O Governo de Cuba pediu, pela primeira vez, ajuda ao Programa Alimentar Mundial (PAM) devido às dificuldades em continuar a distribuir leite às crianças menores de sete anos, confirmou a ONU. O brilhantismo cubano mostra assim as virtudes económicas, sociais, políticas etc. de uma república socialista marxista-leninista unitária e uni-partidária.
Talvez, sob a liderança de Vladimir Putin, com assessoria de Lula da Silva, os BRICS (acrónimo de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a que se juntaram mais recentemente Arábia Saudita, Argentina, Egipto, Emirados Árabes, Etiópia e Irão) possam ajudar Cuba, para já não falar do MPLA, a adiar a morte das suas crianças.
Segundo o PAM, a direcção executiva da organização, que se define como “a maior organização humanitária do mundo”, recebeu uma comunicação oficial de Havana e já está a enviar leite em pó para a ilha caribenha. Ao que Cuba chegou, lamentam muitos. Pois é, segundo o “grande irmão” de Cuba (Lula da Silva), a culpa é dos EUA, da Europa, da NATO, da União Europeia, talvez com a conivência da Liga Árabe, União Africana e CPLP…
“Confirmamos que o PAM recebeu uma mensagem oficial do Governo cubano solicitando apoio para continuar a distribuição mensal de um quilograma de leite destinado a meninas e meninos menores de sete anos em todo o país”, indicou por escrito a delegação do PAM na ilha, citada pela agência de notícias espanhola Efe.
Referindo uma “necessidade urgente”, o programa das Nações Unidas sublinhou “a importância deste pedido”, especialmente no contexto da “profunda crise económica que Cuba enfrenta”, que está a afectar “significativamente a segurança alimentar e nutricional da população”.
O executivo de Havana, chefiado por Miguel Díaz-Canel (também “irmão” do querido líder do MPLA, general João Lourenço), não tinha divulgado nem o pedido, nem as primeiras contribuições internacionais, apesar de andar há semanas a falar do problema.
A organização multilateral confirmou também que “é a primeira vez que Cuba pede ajuda enviando uma comunicação oficial ao mais alto nível da direcção do PAM”, embora o programa tenha vários projectos na ilha já há algum tempo.
Segundo duas fontes com conhecimento do pedido, o Ministério de Comércio Externo e Investimento Estrangeiro (Mincex) enviou a carta à direcção executiva do PAM, em Roma, em finais do ano passado.
Na sequência dessa carta, o PAM indicou já entregou “144 toneladas métricas de leite em pó desnatado”, beneficiando quase 48.000 crianças com idades compreendidas entre sete meses e três anos em Pinar del Río e Havana. Este número corresponde a apenas 6% das crianças a quem o Governo tenciona distribuir leite subsidiado.
Além disso, de acordo com o PAM, o pedido cubano “não refere um prazo explícito” – não pede apoio por um período de tempo limitado -, pelo que a agência multilateral está a tentar “mobilizar recursos adicionais”.
“Estamos em constante diálogo com doadores tradicionais e não tradicionais, explorando diversas opções que facilitem tanto a doação como o financiamento”, afirmou o PAM.
Há anos que o leite é um bem escasso em Cuba, embora em geral as crianças até aos sete anos (e pessoas com dietas especiais) pudessem contar com uma determinada quantidade de leite em pó por mês, através de um cartão de racionamento (que inclui também arroz, café e óleo), pelo que o obtinham a um preço altamente subsidiado (2,5 pesos por quilo, cerca de 19 cêntimos de euro).
Contudo, a disponibilização de leite pelo Estado deteriorou-se nos últimos meses. Algumas províncias reduziram os números da população prioritária ou reduziram as quantidades que entregam, ao passo que outras começaram a distribuir bebidas vitaminadas como substituto.
A ministra do Comércio Interno, Betsy Díaz Velázquez, declarou em meados de Fevereiro que a produção nacional de leite é insuficiente e que tem havido problemas para importar a quantidade necessária, razão pela qual o Estado não consegue dar resposta à procura de “mais de 2.000 toneladas” mensais de leite para os menores de sete anos e pessoas com necessidades alimentares especiais.
É possível encontrar em Cuba leite líquido e em pó em algumas empresas do incipiente (e durante décadas ostracizado) sector privado do país, mas a preços inacessíveis para a imensa maioria dos cubanos: o quilo de leite em pó pode custar entre 1.500 e 2.000 pesos (58 e 77 euros), quando o salário médio mensal é de 4.200 pesos (cerca de 160 euros).
As dificuldades económicas crónicas de Cuba degeneraram há três anos numa grave crise por causa da pandemia, do agravamento das sanções económicas dos Estados Unidos e de decisões de política macroeconómica, comercial e monetária nacional.
A situação é especialmente flagrante na escassez de bens de primeira necessidade (alimentos, combustíveis e medicamentos). Cuba importa 80% do que consome e tem sérios problemas para obter as divisas de que precisa para importar bens.
Nos últimos meses, muitos dos produtos que ainda estão incluídos no cartão de racionamento, como arroz, café e óleo, foram distribuídos de forma irregular ou em quantidades reduzidas. As longas filas em volta dos armazéns que entregam os produtos subsidiados são permanentes.
Recentemente, o Governo reconheceu que não podia assegurar o fornecimento de pão através do cartão de racionamento em Fevereiro e Março, devido a problemas de abastecimento de farinha.
Recorde-se que o Presidente brasileiro, Lula da Silva, uma espécie latino-americana de Robin dos Bosques, defende o fim do bloqueio económico a Cuba e ainda a soberania da Argentina nas Malvinas (Falkland segundo os ingleses).
“Defender o fim do bloqueio a Cuba e a soberania argentina nas Malvinas interessa a todos nós”, frisou o chefe de Estado brasileiro, num discurso recente na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
“Todas as formas de sanções unilaterais, sem amparo no Direito Internacional, são contraproducentes e penalizam os mais vulneráveis”, acrescentou Lula, referindo-se ao embargo dos Estados Unidos sobre Cuba, em vigor desde 1962 e às ilhas Malvinas, território no centro de um conflito de soberania entre o Reino Unido e a Argentina.
Na sua opinião, a região deve ser um exemplo de construção da paz, “num mundo em que tantos conflitos vitimam milhares de inocentes, sobretudo mulheres e crianças”.
Segundo o Presidente brasileiro, os países membros da CELAC devem decidir “se querem integrar-se no mundo unidos ou separados” e garantiu que, se o fizerem como região, terão “muito mais possibilidades de influenciar” a comunidade internacional.
Nessa cimeira participaram, entre outros, os presidentes da Bolívia, Luís Arce, da Colômbia, Gustavo Petro, de Cuba, Miguel Díaz-Canel, da Venezuela, Nicolás Maduro, e das Honduras, Xiomara Castro, que assumiu a presidência temporária da organização nesta cimeira.
Também estiveram presentes vários líderes das Caraíbas e, entre os ausentes, destacam-se quase todos os líderes do arco ideológico da direita, como o argentino Javier Milei, o salvadorenho Nayib Bukele, o equatoriano Daniel Noboa, o paraguaio Santiago Peña e o uruguaio Luis Lacalle Pou. No entanto, também se registaram ausências na esquerda, como o mexicano Andrés Manuel López Obrador, o chileno Gabriel Boric e o nicaraguense Daniel Ortega.
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