Creches para as crianças (des)protegidas do reino

Creches para as crianças (des)protegidas do reino - Folha 8

O administrador municipal do Cazenga, província de Luanda, Victor Nataniel Narciso, diz que a meta da sua administração para 2015 é a criação de mais creches comunitárias e centros de acolhimento para crianças desprotegidas. Confirma-se. Há crianças desprotegidas no reino.

E m declarações à Angop, numa mensagem dirigida às crianças, Victor Nataniel Narciso disse que esta iniciativa está definida como prioridades sociais para beneficiar as crianças na municipalidade, acrescentando que o objectivo é trabalhar na resolução dos problemas que afligem a população, principalmente as crianças nos variados domínios.

Victor Nataniel Narciso adiantou que em 2014, a grande aposta foi no sector da educação e saúde, porque foram construídas várias escolas, reparadas, ampliadas e apetrechas outras para dar melhores condições e dignidade as crianças.

No domínio da saúde, segundo o administrador, foram criadas condições nas maternidades e salas de parto para melhor acomodar as parturientes e vacinar as crianças.

Disse também terem conseguido ultrapassar determinadas situações de epidemias, por isso, não foram registados casos de pólio, cólera e houve redução da malária e mortes em mulheres gravidas e crianças.

Assim, com a bênção do “querido líder”, o executivo trabalha para cada vez mais melhorar as condições do saneamento básico, energia eléctrica, água potável, livre circulação de pessoas e bens, saúde, educação e habitabilidade condigna para todos.

Tudo isto numa altura em que o tráfico de crianças continua a crescer e já representa um terço dos casos de tráfico de pessoas no mundo, segundo o relatório 2014 do departamento das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC).

Em África e no Médio Oriente, as crianças representam a maioria das vítimas de tráfico de pessoas e em países como Índia, Egipto, Angola ou Peru podem alcançar 60% do total de casos, indica o UNODC neste relatório publicado de dois em dois anos.

O UNODC lembra que entre 2003 e 2006 as crianças e os adolescentes só representavam 20% dos casos de tráfico conhecidos. No mundo, 70% das vítimas de tráfico de pessoas são mulheres, contra 84% há dez anos.

Embora a principal finalidade do tráfico de seres humanos continue sendo a exploração sexual (53% dos casos), o tráfico para trabalho forçado aumentou a 40%, contra 32% em 2007, segundo a UNODC.

O relatório também expressa a sua preocupação por alguns tipos de tráfico de pessoas, como o que obriga as crianças a combater, ou a participar em pequenos crimes ou na mendicidade forçada.

No entanto o documento, baseado em dados fornecidos por 128 países, só permite ver a “parte visível do iceberg”, indica a ONU, que lamenta que em muitas regiões do mundo o tráfico de seres humanos continue a ser “uma actividade pouco arriscada e muito lucrativa para os criminosos”.

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