(Mu)dança pacífica

O cabeça-de-lista da CASA-CE às eleições gerais angolanas de 23 de Agosto, Abel Chivukuvuku, prometeu hoje, em Luanda, estar junto do povo para governar e não se tornar “insensível” como, acusou, os actuais governantes de Angola.

Abel Chivukuvuku, líder CASA-CE e candidato à eleição, por via indirecta, à Presidência da República nestas eleições, realizou hoje uma marcha a pé entre o centro de Luanda e os arredores da cidade, onde discursou para centenas de pessoas, na sua maioria zungueiras.

Em quase duas horas de percurso, o líder da segunda maior força política da oposição angolana manteve contacto directo com o eleitorado, que culminou na zona do São Paulo, área comercial de Luanda.

No seu discurso, dirigindo-se sobretudo às zungueiras, Abel Chivukuvuku falou da necessidade de mudança, prometendo uma governação diferente dos últimos 42 anos de poder do MPLA.

“O nosso sofrimento tem culpado, porque o nosso país é rico, o problema é que os governantes metem dinheiro no bolso deles, e o outro problema é porque são insensíveis. Já passei aqui na praça do São Paulo mais de quatro vezes, porque me ensinaram que para ter pena do outro tem que ver o sofrimento dele”, disse o político.

Na terceira semana de campanha eleitoral, o político prometeu ao eleitorado mudança “porque foram 42 anos com o mesmo partido no poder e o povo continua a sofrer”.

“As nossas irmãs zungueiras todos os dias com bacias à cabeça a ir vender para o sustento de casa e ainda por cima depois têm o fiscal que vem chatear. A partir do dia 23 essa coisa dos fiscais andarem atrás das mamãs acabou, a partir do dia 23 [para ter] o microcrédito para as mamãs não é preciso cartão do partido, vamos aumentar os mercados, mas vai haver quiosques ambulantes”, prometeu.

Melhorias na saúde, na educação, no fornecimento de água e luz foram outras garantias dadas caso vença essas eleições, em que concorre com outras cinco formações políticas, MPLA, UNITA, PRS, FNLA e APN, designadamente.

“Não podemos continuar sem águas nas nossas casas, essa coisa de chafarizes é antiga. Eu confio que vocês vão saber votar no dia 23”, disse, aludindo ao voto no número seis, posição da CASA-CE no boletim de voto.

Em declarações à imprensa, Abel Chivukuvuku disse que os cidadãos querem a mudança, de forma pacífica.

“Acho que os angolanos amadureceram muito, querem a mudança, sabem que cada um tem o direito de opção, mas que somos todos irmãos”, frisou.

Para os próximos dias, o candidato da CASA-CE tem deslocações previstas às províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Bié e Huambo, antes do fecho da campanha em Luanda, no dia 21 deste mês.

Lusa

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3 Thoughts to “(Mu)dança pacífica”

  1. Nelson Amaral

    Ainda bem que o voto é secreto e a consciência é livre, pois, ninguém se deixará ser influenciado por falsas promessas e enganadoras, principalmente de pessoas que desejam “somalizar” Angola

    O comentário não é duplicado, porque não estava a aparecer nessa plataforma

    1. Nelson Amaral,

      Pois é. Uns queriam “somalizar”, outros não queriam massacrar, massacraram mesmo, milhares e milhares de angolanos no 27 de Maio de 1977. Coisas.

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