É isso. Portos & conhecimento

É isso. Portos & conhecimento - Folha 8

O embaixador em Portugal, José Marcos Barrica, disse hoje que pode ser estabelecida uma “cooperação importante” entre os dois países na área portuária, para o desenvolvimento do Porto do Lobito, e no sector do conhecimento.

O diplomata, que falava hoje em Sines durante uma visita inserida na iniciativa “Embaixadorias”, promovida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português, destacou a “aposta muito séria” que Angola está a fazer “em sectores estruturantes da economia”, como os portos, os aeroportos, as ferrovias, as rodovias e o sector da energia.

O Governo angolano pretende “potenciar” o Porto do Lobito e, para tal, precisa de “novos conhecimentos”, que poderão ser encontrados no Porto de Sines, afirmou José Marcos Barrica.

Com o Caminho de Ferro de Benguela, que atravessa todo o país, explicou Barrica, os produtos dos países limítrofes a leste de Angola podem “ter acesso ao mar”.

O diplomata identificou o conhecimento como “outro produto exportável” para Angola, apontando a área alimentar como exemplo.

Segundo José Marcos Barrica, Angola “vai começar a reduzir progressivamente” as importações de produtos alimentares, mas vai “necessitar de importar o conhecimento” para os produzir, sendo uma oportunidade para as instituições de ensino superior portuguesas.

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português, Luís Campos Ferreira, apresentou o conhecimento como o “melhor activo” nacional e referiu que o mesmo está ser “muito bem” migrado das universidades para as empresas, sendo esse “um dos factores de sucesso” das exportações.

“O conhecimento não está sujeito às fobias e estados de alma dos mercados. Tem sempre uma cotação boa, tem sempre uma cotação em alta quando o conhecimento é bom”, sustentou o governante.

Para Luís Campos Ferreira, era “inevitável” que a iniciativa “Embaixadorias”, que leva embaixadores acreditados em Lisboa a visitar diversas regiões do país, para promover as exportações e a internacionalização das empresas portuguesas, passasse por Sines.

Este concelho do litoral alentejano é, de acordo com o responsável, “um dos principais motores do desenvolvimento económico” nacional, razão pela qual foi visitado pelo embaixador de um país “que é muito importante” para Portugal.

Actualmente, Angola é o “principal destino exportador fora da Europa”, com cerca de 9.000 empresas nacionais a enviarem os seus produtos para aquele país africano, e perto de 3.000 empresas ali instaladas, disse o governante.

Além da visita a Sines, que incluiu uma visita à empresa AMAL e ao Porto de Sines, a iniciativa “Embaixadorias” levou a comitiva à Amadora e a Alcochete, terminando hoje em Setúbal.

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