A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, Sonangol, e a Total E&P Angola assinaram na tarde de hoje, em Luanda, o contrato para o fornecimento, pela operadora Francesa, de gasolina ao mercado nacional, na sequência do concurso lançado em Janeiro deste ano. Isabel dos Santos afinal, e mais uma vez, tinha razão
O contrato, rubricado pelo Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Carlos Saturnino, e pelo Director Geral da Total E&P Angola, Laurent Maurel, assegura, formalmente, o fornecimento de gasolina ao mercado doméstico para os próximos 12 meses.
De referir que, ao abrigo do aludido concurso, a Total E&P Angola iniciou a inerente actividade em Maio último, sendo que, de acordo com o interesse das partes, o contrato poderá estender-se até Dezembro de 2019.
Recorde- se que empresária Isabel dos Santos afirmou no dia 5 de Dezembro de 20017 que a petrolífera francesa Total pretendia ficar com os postos de abastecimento mais rentáveis da Sonangol Distribuidora, num acordo com o grupo petrolífero estatal angolano. O tempo (e não foi assim tanto) disse que ela tinha razão.
Isabel dos Santos, que até 16 de Novembro foi Presidente do Conselho de Administração do grupo Sonangol, tendo sido então exonerada (pelo que se vai percebendo as razões foram apenas e só políticas) pelo chefe de Estado, João Lourenço, assumiu esta posição através do Twitter, uma das redes sociais que desde a sua saída da petrolífera tem utilizado para explicar o trabalho realizado em 17 meses.
De acordo com a empresária e filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, 85% do lucro da Sonangol Distribuidora, a subsidiária do grupo para a distribuição de combustíveis refinados, “vem de 75 postos de abastecimento”.
“E são esses que a Total pediu para ficar com eles. Vamos ver os próximos capítulos”, escreveu Isabel dos Santos, numa resposta, por sua vez, ao texto publicado no Twitter pelo actual ministro da Comunicação Social de Angola, João Melo, abordando o contrato então assinado, em Luanda, entre a nova administração da Sonangol, liderada por Carlos Saturnino, e a petrolífera francesa Total.
“O anúncio dos novos investimentos da Total em Angola é uma excelente notícia. Destaco também, em particular, a perspectiva da entrada da referida companhia na área da distribuição, tão logo o mercado seja liberalizado. O desmantelamento dos monopólios é imperioso”, lê-se no ‘post’ colocado pelo ministro João Melo.
As petrolíferas Sonangol e Total assinaram já vários acordos de cooperação, entre os quais uma “joint-venture” para a importação e distribuição em Angola de produtos refinados do petróleo.
Os acordos foram assinados, no final do ano passado, em Luanda pelo Presidente do Conselho de Administração da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), Carlos Saturnino, e pelo presidente director-geral da Total, Patrick Pauyanné.
Patrick Pauyanné manifestou na altura satisfação pelo novo impulso que Angola dá à área dos petróleos, muito afectada com o baixo preço do petróleo, que dá mostras de alguma melhoria com um preço um pouco acima dos 60 dólares por barril.
“Hoje assinamos vários acordos entre os quais o novo impulso para a exploração no bloco 48, que é um bloco em águas ultra-profundas, no qual teremos uma parceria com a Sonangol. Encontramos condições para avançar com o projecto no bloco 17, Zínia na fase 2. Quero agradecer ao presidente do conselho de administração da Sonangol por isso ter sido possível e lançar o projecto”, frisou.
Patrick Pauyanné sublinhou que, sendo a Total o primeiro operador do país, com uma produção diária de mais de 600 mil barris, era importante que se reunisse com o novo presidente da Sonangol.
Recorde-se, entretanto, o que o mesmo Patrick Pouyanné, CEO da Total, disse sobre a liderança de Isabel dos Santos na petrolífera nacional: “A Sonangol está a fazer exactamente aquilo que nós fizemos. Quando o preço do petróleo caiu todos sentimos dificuldades. A sua prioridade tem sido a transformação e equilíbrio das contas, o que tem sido positivo e permite voltar a pensar no desenvolvimento”.
Por sua vez, referindo-se à gestão de Isabel dos Santos, Eldar Saetre, CEO da Statoil disse: “Estamos em Angola há 26 anos e por isso temos uma grande experiência neste mercado que tem sido muito importante para a nossa empresa. Sempre tivemos uma relação muito próxima com a Sonangol e queremos mantê-la por muito tempo. Por isso estamos para ficar e encontrar novas oportunidades de colaboração com a Sonangol”.
Também Clay Neff, presidente da Chevron África afirmou no contexto do desempenho da anterior PCA: “Vemos as mudanças que a Sonangol está a fazer com muitos bons olhos. Existe uma colaboração muito positiva entre a Sonangol, a Chevron e os outros membros da indústria para melhorar as condições de investimento em Angola”.
Esse artigo é bastante tendencioso para dar razão a Isabel… temos de perceber que o que os CEO dizem sobre entidades reguladoras, nesse caso a concessionária Sonangol, deve sempre ser o politicamente correcto, se quiserem manter os seus investimentos. Mas devemos lembrar que mal tornou-se o quadro político, as mesmas companhias foram se queixar do serviço da Sonangol. A estratégia da Sonangol consistia em não fazer pagamentos ou autorizar projectos que exigisse qualquer tipo de gastos… engavetar tudo que entra e chama-lo de lucros. Na indústria petrolífera se se para de se investir e avançar com novos projectos, rapidamente a produção passa dos tais 600 para 300 mil barris / dia , tudo porque não há poços novos…