Kuanza Norte chama portugueses

O governador do Kuanza Norte, Henrique André Júnior, apelou hoje à colaboração dos empresários portugueses no desenvolvimento daquela província angolana através de investimentos na agro-pecuária, área ainda por explorar.

O governador provincial falava durante uma visita a Ndalatando, capital do Kuanza Norte, de cerca de 30 empresários portugueses promovida pela Embaixada de Portugal em Luanda, que envolveu um seminário empresarial para identificar parceiros locais.

“Gostaríamos que este encontro não ficasse apenas pelas intenções”, disse Henrique André Júnior, comprometendo-se com a realização de um fórum empresarial na província, envolvendo investidores angolanos e portugueses, logo que “bem-criadas” as primeiras parcerias.

Com uma área superior a 20,5 mil quilómetros quadrados e menos de meio milhão de habitantes, aquela província concentra os principais recursos de Angola em termos de água e produção de electricidade.

Actividades como a agricultura, florestal ou a criação de gado estão identificadas como prioritárias para o desenvolvimento da província, a par de grandes investimentos públicos em implementação pelo governo central, como a construção e reforço de aproveitamentos hidroeléctricos.

“Os empresários angolanos precisam muito do apoio, do conhecimento, da motivação dos empresários [portugueses] que aqui estão presentes”, afirmou Henrique André Júnior, sublinhando o interesse em parcerias com pequenas e médias empresas portuguesas.

Além do compromisso do governo provincial, de facilitar as intenções de investimento português, também os representantes dos empresários do Kuanza Norte, presentes no encontro, assumiram a disponibilidade para parcerias. Nomeadamente tendo em vista o objectivo de garantir a produção local de 45 por cento das necessidades da província, como em bens de primeira necessidade.

Em declarações em Ndalatando, o embaixador de Portugal em Luanda, João da Câmara, recordou que estas visitas oficiais às províncias arrancaram há dois anos, na altura com apenas três empresas portuguesas.

“São visitas oficiais para nos darmos a conhecer às administrações provinciais, para conhecer a realidade angolana fora de Luanda e agora acrescentamos a dimensão económica, que pelos vistos está a dar resultado”, disse o diplomata.

As exportações de bens e serviços portugueses para Angola cresceram 5 por cento no primeiro trimestre, face a 2013, ano em que cerca de 9.000 empresas nacionais exportaram para território angolano, de acordo com dados da delegação da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal em Luanda.

Em 2013, as exportações portuguesas de bens e serviços para Angola atingiram os 4,5 mil milhões de euros, o equivalente a cerca de 6,5% do volume total de exportações portuguesas.

“Pretendemos dar seguimento ao objectivo do Governo angolano, de diversificar e descentralizar a economia, que está muito concentrada em Luanda. Nós estamos a tentar apanhar essa boleia e trazer as empresas às províncias, onde o projecto de desenvolvimento ainda está muito embrionário e há muito para fazer”, rematou o embaixador João da Câmara.

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