusado de assassinar e expulsar todos quantos não comungassem as suas ideias, mesmo que estas se mostrassem perniciosas à luta de libertação. O que temos tentado…

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País mudo não muda

Não sei bem como manifestar o meu sentimento de pesar pela falência patente do nosso tão amado país. Como foi possível ter este regime chegado tão baixo; no fundo do poço; no precipício, arrastando consigo a esmagadora maioria dos autóctones angolanos. Por William Tonet Mesmo depois de tantos assassinatos, onde a palavra de ordem foi e é: “não vamos perder tempo com julgamentos”, a incompetência não conseguiu mais do que sitiar, pela força de um poder periclitante e pela vaidade de um chefe megalómano, na cloaca das Nações, os diferentes…

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A cobardia que assassinou milhares de inocentes

Neste mês de Maio sempre nos recordamos de momentos marcantes, protagonizados pela direcção do então, nosso, MPLA, quanta ingenuidade era a nossa, ante um líder carismático, ante a maldade, capaz de uma atroz invenção, de fraccionismo e golpe de Estado, por medo do debate de ideias, da diferença de opiniões e da livre expressão no seio do próprio partido, então protagonizada por uma nova elite. Por William Tonet Em Maio de 1977, não houve pioneirismo, pelo contrário, não tendo Neto conseguido massacrar a humilhação passada no Congresso de Lusaka, o…

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O mês das matanças

O mês de Maio, desde 1977, para muitos nacionalistas e jovens que, nos idos de 1960, se embrenharam nos húmus libertários angolanos, é a expressão mais tenebrosa da transposição da ideologia comunista da Europa para Angola-África. Por William Tonet Os comunistas ou seus clones, transformaram o pensamento livre ou os intelectuais diferentes em coisas, espécie menor, que devia ser assassinada sem apelo nem agravo, sempre que imaginassem estar o seu poder em causa. “Não vamos perder tempo com julgamentos”, disse no pedestal da sua cadeira –baloiço, um dos maiores genocidas…

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Nuno Dala – O livro

O livro que vai ser lançado no dia 27 de Maio em Lisboa, “O Pensamento Politico dos Jovens Revús – Discurso e Acção” é a primeira obra do pesquisador e docente universitário Nuno Álvaro Dala, um dos 17 jovens condenado sob acusação de actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores (por se reunirem para discutirem sobre lutas não-violentas em Angola). Resultou de um artigo publicado num portal angolano em 2014, mas pode vir a transformar-se num manual de culto e no caminho ideal para uma melhor compreensão do desejo…

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O General Zé Maria, os Revús e a Intriga do Brandy

Em 1979, o extraordinário general António José Maria “Zé Maria” acusou, em carta, altos oficiais do Estado-Maior General e do Ministério da Defesa (MINDEF) de terem festejado a morte de Agostinho Neto e profanado a sua memória, enquanto saboreavam um brandy após uma reunião. Na sua qualidade de secretário para os Assuntos Militares do presidente da República, exigiu castigo para os supostos profanadores. Por Rafael Marques de Morais (*) Parece que a carreira deste oficial, que durante a Guerra de Libertação Nacional serviu o exército colonial português, tem sido pródiga…

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Do 27 de Maio a Kalupeteka

Jovens do meu país, embora detidos e correndo risco de vida, mostram ao mundo que José Eduardo dos Santos e o seu regime já estão mortos. Só que ainda não sabem. O Presidente prefere ser assassinado pelo elogio, canino e bajulador, dos seus sipaios do que salvo pela opinião livre e crítica. Tem esse direito, é óbvio. Por Orlando Castro S ei que isto chateia. E é exactamente por isso que tem de continuar a ser escrito. O Presidente da República, nunca nominalmente eleito e no poder desde 1979, José…

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MPLA prepara xeque-mate

As palavras voam, os escritos são eternos. Este humilde texto é uma singela homenagem aos jovens do meu país que, embora detidos e correndo risco de vida, mostram ao mundo que José Eduardo dos Santos e o seu regime já estão mortos. Só que ainda não sabem. Por Orlando Castro Sei que isto chateia. E é exactamente por isso que tem de continuar a ser escrito. O Presidente da República, nunca nominalmente eleito e no poder desde 1979, José Eduardo dos Santos, assume o seu papel de autocrata e dá…

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Só fica a faltar a democracia

O novo edifício-sede da Assembleia Nacional de Angola, construído pela empresa portuguesa Teixeira Duarte, vai ser inaugurado a 10 de Novembro, no âmbito das comemorações dos 40 anos da independência. Só fica a faltar a democracia. Por Orlando Castro A nova sede, em Luanda, representou um investimento público superior a 185 milhões de dólares e está integrada num complexo constituído por três edifícios e dois parques de estacionamento para 503 viaturas. Só fica a faltar a democracia. De acordo com informação do Parlamento angolano, o processo de mudança de instalações…

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