A migração é um fenómeno intrínseco à experiência humana, e no caso da África, essa dinâmica tem raízes históricas profundas, que reflectem a complexidade das interacções sociais, económicas e políticas. Por Eugénio Costa Almeida (*) o longo dos últimos séculos, as migrações africanas foram moldadas por uma variedade de factores que incluem colonização, conflitos, busca por oportunidades económicas e, mais recentemente, mudanças climáticas. Este artigo busca explorar essa rica tapeçaria cultural resultante das migrações africanas e sua influência nas sociedades de origem e destino. 1. Histórico das Migrações Africanas migração…
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A (VERDADEIRA) HISTÓRIA NÃO TEM DONOS
O escritor angolano José Eduardo Agualusa considerou hoje legítimas eventuais “reparações históricas” sobre a responsabilidade de Portugal por crimes cometidos durante a era colonial, lembrando que o país europeu fez o mesmo em relação aos judeus sefarditas. m declarações à Lusa, em Maputo, José Eduardo Agualusa diz que “há uns 12 anos, Portugal decidiu fazer uma reparação relativamente aos judeus que foram expulsos da península ibérica, há mais de 500 anos. A reparação foi dar o passaporte português a quem quisesse e que pudesse provar que descendia dessas famílias de…
Leia maisREPARAÇÕES SIM, SE FOREM ATRIBUÍDAS SEM CULPAS
O escritor moçambicano e um dos maiores da Lusofonia, Mia Couto, defendeu, em declarações à Lusa, que a dívida dos países africanos pode ser uma das vertentes num eventual processo de reparação do período colonial, mas não como forma de “culpabilização”. ia Couto afirma: “O que a gente quer da história é exactamente que não se apague aquilo que é a verdade histórica, mas que ela não seja o fundamento para qualquer sentimento de culpabilização. Não tem que haver culpa das gerações de hoje sobre coisas que foram feitas num…
Leia maisHISTÓRIA(S) DA REVOLTA DE CASSANGE
Assinala-se hoje, 4 de Janeiro, a revolta da Baixa do Cassange, em Angola, um trágico acontecimento que ocorreu (até quanto à data não há certezas) no dia 4 ou 6 de Janeiro de 1961 e que na sua essência resultou da sublevação dos trabalhadores da cultura do algodão. Por Orlando Castro tenente-coronel António Lopes Pires Nunes, no livro “Angola 61 – Da Baixa de Cassange a Nambuangongo” (Editora Prefácio) conta que “durante as operações de pacificação da Baixa do Cassange, o major Rebocho Vaz, comandante do Batalhão Eventual constituído para…
Leia maisO ESPELHO (DE AUMENTO) DA MINHOCA
Há 35 anos, o xadrez da geopolítica mundial jogava-se em terras angolanas no distante Cuito Cuanavale, transformado no palco da última grande batalha da Guerra Fria, uma história com diferentes versões com muito ainda por contar. ntre 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988, ali se enfrentaram as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) do Estado angolano (leia-se MPLA), apoiadas por Cuba e pela União Soviética, e os guerrilheiros das FALA, exército da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), liderados por…
Leia maisTENTATIVA DE ADULTERAR A HISTÓRIA DE ANGOLA
Ao longo das peripécias travadas nos confrontos contra os próprios patrícios, o MPLA foi, escrupulosamente, adulterando todos os episódios, passando-nos a ideia de que o herói era o vilão e o vilão o herói. Nesta ordem de adulteração dos factos, a mais penalizada acaba sendo a História de Angola. Um dos factos que, como pulga na orelha, continua irrequieto, entretanto, longe de um ponto parágrafo, é o ataque ao comboio no Zenza do Itombe, na província do Kwanza-Norte. Quem foi, verdadeiramente, o responsável? Por Domingos Miúdo em a pretensão de…
Leia maisTER MEMÓRIA (AINDA) NÃO É CRIME
Segundo Jorge do Amaral, proprietário da fábrica, a Textang II vendeu a uma empresa de Guimarães (Portugal) a maior quantidade de fio de algodão da história de Angola, num total de 44 toneladas, marcando assim o arranque das exportações da indústria têxtil angolana. Arranque das exportações de algodão? A história de Angola, para estes efeitos, começa quando? encomenda, no valor de 90 mil dólares deverá ser entregue em dez dias à Lagent e assinala o início das vendas para fora de Angola, disse à Lusa o presidente do grupo Alcaal,…
Leia maisDAR VIDA À GASTRONOMIA ANGOLANA
O projecto Ovina Yetu, de Helt Araújo, quer aproximar as pessoas da gastronomia angolana indígena. “Queremos conhecer os produtos autóctones. Sofremos aculturação e esquecemos a nossa raiz”, diz. chef angolano Helt Araújo quer “resgatar, reinventar e valorizar a gastronomia angolana e iniciou uma recolha exaustiva sobre os produtos nativos, contabilizando mais de mil, incluindo os catatos e larvas das palmeiras, que poderão ser a proteína do futuro”. O projecto Ovina Yetu (‘o nosso produto/a minha coisa’, na língua Umbundo), que conta com uma equipa alargada de especialistas, arrancou há cinco…
Leia maisESPERANÇA DE MBANZA KONGO DÁ À… COSTA
A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, valorizou, em Mbanza Kongo (Zaire), o papel das autoridades tradicionais na transmissão dos valores culturais ancestrais à nova geração. Nada melhor do que ser a segunda figura do reino a manifestar a importância desses valores, mesmo quando ela própria não os conhece. irigindo-se às autoridades tradicionais do Lumbu (Corte Real Kongo), a Vice-Presidente da República destacou o conceito de tribunal tradicional ou consuetudinário (que não está escrito e é só fundado nos usos ou costume) que, na região, ajuda na harmonização da vida…
Leia maisA HISTÓRIA NÃO TEM DONOS
Paulo Lukamba Gato pergunta, com assertividade e oportunidade, “mas na história militar do nosso país, não consta pelo menos uma batalha contra os portugueses durante a guerra colonial?” Embora num contexto antagónico à “história” que o MPLA nos conta, há angolanos (mesmo que não reconhecidos como tal pelo MPLA) que já deram o seu contributo. 15 de Março de 1961 começou, em Angola, a guerra contra a dominação colonial portuguesa. Entre muitas obras já escritas, recordamos a “Guerra Colonial – A História na Primeira Pessoa”, 16 volumes publicados em 2011…
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