Poderemos classificar João Lourenço como intelectualmente desonesto e historicamente falacioso, quando se vitimiza, questionando “onde estaria Angola hoje se o país não tivesse sido vítima da Guerra Fria”? Nós acreditamos que sim. A verdadeira História, como ciência, não se compadece com “a culpa é sempre dos outros” para “proteger do fogo os rabos de capim”.
Por José Filipe Rodrigues
João Lourenço, que demonstra nas aparições públicas estar muito longe de ser um génio como pensador, exerce o poder não como um líder, apenas como chefe das Ordens Superiores. São demasiadas as afirmações patéticas quando pensa, erroneamente, estar a demonstrar ser um intelectual de inteligência estratosférica.
O chefe do MPLA, durante a Guerra Fria, não foi para a União Soviética para adquirir conhecimentos como assistente social, economista, engenheiro espacial, engenheiro civil, em agricultura e silvicultura ou numa outra ciência que promova a qualidade de vida em geral da população. Foi para a União Soviética, depois de 1975 (… e de 1977), estudar na Academia Militar Lenine para aprender a matar melhor e mais, na guerra civil iniciada pelo MPLA, com o objectivo de evitar a realização de eleições democráticas, que, de acordo com diversos indicadores, o MPLA perderia.
Nós sabemos, porque fomos observadores directos, que o processo que conduziu à guerra civil iniciada pelo MPLA foi planeado com a conivência dos progressistas da esquerda demagógica de Portugal, que em eleições democráticas foram derrotados, impedindo assim a implantação de uma ditadura comunista neste país europeu. Em Angola a ditadura matumba comunista continuou até ao fracasso da União Soviética, para depois mudar de chipala, com os mesmos objectivos de perenidade da prepotência e patrulhamento de mentalidades através das Ordens Superiores.
Nós sabemos, porque fomos ouvintes atentos da Emissora Oficial de Angola, que, antes da independência, o MPLA, através de Lúcio Lara e outros sanguinários, não se cansava de ameaçar todos os que não apoiavam este partido oportunista de morte e seria capaz de destruir tudo o que existia em Angola para ocupar o poder. Diziam então que iriam reconstruir tudo muito melhor para o povo. O sofisma não esclareceu que o povo era um grupo muito restrito de militantes do partido que depois iriam especializar-se na cleptomania. O que reconstroem e constroem de novo fica muito aquém das necessidades dos angolanos em geral. Angola, em qualidade de vida para a população em geral, em todo o mundo, está no humilhante lugar 155, entre os piores dos piores. João Lourenço deveria sentir muita vergonha por tanta incompetência do partido que está a parasitar no poder há tantos anos.
O que seria Angola se não tivesse ocorrido a Guerra Fria? A pergunta deve ser outra. O que seria Angola se os dirigentes do MPLA não tivessem roubado mais de 100 mil milhões de dólares dos cofres do Estado e investissem esse dinheiro no bem-estar da população em geral? Também se pode questionar como poderia João Lourenço conseguir obter uma fortuna pessoal avaliada em muitíssimos milhões de dólares se a “paz” não oferecesse aos dirigentes do MPLA a liberdade para roubar impunemente? Ele diz que não apresenta a declaração pública de bens, como fazem dirigentes políticos em outros países democráticos, para não ser prejudicado. Será que enriqueceu prejudicando os angolanos em geral?
A tentativa do MPLA implantar em Angola a ditadura de esquerda demagógica, marxista-leninista, também fracassou porque os sofismas acabaram por ser desmascarados e a maioria das pessoas percebeu que eram falácias que ampliaram a pobreza. Os angolanos pagaram e estão a pagar muito caro as consequências desse período de demasiada leviandade, muita incompetência e criminalidade, do que o MPLA é responsável. Agora os sofismas são outros mas, muitas vezes, tão infantis que toda a gente percebe que são demasiado hipócritas e demagógicos. Nem prestam para mentir tentando engodar o povo em geral.
Agora o MPLA não se cansa de prometer que quer dialogar com as “bases”. Toda a gente sabe que o MPLA muda de ideologia, mantendo “as cuecas sujas” que encobrem “as bases”, com a mesma frequência com que uma pessoa com os cuidados mais básicos de higiene muda a roupa interior para a enviar para a lavandaria.
O chefe do MPLA diz que trouxe para Angola um diploma, made in União Soviética, de um mestrado em história? O seu percurso político mostra que adquiriu conhecimento em “estórias muito mal contadas” e não consegue ser Mestre porque, a maioria delas, são muitíssimo pouco convincentes e/ou anedóticas.
A nossa pergunta é: João Lourenço seria reconhecido como um importante Chefe, em todo o mundo, se os naturais de Angola residentes no estrageiro não tivessem liberdade de pensamento crítico e de opinião?
Cuidado com os rabos de capim porque há muitas queimadas em Angola no tempo do Cacimbo…