SE “HAVER” NECESSIDADE CHAMEM O… JOÃO!

O primeiro ciclo formativo no Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR-Huambo) inaugurado, recentemente, pelo Presidente da República, general João Lourenço, está previsto para finais de Março do corrente ano, com cursos de curta e longa duração.

A informação foi prestada hoje, terça-feira, à ANGOP, pelo director-geral da instituição, Ikuma Bamba, ao referir que numa primeira fase o centro vai garantir os serviços mínimos no domínio da formação básica, enquanto se aguarda pela realização de um concurso público.

Explicou que a realização do concurso público visa, essencialmente, o enquadramento do capital humano estruturante, um processo a ser tratado pelos ministérios das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, das Finanças e da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, que vão estipular a quota, que não será inferior a 80 e não superior a 100 funcionários.

Lembrou que a instituição tem uma capacidade de 16 salas de aula, que podem acolher 30 formandos por cada turma.

Sem revelar o número de vagas disponíveis nesta primeira fase, disse que o desafio passa pela exploração ao máximo das condições da infra-estrutura, com o preenchimento de todas as salas.

No domínio dos emolumentos, Ikuma Bamba disse que os preços dos cursos variam muito, dependendo das especialidades, pois o Jornalismo profissional pode custar 45 mil Kwanzas/mês, com a duração de 10 meses.

Disse que o CEFOJOR em Luanda ministra, igualmente, cursos de extensão e superação em Jornalismo e de outras especialidades, com uma duração, entre 10 a 20 dias, cujos preços vão de 45 mil a 60 mil Kwanzas, embora existam outros avaliados em KZ 70 mil.

Para o Huambo, esclareceu, a instituição vai adoptar uma estratégia em função dos valores que aplicados em Luanda, com uma redução de 10 por cento em todos os cursos, nesta primeira fase.

Ikuma Bamba disse que para o regime do internato, a instituição definiu a comparticipação dos formandos, para ajudar na gestão e manutenção dos dormitórios.

Referiu também que o CEFOJOR-Huambo, cuja especificidade não permite a realização de cursos em simultâneo, nesta primeira fase, vai receber, tanto formandos encaminhados por instituições públicas ou privadas, como singulares, incluindo com dificuldades financeiras.

Quanto ao recrutamento de professores, adiantou que o mesmo deverá acontecer em função do curriculum de cada candidato, com o objectivo de ajudarem a contribuir na formação de qualidade.

Por isso, fez saber que, numa primeira fase, os docentes serão admitidos na condição de auxiliar, para adquirirem mais experiência, contando, também, com os jornalistas reformados, quer sejam do Huambo, quer sejam de outras províncias do país.

Situado no bairro Macolocolo, arredores da cidade do Huambo, o centro vai assegurar a formação nas áreas de Jornalismo, Relações Públicas, Multimédia, Cinema, Publicidade e Marketing Digital a nível do país e da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

A infra-estrutura, orçada em cerca de 35 milhões de dólares, abarca seis edifícios, um dos quais reservado ao serviço de restauração, dois recintos polidesportivos e seis residências de passagem, com as tipologias T4 e T3, para além de estúdios de TV, Rádio e Imprensa.

Conta, ainda, com 16 salas de aula, 88 dormitórios para 200 estudantes, um auditório com capacidade para 300 pessoas “baptizado” com o nome da professora e escritora Gabriela Antunes, estúdio de fotografia, para além de biblioteca, enfermaria e a digital.ao.

A digital.ao, supervisionada pelo Instituto Nacional de Fomento da Sociedade de Informação (INFOSI), é uma plataforma que finaliza a incubação de startups. A plataforma recebe muitas solicitações de projectos tecnológicos, facto que revela o aumento da veia criativa da juventude.

As instalações do CEFOJOR-Huambo foram projectadas para estimular o crescimento académico e prático dos estudantes para o aprimoramento das habilidades jornalísticas.

Os estúdios de TV e Rádio e a sala de Imprensa do CEFOJOR (Huambo) homenageiam os jornalistas Celestino Caeso (TPA), Carlos Pereira (Rádio) e Joaquim Neves António (ANGOP), a par do auditório denominado “Gabriela Antunes”.

O Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR) é uma instituição tutelada pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), que desenvolve as suas actividades à luz do Decreto Presidencial n.º 174/21 de 12 de Julho. Tem como principal desígnio a formação e capacitação técnico-profissional nos campos da comunicação social, multimédia, cinema e competências de comunicação em diversos sectores, de acordo com as necessidades identificadas.

O foco central das suas acções formativas é capacitar e aperfeiçoar profissionais de todos os sectores, preparando-os para novas actividades. Procura promover a aquisição de competências profissionais mais abrangentes e apoiar a actualização e o desenvolvimento das instituições.

Nesse sentido, ampliou a oferta de cursos de 15 para mais de 56, abrangendo áreas como relações públicas multimédia, cinema, marketing e publicidade, sem negligenciar o jornalismo, que continua a ser o principal pilar. Além disso, introduziu formações específicas denominadas “Competências de Comunicação” para atender a necessidades particulares em diversos sectores profissionais.

ENTRE O CEFOJOR E O CENJOR (PORTUGAL)

O Cenjor – Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas (em Portugal) foi criado através da Portaria n.º 667/86, de 7 de Novembro e resulta de um protocolo celebrado entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), a Direcção-Geral da Comunicação Social, o Sindicato dos Jornalistas, a Associação de Imprensa Diária e a Associação da Imprensa Não Diária (actual Associação Portuguesa de Imprensa – API).

Os órgãos estatutários do Cenjor são: o Conselho de Administração, formado por quatro membros e presidido por um representante do IEFP; o Conselho Técnico-Pedagógico, constituído por representantes dos outorgantes, dos formadores e das universidades onde se ensina jornalismo; a Comissão de Fiscalização e Verificação de Contas; e a Directora.

Pelos seus estatutos, constantes do protocolo, o Cenjor é um organismo dotado de personalidade jurídica de direito público, com autonomia administrativa e financeira e património próprio, que tem por atribuições promover actividades de educação e de formação profissional. Em 1998, o Cenjor foi acreditado pela primeira vez como Entidade Formadora, no âmbito do Sistema Nacional de Acreditação de Entidades Formadoras. Enquanto Centro de Gestão Participada do IEFP, cujo diploma de criação prevê o desenvolvimento de actividades de formação profissional, encontra-se abrangido pelo artigo 4.º da Portaria n.º 851/2010, de 6 de Setembro, que revogou a Portaria n.º 782/97, de 29 de Agosto, relativa ao sistema de acreditação.

As acções de formação profissional desenvolvidas pelo Cenjor destinam-se, prioritariamente, a jornalistas e outros trabalhadores das empresas jornalísticas, visando a melhoria do serviço por estas prestado à comunidade, através da formação contínua e dignificação dos profissionais da informação.

A actividade formativa do Cenjor tem como objectivos centrais a qualificação e aperfeiçoamento de profissionais e colaboradores do sector da Comunicação Social, a adequação a novas actividades e tecnologias, a aquisição de competências profissionais mais alargadas, o apoio à actualização e desenvolvimento das empresas. A formação ministrada abrange, essencialmente, as técnicas jornalísticas nas áreas da Imprensa, Rádio, Televisão, Digital, Multimédia e Fotografia.

A actividade do Cenjor é de âmbito nacional, local e internacional. Parte da actividade do Centro destina-se a órgãos de informação locais e regionais, em qualquer ponto do país, visando o aperfeiçoamento profissional dos seus colaboradores. Uma política de cursos “à medida” visa adequar a formação proposta ou solicitada às necessidades concretas das pequenas e médias empresas e redacções do sector.

O Centro tem também uma intervenção de âmbito internacional, na vertente europeia. Participa em programas de formação em parceria com outros centros, institutos e universidades, no âmbito da Associação Europeia de Formação em Jornalismo (EJTA), que envolve meia centena de instituições de formação e universitárias em toda a Europa, ultrapassando as fronteiras comunitárias.

O Cenjor é, ainda, membro fundador do RTRC – Réseau Transméditerranéen de Recherche en Communication (ex-Réseau des Centres Méditerranéens de Formation Multimédia), com sede em Marselha, França.

Nos últimos anos, correspondendo ao diagnóstico de necessidades formativas no sector da Comunicação Social, a actividade formativa do Centro tem vindo a direccionar-se à especialização e actualização em temas relevantes no tratamento jornalístico da actualidade. Assim, privilegiando acordos e protocolos com entidades públicas e privadas de reconhecida competência nas matérias em causa, o Cenjor desenvolve acções de formação especializada – Seminários/Workshops Temáticos – em áreas como economia, ambiente, assuntos europeus, ciência e tecnologia, segurança e política internacional, saúde e assuntos sociais, entre muitos outros.

A cooperação com os Países de Língua Oficial Portuguesa (PLOP) tem sido uma das áreas permanentes da intervenção do Cenjor desde o início da sua actividade, em 1988. O contributo do Cenjor para a formação de jornalistas, e de outros profissionais ligados aos média, de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste tem-se traduzido em muitas dezenas de acções de formação, de que têm beneficiado centenas de formandos.

Mais recentemente, o incremento dos programas de cooperação com Timor-Leste, por via das relações bilaterais e da cooperação delegada em Portugal pela União Europeia, tem reforçado o papel do Cenjor como parceiro privilegiado do desenvolvimento de competências na área da Comunicação e do reforço da implementação da língua portuguesa naquele país.

Neste contexto, o Cenjor recebe formandos dos PLOP ou faz deslocar formadores aos seus países, numa lógica de promoção de formação à medida das necessidades específicas reportadas pelos destinatários, quer através das empresas do sector, quer pelos organismos públicos com a tutela da Comunicação Social e da Formação Profissional.

Entre as intervenções, e a título ilustrativo, conta-se a formação, em 2012, em Lisboa, de 11 jovens profissionais de televisão de Angola, incluindo jornalistas, repórteres de imagem, editores de vídeo e apresentadores; a execução em Díli, em 2012 e 2013, de um total de 12 acções de formação, nas áreas da Língua Portuguesa, Rádio, Jornalismo Económico e em Assuntos Jurídicos e Formação de Formadores em Comunicação; e o acolhimento no Cenjor, de Setembro de 2014 a Janeiro de 2015, de um grupo de 11 jornalistas da Rádio e Televisão de Timor-Leste.

Em Janeiro de 2014, deslocaram-se a Luanda três formadores para execução de um curso de Técnicas de Jornalismo Multimédia na sede da ANGOP (Agência Angola Press), com o objectivo de promover a utilização das novas tecnologias multimédia, nos domínios da escrita jornalística online e da edição digital de fotografia e vídeo.

Em 2015, o Cenjor realizou, em Díli, uma acção de formação de 90 horas em Edição de Televisão para jornalistas da RTTL. Por sua vez, deslocaram-se a Lisboa dois grupos de formandos, para formações na área da Formação de Formadores e de Comunicação e Interacção com os Media, num total de 330 horas de formação. O ano terminou com a realização, em Bissau, nos meses de Novembro e Dezembro, de seis formações nas áreas de Imprensa, Rádio e Televisão, que envolveram 134 formandos guineenses, num total de 270 horas de formação.

O Cenjor possui ainda protocolos de colaboração com a Escola de Jornalismo de Moçambique e com o Cefojor (Centro de Formação de Jornalistas de Angola).

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