Servilismo obriga? É pena!

O secretário provincial do MPLA para a política, Mário Pinto de Andrade, realçou hoje, no município de Cacuaco, que o seu partido vai continuar a trabalhar para diminuir as assimetrias regionais, no sentido de uma maior abrangência das políticas públicas. Por outras palavras, o MPLA irá agora fazer o que não fez ao longo dos últimos 44 anos.

O também membro de acompanhamento do município mais ao norte de Luanda (Cacuaco), referiu que o partido vai igualmente implementar um novo paradigma de inclusão social, para que as autarquias constituam um caminho de integração social, respeitando a economia e cultura de cada região. Por outras palavras, o MPLA irá agora fazer o que não fez ao longo dos últimos 44 anos.

Ainda assim, Mário Pinto de Andrade referiu que o MPLA pretende fazer com que os candidatos a serem apresentados, sejam comprometidos com as políticas de combate a corrupção, nepotismo e outras práticas que prejudicam o bem social. Mais uma balela típica do MPLA pois, como todos sabem, se o MPLA combater a sério a corrupção está a combater-se a si próprio.

Mário Pinto de Andrade proferiu estas palavras durante uma reunião que juntou os militantes do MPLA no município de Cacuaco, com vista a arregimentar sipaios (mesmo que “voluntariamente amarrados” como no tempo colonial) para aplaudir as estrelas no VII Congresso Extraordinário, a realizar-se a 15 deste mês.

O dirigente do MPLA apelou na ocasião para uma maior atenção às publicações nas redes sociais, bem à continuidade das campanhas de moralização, exaltando o respeito pelas famílias e instituições. As redes sociais só são um problema se disserem o que não agrada ao partido. Podem mentir à vontade, desde que seja para dizer, por exemplo, que já Diogo Cão era militante do MPLA, ou que os massacres de 27 de Maio de 1977 nunca existiram e foram uma invenção de Jonas Savimbi ou até mesmo de António de Oliveira Salazar. É certo que, nessa data, o ditador português já tinha morrido, mas isso é um pormenor de somenos importância.

Mário Pinto de Andrade sublinhou ainda, e muito bem, que o MPLA está a fazer uma mudança geracional, com o ingresso de novos quadros capazes de tornar mais forte o partido, com vista as eleições autárquicas previstas para 2020.

É verdade. Pena é que os novos quadros (tal como muitos dos velhos quadros) tenham de se descalçar para contar até 12. É que – como muito bem sabe Mário Pinto de Andrade – não basta ser general, ou ter um diploma da Universidade Agostinho Neto, para saber quando deve dizer “houver” e não “haver”, ou “cesta básica” e não “sexta básica”…

Em Angola, como mandam as regras do MPLA já que é o único partido que governa o país desde 1975, o regime prefere professores cubanos que nos ensinam a falar da “sexta básica” e não da “cesta básica”, de “marimbondo na cumeia” e não na colmeia ou, como se lê até no próprio portal da Universidade Agostinho Neto (secção História), de “Repúbica”, “Silvicltura”, “Ectroténica”, “edífico”, “Ogânicas”, “orgãos”, “Senando”.

Em Fevereiro de 2017, Mário Pinto de Andrade foi “nomeado” segundo secretário do comité provincial do MPLA em Luanda, após ter sido eleito com 94,74 por cento de votos, durante a primeira sessão extraordinária da estrutura partidária, orientada pelo primeiro secretário, o general Higino Carneiro.

Na altura, em declarações à imprensa, Mário Pinto de Andrade, docente universitário e analista político, disse que a sua missão é ajudar o primeiro secretário a cumprir com a estratégia do MPLA para ganhar as eleições na província de Luanda. Higino Carneiro, impoluta (ou nem tanto) figura do partido agradeceu…

Para o efeito, Mário Pinto de Andrade referiu que era necessário sensibilizar os militantes e simpatizantes do partido para se registarem, porque quanto mais pessoas cumprirem com este acto de cidadania, mais probabilidades tinha o MPLA de ganhar as eleições, com uma maioria qualificada ou absoluta.

“Espero conseguir ajudar o comité provincial a cumprir esse objectivo”, reforçou Mário Pinto de Andrade, que substituiu Jesuíno Manuel da Silva, impedido de continuar a exercer o cargo por razões de saúde.

Além da eleição do segundo secretário do MPLA em Luanda, o comité provincial aprovou na altura a sua estratégia eleitoral, estrutura da campanha eleitoral e a resolução do comité central que aprova a lista de candidatos a deputados à Assembleia Nacional, liderada por João Manuel Gonçalves Lourenço, cabeça-de-lista, e então coordenador do grupo de acompanhamento do secretariado do bureau político para a província de Luanda, que, no Executivo, ocupava o cargo de ministro da Defesa Nacional de José Eduardo dos Santos. O segundo nome da lista foi Bornito de Sousa Baltazar Diogo.

Na abertura da sessão, o então primeiro secretário, general Higino Carneiro, pediu aos militantes maior divulgação do nome e imagem do candidato a Presidente da República, de modo que todos os militantes, amigos e simpatizantes do MPLA e demais cidadãos da província de Luanda se revejam nele e possam apoiá-lo.

“Neste momento em que nos encontramos em pré-campanha, todos os esforços deverão ser feitos no sentido de esclarecermos as razões objectivas desta decisão suprema do nosso partido, para nos mantermos unidos e firmes em defesa dos nobres ideais do MPLA e de todos angolanos de Cabinda ao Cunene”, destacou o general.

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