Conta-nos o jornal português Público que “na província angolana do Namibe, encontrou-se agora um sapo que se esconde debaixo das pedras e da camada de folhas, no solo húmido. É minúsculo e vive num único local do mundo – a Serra da Neve, na província do Namibe”. A característica mais distintiva desta nova espécie é ser um sapo pigmeu que não tem ouvidos. Que tal chamar-lhe “Poyntonophrynus pachnodes JLo”?
Um mês depois da morte de Nelson Mandela começaram a surgir homenagens à sua memória. Desta feita, a uma nova espécie de lagosta que foi descoberta na costa da África do Sul os cientistas deram o nome do antigo líder sul-africano.
A lagosta representou uma descoberta para a comunidade científica já que não é muito similar a um crustáceo da mesma espécie. Encontrada na costa da África do Sul em 2011 permaneceu sem uma denominação científica. No entanto, após a morte de Nelson Mandela os cientistas decidiram fazer-lhe uma homenagem e baptizaram a lagosta com o seu nome – Munidopsis Mandelai (nome científico).
A lagosta, que tem várias semelhanças com um caranguejo, foi descoberta por Diva Amon, uma estudante de doutoramento do Museu de História Natural, em Londres.
“Descobrimos a nova espécie inesperadamente, durante uma investigação subaquática a madeira e ossos de baleia no monte subaquático no sudoeste do oceano Índico, uma área inexplorada”, explicou Diva Amon, citada pelo Daily Mail.
A nova espécie de lagosta foi encontrada a uma profundidade de 750 metros e tem uma carapaça de apenas sete milímetros. “A descoberta é outro exemplo de como a exploração das águas profundas continua a revelar os mistérios dos ecossistemas subaquáticos”, concluiu a investigadora.
Por cá, os cientistas do MPLA terão descoberto uma espécie que há muito se suspeitava sobre a existência de uma desconhecida espécie de jacarés. Crê-se, embora ainda sem base científica, que essa rara espécie é de cor preta e vermelho-rubro, ostentando no dorso uma roda dentada e uma catana.
Os dados preliminares, recolhidos ao longo das últimas quatro décadas, permitem concluir tratar-se de um tipo de jacarés com elevado quociente de inteligência, pois só se alimentam de seres humanos considerados de segunda categoria, para além de respeitarem democrática e solenemente a escolha da ementa dos tratadores.
Embora se desconfiasse que a espécie existe há muitos anos, só em 2013 foi possível confirmar, através de insuspeitos testemunhos, que esses jacarés têm uma especial predilecção alimentar por cidadãos que antes tenham estado detidos e tenham sido torturados.
Na posse destes elementos testemunhais, os cientistas estão a procurar “in loco” outras provas, podendo para isso contar com o apoio táctico e logístico das forças de segurança do país, elas próprias exímias na manutenção e sobrevivência desta espécie.
Embora existam muitos nomes passíveis de serem dados a estes jacarés, é tradição os cientistas respeitarem escrupulosamente a hierarquia política da pátria dos animais, pelo que à espécie deverá ser dado o nome Crocodylus Eduardo dos Santos.
A descoberta deste inédito sapo pigmeu é da responsabilidade do cientista português Luís Ceríaco. As suas credenciais são arrasadoras: Licenciado em Biologia, Mestre em Biologia da Conservação. Doutorado em História e Filosofia da Ciência pela Universidade de Évora, desenvolve actualmente o seu projecto de pós-doutoramento na California Academy of Sciences (San Francisco, EUA), em colaboração com o Museu Nacional de História Natural e da Ciência.
Desenvolve ainda projectos de investigação na área da herpetologia Africana, com especial enfoque no estudo taxonómico, nomenclatural e filogeográfico da herpetofauna Angolana e de São Tomé e Príncipe, bem como de aspectos ligados à sua conservação.
Segundo conta o Público, o “Poyntonophrynus pachnodes” “é minúsculo e vive num único local do mundo – a Serra da Neve, na província do Namibe, em Angola. A característica mais distintiva desta nova espécie para a ciência de um sapo pigmeu é a ausência de ouvidos”.
O sapo pigmeu da Serra da Neve já tem inerente a si um mistério: não tendo ouvidos, como é que ouvirá os chamamentos de acasalamento de outros elementos da sua espécie?
“Foi numa expedição em Novembro de 2016 que este sapo foi localizado na Serra da Neve, o segundo pico mais alto de Angola, com 2489 metros de altitude (o mais alto é o Morro do Moco, na Província do Huambo). Esta serra é o que geólogos e geógrafos designam por um monte-ilha (do alemão inselberg), emergindo abruptamente da paisagem que está à sua volta. Ora o monte-ilha da Serra da Neve é bastante interessante para os biólogos porque está isolado de outras montanhas e essa circunstância permite a evolução de espécies únicas”.
“A Serra da Neve é sublime. Quando nos aproximamos, vemo-la aparecer à nossa frente como uma autêntica ilha de rocha coberta de vegetação, contrastando com o mar de paisagem desértica que a circunda. Percebemos de imediato: o que vive ali tem obrigatoriamente de ser diferente do que vive nas zonas de baixa altitude que a rodeiam. Isso comprova-se pelo facto de, para além do sapo, termos descoberto outras espécies novas para a ciência – lagartos e osgas –, actualmente em processo de descrição”, conta Luís Ceríaco, do Museu Nacional de História Natural e da Ciência de Lisboa (Muhnac), bem como, nos Estados Unidos, da Universidade do Michigan-Dearborn e da Universidade de Villanova.
“A expedição foi fantástica. Logisticamente, difícil, porque a serra é muito isolada e os caminhos para o topo são muito complicados. Devido a isso, tivemos de levar tudo connosco: comida para vários dias, água, material de campo, tendas…”
Pois é. Mas, como cereja no topo da montanha desta descoberta, bem que o sapinho se poderia chamar “Poyntonophrynus pachnodes JLo”.