Isto passou-se em plena sessão do julgamento de Kalupeteka “and his boys”. A segunda semana foi teatro de uma troca de “beefs” entre o advogado David Mendes e o juiz da causa, Afonso Pinto.
A Aconteceu na quarta-feira (27.01), quando o juiz pediu ao advogado de defesa que se retractasse sob ameaça de ser suspenso pelo que tinha feito no dia anterior e que ele, juiz, considerava como uma falta de respeito para com o tribunal.
Ora, no dia anterior o advogado da defesa tinha introduzido um processo disciplinar contra o juiz Afonso Pinto depois de este ter saltado dos carretos ao querer interromper uma intervenção de David Mendes. Considerando que ele exagerava, da sua boca saltou a expressão “Cala a boca”, provavelmente nunca ouvida num tribunal angolano.
E vai ele assim… o juiz, no dia seguinte (?!): “Peço ao ilustre advogado que se retracte publicamente sobre o que aconteceu ontem. E o prazo atribuído à suspensão é de 24 horas. Havendo 24 horas fica levantada a suspensão”.
Em resposta, David Mendes disse que não se ia retractar enquanto o juiz não apresentasse ao tribunal a fundamentação
legal dessa suspensão de 24 horas. “Em caso de haver tal fundamentação, então eu poderei dizer qual será o meu posicionamento”, rematou.
Vamos resumir, o juiz disse que se o advogado David Mendes não reconsiderasse a sua postura ele tomaria medidas mais severas, por exemplo, a expulsão do advogado. Este ignorou a ameaça e disse que iria levar avante a sua queixa contra o juiz, porque se tinha sentido injuriado ao ser apostrofado com um “CALA A BOCA!” sonante em plena sessão do julgamento.
E aconteceu o quê? NADA, não havia lei e o arreganho do juiz foi relegado para o estatuto do “arroto de posta de pescada”! Assim, apesar desta troca de mimos envinagrados, a sessão continuou nas calmas.
Estudar? Não. Isso é proibido
Todos nós sabemos que o nível intelectual médio dos revùs é bastante mais alto do que o dos seus acusadores “Émeplásticos”, isto dito assim, de chofre, a partir da irrefutável mediocridade patenteada pela frouxa para não dizer nula validade das acusações por assim dizer inventadas para os meter à força na prisão.
Como se isso não bastasse, recebemos uma mensagem do post do Sedrick de Carvalho, Golo, dando-nos a saber quão grande, fétida e nula é a maldade dos esbirros do regime JES/MPLA.
«Foram remetidos ao tribunal vários requerimentos a solicitar autorização para deslocações às universidades com vista a proceder a confirmações de matricula, actualizações de bolsas de estudo e provas em regime de exames extraordinários. Os nossos advogados deram entrada dos requerimentos há cerca de duas semanas. O Hitler aguarda até agora pela entrega do cartão de estudante e bilhete de identidade apreendidos pelo SIC. Sem estes documentos, Hitler não consegue fazer a confirmação da matrícula, e mesmo que entregarem, precisava deslocar-se até à UAN – Faculdade de Ciências Sociais. Infelizmente, fruto dessa maldade do tribunal, o processo de confirmação fechou no dia 29 de Janeiro. Quanto ao Arante Kivuvu, também estudante da UAN mas na Faculdade de Filosofia, precisa actualizar a bolsa de estudo. Estava a fazer o primeiro ano, e, se depender sempre do tribunal, este ano ficará outra vez sem estudar. Benedito Jeremias também está dependente do tribunal para prosseguir a formação superior. Estudante do CIS, curso de Ciências Políticas, o preso político pretende realizar exames extraordinários do 4 ano, último. Sedrick de Carvalho aguarda pela autorização do tribunal para se deslocar à universidade Jean Piaget, onde frequentava o 5º ano de Direito, o último, até ao momento da prisão. Foi endereçado ao tribunal um requerimento a solicitar autorização para ir a instituição Académica localizada em Viana-Capalanca, mesmo município onde reside, com objectivo de realizar os exames extraordinários que iniciam segunda-feira, dia 15 de Fevereiro. Até à data, Sedrick tem estudado para os exames, com ajuda dos colegas, numa fé cega de que a autorização chegará a qualquer altura. Para além destes requerimentos, estão pendentes as autorizações do tribunal para devolução dos documentos (multicaixas, bilhetes, passes de serviços, e outros), computadores, livros, telefones, roupas, calçados, dinheiro, etc.». Não dão deferimento por que razão?