O maior dos maiores (desde Diogo Cão)

O Bureau Político do MPLA, partido no poder em Angla há quase 46 anos e que tem como objectivo estratégico chegar aos 100 de poder ininterrupto, continua a apelar (exigir) a todos os angolanos de primeira (os únicos autorizados a manifestarem-se) a participarem “de forma patriótica” (ou seja, curvados e com trela) nas actividades que possam perpetuar o partido no cadeirão ditatorial. Numa declaração alusiva ao 45º aniversário da independência nacional, o Bureau Político do MPLA enalteceu as conquistas alcançadas ao longo do percurso histórico de Angola, tudo graças ao…

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A imperiosa busca da verdade histórica

Os homens podem e desaparecem dada a lei natural da vida, mas existem aqueles que mantêm viva a sua chama pela força e convicção das ideias, como Nito Alves. E foi dentro deste espírito que um punhado de persistentes sobreviventes, no 24.07.21, no Auditório da LAASP, visando a manutenção da memória de todos quantos, no longínquo 27 de Maio de 1977, foram barbaramente encarcerados ou assassinados, decidiu lançar uma obra onde constam as “alegações de recurso” de Nito Alves, ao Comité Central do MPLA de Agostinho Neto, naquilo que ficou…

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Entre a abjecção e a náusea – quando até as vítimas se tornam cúmplices da farsa

A chaga do 27 de Maio com o seu estendal de crimes bárbaros não se cura, já o afirmei em certa ocasião e volto a dizê-lo, com processos de gestão de conflitos conduzidos cima para baixo, como lamentavelmente se verificou em Angola. Por Carlos Pacheco Historiador angolano (*) Nós sabemos quem são eles e com quem estamos a lidar. Falo dos apparatchiks que nos enganam todos os dias com as suas técnicas de manipulação da informação no intuito de desfocar a realidade e oferecer das coisas uma visão idílica e…

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Otelo pediu a Fidel para salvar o MPLA

Em 1975, MPLA, UNITA e FNLA estavam em guerra pelo poder em Angola. Na disputa participaram várias forças internacionais, em apoio do MPLA. Otelo Saraiva de Carvalho ajudou a convencer Fidel Castro a enviar tropas para a ex-colónia para apoiar o MPLA. O assunto era secreto. Por isso, era necessária máxima discrição. Enquanto uma delegação de portugueses e cubanos almoçava no restaurante “Los Canaviales”, perto da capital cubana, Havana, o militar da revolução portuguesa Otelo Saraiva de Carvalho, Raúl e Fidel Castro foram para uma sala mais isolada. Em cima…

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Neto, o pai (in vitro) da Angolanidade

O primeiro colóquio do ciclo “O que é ser angolano/angolana? Mentalidade e aparência” realiza-se, hoje, no Memorial António Agostinho Neto (MAAN), em Luanda, com a finalidade de reunir contributos de reflexão para resolver as tensões e contradições referentes às memórias colectivas marcantes da história de Angola. O colóquio, uma iniciativa do Centro de Estudos para a Boa Governação (UFOLO), vai desenvolver uma série de ciclo de debates nacionais sobre “O que é ser angolano/angolana? Mentalidade e aparências”, com o objectivo de repensar o conceito de angolanidade em toda a sua…

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Facínoras impunes

Nestas últimas duas ou três semanas, estou como o tolo em cima da ponte quando leio as notícias e comentários que jorram sobre os últimos acontecimentos em Angola. Das desculpas presidenciais sobre os massacres do 27 de Maio de 1977 à comissão para homenagear o genocida Agostinho Neto… Por Carlos Pinho (*) No passado ano de 2020 o ministro Queiroz, ao falar no âmbito do processo de reconciliação nacional, CIVICOP e quejandos, e na condição de líder da comissão CIVICOP, dava a entender despudoradamente ao que vinha, referindo hipocritamente que…

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Carniceiros maus e carniceiros bons

A justiça internacional confirmou, em recurso, a condenação a prisão perpétua do ex-líder militar sérvio da Bósnia, Ratko Mladic, condenado por crimes contra a Humanidade e crimes de guerra cometidos durante a guerra da Bósnia de 1992 a 1995. Na Re(i)pública de Angola do MPLA o “Carniceiro do 27 de Maio”, Agostinho Neto, é herói nacional do MPLA… O Mecanismo para os Tribunais Penais Internacionais (MTPI) de Haia rejeitou as alegações de Ratko Mladic e ratificou a sua condenação a prisão perpétua pelo genocídio de Srebrenica, onde morreram 8.000 muçulmanos,…

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Chissole Mingas, leia! Leia o Folha 8

As filhas de Nito Alves, apontado pela propaganda do regime angolano, liderado há 45 anos pelo MPLA, como o cabecilha de uma tentativa de golpe de Estado em Maio de 1977, e de Saidy Mingas, ambos assassinados pelas forças de segurança do MPLA sob as ordens directas e inequívocas de Agostinho Neto (o único herói nacional segundo o MPLA), dizem que podem perdoar aos autores dos massacres de milhares e milhares de angolanos, mas lamentam não ter tido a possibilidade de crescerem com os respectivos pais. Eunice Alves Bernardo Baptista,…

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E os culpados? E o chefe dos massacres?

A Plataforma 27 de Maio saudou hoje o pedido de desculpas apresentado pelo Presidente angolano, João Lourenço, sobre os massacres de milhares e milhares de angolanos no 27 de Maio de 1977, mas considera indispensável que se apure a autoria dos crimes cometidos. Apure? A não ser que tenha recebido “ordens superiores” a Plataforma deveria ter dado o exemplo sobre o autor: Agostinho Neto. Na versão oficial, que a Agência de Notícias de Portugal, Lusa, não se cansa de divulgar, “em causa está o dia 27 de Maio de 1977,…

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A banalização da mentira no pedido de perdão do general João Lourenço

João Lourenço atropelou a verdade sem nenhum rebuço, manipulou a memória trágica do passado e o que conseguiu, afinal de contas, foi deixar a sociedade angolana ainda mais escrava da dor. Por Carlos Pacheco (*) Por períodos prolongados, Angola foi devastada, após a sua independência, por conflitos internos que deixaram pelo caminho um saldo inominável de violências ostensivas. O corolário maior destes conflitos, o mais grave, foi sem dúvida o conflito intrapartidário no MPLA em 1977, que empurrou o país para a iminência de uma fragmentação das estruturas do Estado.…

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