O Inspector-Geral da Administração do (MPLA) Estado, João Pinto, recomendou hoje, na cidade de Ondjiva, província do Cunene, aos responsáveis de cargos públicos a pautarem por uma gestão transparente, com vista ao resgate da confiança do cidadão nas instituições. Ou seja, como costuma dizer o seu patrão, os responsáveis devem olhar para o que o MPLA diz e não para o que faz… há 48 anos.
Ao intervir na palestra sobre a “Ética na Administração Pública”, João Pinto (perito dos peritos em matéria de ética tubercular) disse que os servidores não devem trazer para a praça pública informações que são segredos administrativos e que prejudicam o bom nome das pessoas e instituições.
Acrescentou que, nesta tarefa de servir o público, deve ter-se em conta a satisfação das necessidades dos cidadãos, porque ocorrem falhas por desconhecimentos das leis, negligência e alguns até por má fé. Fala a experiência.
Diante desta situação, João Pinto explicou que é preciso alertar sempre para despertar o maior envolvimento da sociedade na prevenção de actos que põem em causa ou prejudiquem o cidadão.
“Vamos trabalhar e partilhar as informações, esclarecer o público sobre aquilo que garante a transparência e confiança, mas nunca divulgar os segredos do Estado”, afirmou. João Pinto tem razão. Ninguém deve divulgar que os chefes, os superiores hierárquicos e afins, têm de se descalçar para contar até 12, ou pedir ajuda para saber a diferença entre o afã do chefe e a fã do chefe.
João Pinto referiu que, enquanto servidores, devem procurar pautar-se mais por um espírito de lealdade, pelo que os funcionários da IGAE são chamados a não revelarem informações que não sejam autorizadas pelos órgãos competentes.
Incentivou os profissionais da IGAE no sentido de serem mais íntegros e trabalharem de forma coordenada com as outras instituições, no âmbito dos limites da lei, por pertencerem a todos a Administração do Estado.
Referiu que “o professor, governador, administrador, servidor, gestor e funcionário devem procurar proteger o cidadão, porque cabe apenas ao procurador, acusar, e ao juiz, julgar e condenar, o infractor da lei”.
No entanto, acrescentou que o juiz e o procurador possuem também os seus devedores, daí que as denúncias devem ser verdadeiras de forma a ajudar as instituições a combater às más práticas.
João Pinto fez saber que, com estas palestras, o objectivo é alertar sobre desvio, violações da legalidade, regras orçamentais e sobre normas da disciplina e hierarquia na administração pública.
Por sua vez a directora dos recursos humanos da Inspecção-geral do Estado (IGAE), Elsa Neto, descreveu que a ética envolve um conjunto de normas e princípios, destacando o princípio do diálogo, moralidade, urbanidade, motivação, responsabilidade, respeito aos símbolos nacionais e do património público.
Falou igualmente da ética na tomada de decisões, que requer cautelas, prudência e observância da lei, respeitando o princípio da legalidade, sobretudo nos concursos públicos.
Elsa Neto incentivou as instituições a divulgarem mais a ética na administração do Estado, para encorajar e motivar os funcionários a prestarem serviços de qualidade aos utentes.
Em Dezembro de 2015 (dois anos antes do “nascimento” de João Lourenço), e como não poderia deixar de ser (o patrão mandava e o sipaio obedecia), o então embaixador itinerante de Angola, Luvualu de Carvalho, voltava a reproduzir o manancial de asneiras que constituíam a sua missão em prol do “escolhido de Deus”.
Dessa vez, passada a fase da NATO e a antes da próxima descoberta do apoio do Estado Islâmico aos activistas então detidos, Luvualu de Carvalho classificou como “mentiras grosseiras” as acusações da Amnistia Internacional (AI) criticando o impedimento de familiares, jornalistas e observadores no tribunal onde decorria a farsa rotulada de julgamento dos 17 activistas acusados de, entre muitos outros crimes, prepararem uma rebelião e um atentado contra o patrão do embaixador itinerante, o MPLA.
Luvualu de Carvalho reagia, em declarações à agência Lusa em Luanda, ao comunicado emitido por aquela organização internacional, tendo negado que estivesse a ser vedado o acesso ao espectáculo em causa.
“Este comunicado da Amnistia Internacional é uma mentira redonda, porque as famílias dos indivíduos julgados têm acesso ao tribunal, porque a comunicação social tem acesso ao tribunal, a sociedade civil no geral tem acesso ao tribunal”, afirmou. Luvualu de Carvalho na sua quadrada tese que, recorde-se, teve em João Pinto um emblemático e prometedor seguidor.
“São uma mentira absoluta”, afirmou Luvualu de Carvalho, sobre as declarações da directora-adjunta da AI para a África Austral, Muleya Mwananyanda.
Ainda bem que não puxaram pela língua ao Luvualu de Carvalho. Se o tivessem feito ele seria obrigado a revelar que, afinal, a empregada da prima do tio do avô da cunhada do sobrinho de um dos detidos é vizinha de Muleya Mwananyanda. E estão a ver os escarcéu que isso ia dar. Se calhar a Amnistia Internacional teria de fechar as portas.
O dirigente do regime, itinerante na ignorância e residente na estupidez, tal como muitos dos auxiliares e similares colaboradores de João Lourenço, mostrou que ter o cérebro no intestino não é uma exclusividade de João Pinto e considerou ainda tratarem-se de “declarações de má-fé”, garantindo que Angola vai sempre “repudiar com veemência todos os comunicados mentirosos, postos a circular e que não correspondam com a verdade”.
Fez Luvualu de Carvalho muito bem. Faz João Pinto muito bem. É preciso que todos saibam que a verdade é um dom que Deus consagrou em exclusivo aos seus dois únicos representantes na terra, ou seja, primeiro o patrão de Luvualu – José Eduardo dos Santos e, depois, ao novo patrão de João Pinto, João Lourenço.
“Porque nós temos tido abertura suficiente que para termos encontros com quer que seja, quer aqui em Angola, quer na diáspora, para esclarecermos o que acharmos necessário”, frisou.
É verdade. Aliás, na altura constavam da agenda de Luvualu de Carvalho vitais deslocações de esclarecimento a países que, reconhecidos, queriam aprender com ele as melhores técnicas para que todos pensem que dormir com o José Maria é a mesma coisa do que dormir com a Maria José.