Os afectos entre Portugal e Angola e o racismo encapotado

Tem sido recorrente, sobretudo pela voz de negociantes, políticos e consultores portugueses, a romantização das relações entre Angola e Portugal. No programa “Expresso da Meia-Noite”, da SIC, Vítor Ramalho, secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e ex-deputado do Partido Socialista afirmou mesmo que a ligação entre os dois países “é uma relação de paixão em que se entrecruzam afectos”. O que quer isto dizer? Por Rafael Marques de Morais (*) Trata-se de uma narrativa que pretende, acima de tudo, limpar a história. Portugal escravizou e colonizou…

Leia mais

O amor pelo próximo

O alter ego representa o “eu”. É possível ser bom, mau, indolente, perverso e calculista. Tudo em espasmos mínimos de tempo. A rotatividade encontra impulso no contínuo das circunstâncias. Por Gabriel Bocorny Guidotti Jornalista e escritor Porto Alegre – Brasil F actos felizes vão trazer felicidade. Factos tristes causarão desfecho oposto. E no meio do “ziriguidum”, uma incapacidade humana bastante tangente: aceitar as particularidades do próximo. Quando é conveniente, indivíduos assumem o carácter de negação. “Existem muitas pessoas homofóbicas, mas eu não sou”. Que tal, “existem muitas pessoas racistas, mas…

Leia mais

Existem angolanos brancos?

Ao longo dos últimos 40 anos tenho defendido aquilo que considero o mais correcto para a minha terra, Angola. Mesmo quando, do ponto de vista dos poderes instituídos, ser branco é incompatível com ser angolano. Por Orlando Castro P ara os que estão por dentro dos meandros da política angolana, as minhas posições são claras. Para os que estão por fora, em particular para os meus amigos portugueses, tais posições poderão parecer contraditórias. E isto porque, usando o mais nobre critério jornalístico (a liberdade), tanto critico o MPLA e o…

Leia mais

Racismo (também) em Portugal

Apesar dos “progressos na luta contra o racismo” dos últimos 50 anos, “a discriminação racial ainda representa um perigo claro para pessoas e comunidades” em todo o mundo. Quem o diz é o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. N a mensagem a propósito do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, recordou que, “todos os dias, pessoas de todas as idades suportam ódios, injustiças e humilhação devido à sua cor de pele, origem nacional ou étnica”. Intitulada “Aprender com…

Leia mais

Suíça. Embaixada de Angola ou apenas um comité do MPLA?

“A minha filha é estudante universitária em Genebra (Suíça) e, por várias vezes, me informou sobre a forma, tribalistas e desrespeitadora, como funciona a Embaixada angolana”, conta ao Folha 8 uma cidadã devidamente identificada. P erante tais alertas, a mãe da estudante deslocou-se à Suíça para “in loco” verificar os acontecimentos relatados pela filha. Era tudo verdade. “Para tratar de um qualquer documento na Embaixada de Angola em Berna é um problema sério. Os funcionários praticamente não trabalham. São todos finos, arrogantes, mal educados e não sabem acolher um cidadão…

Leia mais

(Mais uma) lei racista

O regime conseguiu mais um feito histórico: fazer entrar em vigor uma lei, num domingo, principalmente, tratando-se da Lei Geral do Trabalho. D epois esta é uma lei racista, em toda latitude, discriminatória, em extensão, anti-angolana e africana, que retira todos direitos aos trabalhadores autóctones, estando os estrangeiros, principescamente salvaguardados. Como pode o Titular do Poder Executivo, com juristas de top, promulgar uma lei, antes das comemorações dos 40 anos de independência, pior do que a anterior que vigorou no período de partido único e de transição democrática? Na anterior…

Leia mais

Se for negro não entra

Em Bolzano, cidade em Itália que fica na fronteira austríaca, refugiados negros são impedidos de embarcar nos comboios que partem em direcção a Innsbruck, na Áustria, e Munique, na Alemanha. A polícia bloqueia as portas dos vagões: se o passageiro for branco, a passagem é permitida, se for negro, pedem passaporte. Por Janaina Cesar E m Bolzano, cidade em Itália que fica na fronteira austríaca, refugiados negros são impedidos de embarcar nos comboios que partem em direcção a Innsbruck, na Áustria, e Munique, na Alemanha. A polícia bloqueia as portas…

Leia mais

Racismo (ainda) soma pontos

Racismo (ainda) soma pontos - Folha 8

Apesar dos “progressos na luta contra o racismo” dos últimos 50 anos, “a discriminação racial ainda representa um perigo claro para pessoas e comunidades” em todo o mundo, disse hoje o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. N a mensagem a propósito do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, recordou que, “todos os dias, pessoas de todas as idades suportam ódios, injustiças e humilhação devido à sua cor de pele, origem nacional ou étnica”. Intitulada “Aprender com as tragédias…

Leia mais

Portugal. Até prova em contrário, negros são obviamente… culpados

Portugal. Até prova em contrário, negros são obviamente... culpados - Folha 8

“Os polícias disseram que nós, africanos, temos de morrer”. “Vocês têm sorte que a lei não permite, senão seriam todos executados”. “Deviam alistar-se no Estado Islâmico”. E stas são, segundo o jornal português Público, frases ouvidas pelos jovens “detidos pelos agentes da esquadra da PSP de Alfragide”, para além de pontapés, tiros, e violência verbal. A Polícia, como é óbvio, desmente. Em Portugal, apesar da evolução mental registada, ser africano é sinónimo de negro, de empregado da construção civil, de mulher da limpeza, de marginal. Dir-nos-ão que não é uma…

Leia mais

Quem defende os angolanos considerados de segunda?

Quem defende os angolanos considerados de segunda? - Folha 8

Um grupo de seis especialistas independentes das Nações Unidas denunciaram hoje a possibilidade existência de um padrão de impunidade sobre a brutalidade exercida contra cidadãos afro-americanos nos EUA. Por Orlando Castro E que tal esses especialistas analisarem o que, por exemplo, se passa em Angola onde existe um padrão de impunidade sobre a brutalidade exercida contra cidadãos angolanos, só porque teimam em pensar de forma diferente de quem está no poder desde 1975? “A decisão (dos jurados) deixou muitos com a legítima preocupação sobre a existência de um padrão de…

Leia mais