UNITA PROMETE TRAVAR 3° MANDATO DE JOÃO LOURENÇO EM 2027

O líder do principal partido da oposição em Angola, promete travar com uma onda de manifestações populares nas ruas qualquer manobra do MPLA por via da Assembleia da República para permitir a João Lourenço concorrer a um terceiro mandato nas Eleições Gerais de 2027. Adalberto Costa Júnior mostrou esta determinação durante a realização da Marcha de Abertura do Ano Político do partido em Luanda, neste sábado, no município de Cacuaco.

Por Geraldo José Letras

Em alusão às comemorações do “Dia do Patriota” em homenagem ao líder fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, e para proceder à abertura do ano político 2024, o Secretário Provincial do Galo Negro em Luanda, Adriano Abel Sapiñala, realizou um acto de massas no município de Cacuaco.

Além do Secretário Provincial da UNITA em Luanda, o acto contou com a presença do Presidente do partido, Adalberto da Costa Júnior, do Secretário-geral da JURA (Juventude Unida Revolucionária de Angola), Nelito Ekuikui, e demais membros do partido, além de milhares de militantes e simpatizantes.

No fim da marcha que decorreu sob lema “2024, ano da Mobilização Nacional para as Autarquias”, o líder da UNITA que se assume preocupado com a Lei da Segurança de Estado que poderá ser aprovada na próxima semana, prometeu continuar atento a possíveis manobras do MPLA por via da Assembleia Nacional que permita a João Lourenço vir a concorrer para um terceiro mandato nas próximas Eleições Gerais marcadas para 2027.

“Há muitos debates sobre o terceiro mandato, significa que isso não é uma ilusão, há alguém que quer forçar o terceiro mandato, e nós estamos a dizer, que o terceiro mandato connosco não vai passar!”, disse Adalberto da Costa Júnior que continuou; “Mas é possível, para não passarem leis ilegais como aqueles que estão a ser hoje inscritas na agenda da Assembleia, nomeadamente: a Lei da Segurança de Estado, uma lei perigosa para todos os angolanos sem excepção, estão em risco com esta lei, até mesmo os polícias, militares e os militantes do MPLA, ficarão em risco com esta lei, porque é uma lei que está a trazer para um tempo normal, as condições do Estado de Sítio, Emergência, Guerra. É uma Lei que permite anular os Direitos Cívicos, e vocês concordam com isso? Uma lei que diz que todo cidadão tem que ir queixar-se do seu amigo, do pai e a da mãe porque se houver alguma coisa o culpado é ele porque não veio queixar-se, ele pode ser preso imediatamente, bastou a tua consciência não estar de acordo com o chefe que dirige, podes ir para cadeia, está bem assim? Uma Lei que agarrou no Votou e Sentou e configurou como crime. É mesmo normal isto? Têm medo de quê? Têm medo do Povo meus amigos. Uma Lei que será votada na próxima semana e já foi discutida na especialidade. Uma Lei que diz que Internet pode ser cortada totalmente no país num determinado dia, uma Lei que diz que determinada altura às estradas podem ser bloqueadas todas no interesse de alguém”.

“Estamos a partilhar convosco para chamar a atenção que este regime está a caminhar para trás a passos largos, este regime não defende Angola e os angolanos, e é por causa disso que nós temos que nos manter unidos, atentos e disponíveis para participar. É por causa disso que nós temos de recuperar a presença nas ruas se for necessário. Sair para as ruas não é crime e nem é violação de nenhuma lei, você pode sair para às ruas respeitando a lei, basta informar e não precisas de autorização, porque a autorização é uma invenção de quem não sabe o conteúdo da lei que aprovou. Nós vamos precisar de voltar para as ruas, porque há quem esteja a esquecer o Direito do seu Povo. Está-se a matar as pessoas à fome, está-se a excluir os angolanos, está-se a deixar de dialogar. Em Política o diálogo é obrigatório e nós temos estado a dizer que estamos disponíveis para sentar e discutir sobre Angola, mas há quem não queira falar com ninguém porque pensa que é deus na terra, é um erro completo. Este é um dos sinais do regime que está ficar podre, está a dar sinais que está no fim!, são muitos indicadores de um Estado repressivo comandado pela segurança de Estado em que as pessoas são fiscalizadas e não têm liberdade. Esta é que é a realidade do nosso país maravilhoso”, alertou os seus militantes, Adalberto da Costa Júnior.

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