O grupo criado pelo Presidente da República, João Lourenço, para analisar as propostas técnicas, económicas e financeiras capazes de viabilizar a construção de refinarias em Angola, esteve reunido na sede da Sonangol E.P., com os representantes das empresas nacionais e estrangeiras interessadas em investir no Sector da Refinação no país.
Segundo um comunicado da Sonangol, “o objectivo central do encontro foi a definição de um alinhamento e a apresentação do conjunto de procedimentos a observar, por parte daquelas entidades”.
Eis o comunicado da empresa:
“A orientação presidencial que levou ao lançamento do concurso para a construção de refinarias em Cabinda e no Lobito teve em consideração: o facto de a actual produção de refinados no país, pela Refinaria de Luanda, representar apenas 20% das necessidades do mercado; os altos custos para o país com a importação de 80% dos referidos produtos; e a existência de iniciativas, já em fase de materialização, de construção de uma refinaria no Lobito, pela Sonangol.
A efectivação dos projectos levará à construção de uma refinaria de alta conversão no Lobito, até 2022, com a capacidade de processar até 200 mil barris de petróleo/dia e outra em Cabinda com capacidade por definir, mediante estudos.
Por outro lado, a Sonangol firmou já um acordo com a petrolífera Italiana, a ENI, para a optimização da refinaria de Luanda, no prazo de 24 meses, que lhe permitirá um processamento de crude superior à sua actual capacidade nominal de 65 mil barris/dia.
Estas realizações visam tornar Angola auto-suficiente em matéria de produção de refinados, estancar a exportação de divisas com a importação destes produtos, agregar valor às ramas angolanas, criar condições para o desenvolvimento da indústria petroquímica, com potencial de se tornar ancora para o desenvolvimento de um vasto leque da actividade industrial nacional, arrecadar divisas através da exportação de excedentes para os mercados regionais e não só, promover o conteúdo local em matérias-primas e geração de emprego, entre outros.
Estiveram presentes no encontro o secretário de estado dos Petróleos, Paulino Jerónimo, o Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Carlos Saturnino, o Director Nacional dos Petróleos, Amadeu Azevedo, membros executivos e não executivos do Conselho de Administração, a Vogal da Sonangol Refinação, Ana Fançony, e mais de centena e meia de figuras afectas às entidades interessadas neste processo concursal para o aumento da refinação em Angola.
As empresas interessadas poderão apresentar melhorias às suas propostas, de acordo com as informações e critérios que foram apresentados pela comissão, até ao próximo dia 10 de Fevereiro, e deverão evidenciar:
Experiência no sector de refinação, capacidade financeira, referência de instituições bancárias que abonam a sua capacidade financeira, relatório e contas dos últimos 3 anos das actividades desenvolvidas e auditadas por uma sociedade de auditoria independente e de experiência comprovada.
CV do pessoal qualificado a nível operacional e de gestão. Empresa/denominação social e estrutura patrimonial (filiais, empresa associadas); Competência e experiência na gestão de refinarias, implementação/construção e fornecimento de equipamentos; indicação de actividades (trabalho desenvolvidos), informação sobre os subcontratados (caso se pretendam), indicação de possíveis litígios judiciais e arbitrais.”