As remessas dos angolanos a trabalhar em Portugal mais do que duplicaram no primeiro semestre deste ano, subindo para 9,5 milhões de euros, ao passo que os portugueses em Angola reduziram as transferências em 20%.
D e acordo com os dados do Banco de Portugal, divulgados hoje no boletim estatístico, o valor das remessas enviadas pelos angolanos a trabalhar em Portugal para o seu país passou de 4,71 milhões de euros para 9,54 milhões, o que revela uma subida de 102,5%.
Em sentido inverso, os portugueses em Angola enviaram menos 19,7% de remessas, que assim diminuíram de 121,1 para 97,2 milhões de euros, comprovando a dificuldade que se faz sentir em retirar divisas estrangeiras do país por causa da falta de dólares decorrente do abrandamento das receitas fiscais no sector do petróleo, o grande motor da economia angolana.
A queda nas remessas de Angola acabou por afectar negativamente o valor para a globalidade dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que revela uma queda de 18,1%, de 125,6 milhões de euros no primeiro semestre de 2014 para 102,8 milhões nos primeiros seis meses deste ano.
No total mundial, as remessas dos emigrantes subiram 8,6% no primeiro semestre deste ano, para 1.541 milhões de euros, enquanto o dinheiro enviado pelos imigrantes para os seus países de origem diminuiu 0,5% para 243 milhões.
Os emigrantes portugueses enviaram, nos primeiros seis meses deste ano, um total de 1.541,7 milhões de euros, o que compara com os 1.418 milhões de euros enviados no primeiro semestre do ano passado.
Como é habitual, a França foi o país que mais contribuiu para este valor, tendo os emigrantes portugueses enviado quase 500 milhões de euros para Portugal no primeiro semestre, o que revela uma subida de 13,8% face aos 437,7 milhões enviados no mesmo período do ano passado.
As remessas provenientes da Suíça também subiram, mas não tanto: o dinheiro enviado pelos portugueses totalizou 370,8 milhões de euros, revelando um aumento de 9,3% face aos 339,1 milhões enviados nos primeiros seis meses do ano passado.
Em sentido inverso, isto é, dos estrangeiros a trabalhar em Portugal, o valor global aponta para 243,5 milhões de euros, mostrando uma ligeira descida de 0,5% face aos 244,8 milhões enviados no primeiro semestre do ano passado.