Rádio Ecclésia afinal não pagou salários

Fotos ilustram a entrega de 25 cabazes para ajudar a minimizar as dificuldades dos trabalhadores da Rádio Ecclésia.

Associações da Sociedade Civil entregam cabazes de Natal para ceia dos jornalistas da Rádio Ecclésia. Ao contrário do propagandeado, a Emissora Católica de Angola não pagou os salários há vários meses em falta e não dá explicações.

Por Sílvio Van-Dúnem

A s Associações da Sociedade Civil, nomeadamente, AMC – Amplo Movimento de Cidadãos, Open Society e Mãos Livres, dois dias depois de terem iniciado (21.12) uma campanha de solidariedade para com os jornalistas da Rádio Eclésia, há três meses sem salário, entregaram, por intermédio do secretário executivo do AMC, William Tonet, na tarde do dia 24 de Dezembro, 25 cabazes, para ajudar a debelar a difícil situação que estes profissionais da comunicação social estão a viver.
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Nas vésperas uma notícia publicada pela VOA, com base numa informação, alegadamente, da direcção da Rádio Ecclésia, dizia que a situação salarial, estaria resolvida.

“Fomos ao banco e não encontramos, até hoje, 25.12.15, nenhum salário. Isso é muito triste, pois nós temos família e foi difícil enfrentar um dia sagrado para os cristãos, sem nenhuma explicação, de quem de direito, para nos acalentar o espírito”, lamentou um jornalista, acrescentando “estarmos muito satisfeitos com esta campanha em nossa solidariedade. Achamos que não devem parar, pois a nossa situação inspira cuidados e a Rádio tinha todas condições de ser auto-suficiente”.

A recepção dos cabazes, foi feita por uma madre, em representação da Direcção da Emissora Católica que se encontrava ausente, mas, caricatamente, quando o F8 perguntou ao secretário-executivo do AMC, como se chamava a madre, este não conseguiu pronunciar o seu nome.

“Foi tudo muito rápido e formal, para além de me parecer estar a irmã ou doente ou um pouco cansada, talvez mesmo por toda esta situação”, disse William Tonet.
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Foi de estranhar, no entanto, que sobre o assunto a Rádio Ecclésia não ter noticiado, sequer uma vírgula, talvez por critérios editoriais, sendo este papel desempenhado por outras, como as “Despertar”, “MFM-rádio”, “RFI” e “Voz da Alemanha”.

No entanto, contactada a direcção desta campanha de solidariedade, as três associações dizem que irão prosseguir, visando acautelar outras situações, para que “uma rádio tão importante como a Católica não se cale, pois ao acontecer, afectará a democracia, pois ela foi uma das primeiras, a dar voz aos combatentes da liberdade”.
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