KWANZA PERDE 11% PARA O EURO E 9% PARA O DÓLAR

ANGOLA. O kwanza depreciou-se hoje em mais 11% face ao euro e quase 9% para o dólar norte-americano, no âmbito do novo regime flutuante cambial, segundo cálculos feitos pela Lusa com base nos dados do Banco Nacional de Angola (BNA).

No espaço de uma semana, e desde que a moeda europeia passou a ser a referência para o mercado de câmbios de Angola, a moeda angolana já acumula uma depreciação de quase 25,5% para o euro, que agora vale, na compra, 248,7 kwanzas, e 18% para o dólar, que passa a valer 203,6 kwanzas.

Desde o primeiro trimestre de 2016 que a taxa de câmbio oficial definida pelo BNA não sofria alterações, nos 166 kwanzas por cada dólar norte-americano e nos 186 kwanzas por cada euro.

Esta nova cotação resulta do leilão de divisas realizado hoje pelo BNA – o segundo desde 9 de Janeiro, no âmbito do novo modelo de definição da taxa de câmbio pelo mercado -, no qual participaram 27 bancos comerciais, que compraram os 82,6 milhões de euros que o banco central tinha para vender.

De acordo com informação do BNA, nesta operação foi apurada uma taxa média ponderada de venda de 248,77 kwanzas por cada euro, sendo o valor do dólar e restantes moedas internacionais calculado em função desta cotação.

O banco central angolano explica que contribuíram para o apuramento da taxa de câmbio de referência 14 dos 27 bancos participantes no leilão, tendo a taxa mais alta de compra de cada euro sido de 270,823 kwanzas e a mais baixa de 243,387 kwanzas.

A aquisição ao exterior de matéria-prima, peças, acessórios e equipamento fabril ficou com 60% das divisas colocadas no leilão de hoje, seguindo-se os sectores da agricultura, agro-pecuária, pescas e mar (19%), seguros, telecomunicações, transportes e outros serviços (15%), a aquisição de artigos de higiene, limpeza, material escolar e de escritório (3%) e de vestuário, calçado, artigos e utensílios domésticos (3%).

Para aquisição de bens alimentares, medicamentos e operações privadas, o BNA refere que mantém o mecanismo de vendas directas, via bancos comerciais, fora deste sistema de leilão de preço para aquisição de divisas.

Lusa

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