Só a UNITA é responsável
por todos os massacres

Em plena campanha eleitoral de 2012 em Angola, o MPLA defendeu que a UNITA deveria pedir desculpas a algumas famílias devido ao que fez no passado. É aceitável que quem esteja sempre a falar do passado deva perder um olho. Mas também é ainda mais aceitável que quem esquece o passado deve perder os dois olhos.

No dia 4 de Agosto de 2012, na Emissora Católica, o secretário para os Assuntos Políticos do MPLA em Luanda, Norberto Garcia, virou-se para o passado no ataque à UNITA. É natural. Desde logo porque, como bem sabem os angolanos, o MPLA nunca – mas nunca – fez mal ao Povo.

Nunca. Aliás, nos massacres de há 40 anos (27 de Maio de 1977) os milhares e milhares de angolanos do MPLA que foram mortos pelo… MPLA não eram Povo. Eram uma subespécie.

Como todo o mundo sabe e nunca deve ser esquecido, tudo o que de mal se passou, passa ou passará em Angola é culpa da UNITA. Desde logo porque – como está provado pelos cientistas do MPLA – as balas das FALA (Galo Negro) matavam apenas civis e as das FAPLA/FAA (MPLA) só acertavam nos militares inimigos.

Além disso, como também é sabido, as bombas lançadas pela Força Aérea do MPLA só atingiam alvos inimigos e nunca estruturas civis. É dos livros.

Mas há mais factos que dão razão às teses do MPLA, reiteradas ano após ano. Todos sabem que a UNITA é que foi responsável pelos cerca de 80 mil angolanos torturados e assassinados em todo o país depois dos acontecimentos de 27 de Maio de 1977, acusados de serem apoiantes de Nito Alves ou opositores ao regime.

E só por ter um espírito reconciliador, democrático e benemérito é que o MPLA, seguindo ordens superiores de Eduardo dos Santos, não referiu que a UNITA foi também responsável pelo massacre de Luanda que visou o seu próprio aniquilamento e de cidadãos Ovimbundus e Bakongos, onde morreram 50 mil angolanos, entre os quais o vice-presidente da UNITA, Jeremias Kalandula Chitunda, o secretário-geral, Adolosi Paulo Mango Alicerces, o representante na CCPM, Elias Salupeto Pena, e o chefe dos Serviços Administrativos em Luanda, Eliseu Sapitango Chimbili.

E foi esse mesmo filantrópico espírito que evitou que o MPLA dissesse os nomes de alguns angolanos que, esses sim, representam o povo angolano. A saber, entre muitos outros: Lúcio Lara, Iko Carreira, Costa Andrade (Ndunduma), Henriques Santos (Onanbwe), Luís dos Passos da Silva Cardoso, Ludy Kissassunda, Luís Neto (Xietu), Manuel Pacavira, Beto Van-Dunem, Beto Caputo, Carlos Jorge, Tito Peliganga, Eduardo Veloso, Tony Marta, Agostinho Neto.

Como evitou que falasse dos que não são angolanos, mas apenas oportunistas e criminosos. A saber, entre outros: Alda Sachiango, Isaías Samakuva, Alcides Sakala, Jeremias Chitunda, Adolosi Paulo Mango Alicerces, Elias Salupeto Pena, Jonas Savimbi, António Dembo ou Arlindo Pena “Ben Ben”.

Mas, apesar desta postura, o MPLA tem na manga muitas outras provas. Um dia destes vai provar que o massacre do Pica-Pau em que, no dia 4 de Junho de 1975, perto de 300 crianças e jovens, na maioria órfãos, foram assassinados e os seus corpos mutilados no Comité de Paz da UNITA em Luanda… foram obra da UNITA.

Como irá provar que o massacre da Ponte do rio Kwanza, em que no dia 12 de Julho de 1975, 700 militantes da UNITA foram barbaramente assassinados, perto do Dondo (Província do Kwanza Norte), perante a passividade das forças militares portuguesas que garantiam a sua protecção, foi obra da UNITA.

Mas a lista é interminável. Entre 1978 e 1986, centenas de angolanos foram fuzilados publicamente, nas praças e estádios das cidades de Angola, uma prática iniciada no dia 3 de Dezembro de 1978 na Praça da Revolução no Lobito, com o fuzilamento de 5 patriotas e que teve o seu auge a 25 de Agosto de 1980, com o fuzilamento de 15 angolanos no Campo da Revolução em Luanda. Responsável? A UNITA.

Foi, aliás, a aviação da UNITA que, em Junho de 1994, bombardeou e destruiu Escola de Waku Kungo (Província do Kwanza Sul), tendo morto mais de 150 crianças e professores, que, entre Janeiro de 1993 e Novembro de 1994, bombardeou indiscriminadamente a cidade do Huambo, a Missão Evangélica do Kaluquembe e a Missão Católica do Kuvango, tendo morto mais de 3.000 civis.

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