“TOUS LES VISAGES DE L´AMOUR…”

O presidente do Clube de Empresários França-Angola (CEFA), Hugo Teles, acaba de descobrir a pólvora (ou a roda) ao apontar a necessidade de o país continuar a abrir-se ao investimento estrangeiro, para fortalecer o processo de diversificação da economia. Brilhante. Bem que o Presidente do MPLA (no Poder há 48 anos) deveria atribuir uma condecoração ao autor…

Ao falar à margem de um evento cultural “Beaujolais Nouveau”, que teve como objectivo a promoção de um bom ambiente de negócios entre Angola e França, considerou necessário produzir comida rapidamente para que a economia deixe de depender da produção petrolífera e diamantífera. Os 20 milhões de angolanos pobres agradecem a deferência e admitem já encontrar nas lixeiras onde procuram comida produtos “made in França”.

O CEFA partilhou em Luanda com a alguma elite comunidade angolana uma tradição francesa que marca a chegada da época do “Beaujolais Nouveau”, com a participação da representação diplomática da França em Angola, Sonangol e Total Energies.

“É necessário que haja esse intercâmbio, o caminho é esse, Angola tem que se abrir ao investimento”, assinalou Hugo Teles, para quem abrindo portas a toda a gente é muito mais fácil fazer o país crescer. O Folha 8 não conseguiu confirmar, mas consta que alguém comentou que era urgente “planter deschou avec la racine vers le haut”.

Hugo da Silva Teles, que é também o presidente da Comissão Executiva do Banco BIC, lembrou que a França, a par da indústria petrolífera e petroquímica, tem um histórico forte na agricultura, pecuária e indústria têxtil que pode ser bem aproveitado para a diversificação da economia nacional, acrescentando que, com a criação do CEFA, estão reunidas as condições para que as empresas francesas possam investir cada vez mais em Angola.

“O objectivo é sempre trazer um novo “Know-How” e de intercâmbio quer de um e de outro lado”, sustentou o Presidente da Comissão Executiva do Banco BIC, banco que certamente não se recusará a dar uma ajudinha.

Hugo Teles afirmou que os resultados dessa parceria entre os empresários franceses e angolanos já são visíveis e satisfatórios: “O CEFA começou com uma dúzia de membros e hoje já arrasta muita gente (empresários nacionais e estrangeiros), constituindo-se num espaço privilegiado para o networking (partilha de informações ou serviços entre pessoas, empresas ou grupos)”.

Para presidente da Comissão Executiva do Banco BIC, o trabalho do CEFA é semelhante ao de uma Câmara de Comércio e Indústria, explicando que há muitas empresas francesas a operar em Angola com uma vasta experiência, como é o caso da Total e não só, porque trabalham todas para fazer o negócio fluir e, ao mesmo tempo, formam pessoas e concedem bolsas de estudo e formação on-job para empresas. Enfatizou, aliás, que a Sonangol é membro fundador do CEFA e tem sido um parceiro constante ao longo desses anos.

Por seu turno, o presidente do Conselho de Administração da Sonangol-EP, Sebastião Gaspar Martins, salientou que a criação do CEFA é uma forma de se promover a economia nacional. Nova descoberta, igualmente brilhante. Daí acrescentar que com a melhoria das relações entre os empresários franceses e angolanos o negócio e a economia angolana saem a ganhar.

“A tendência é o CEFA aumentar o número dos seus membros, não só as empresas francesas, mas as angolanas também têm estado a fazer parte do Clube e é nessa interacção que os negócios se fazem com benefícios mútuos”, exprimiu Sebastião Gaspar Martins.

O PCA da Sonangol esclareceu, na ocasião, que o Clube de Empresários França-Angola não se dedica especificamente no segmento de petróleo e gás, abarcando ainda uma gama de actividades desde a agricultura, indústria, prestação de serviços, bebidas, entre outros. Daí ter salientado que o objectivo do encontro era (é) criar uma boa interacção entre pessoas e fazer deste intercâmbio uma boa oportunidade de negócios para ambas as partes.

Para ele, quem cria a solidez são os empresários de ambos os países que têm necessidade de, aos poucos, irem mostrando que a parceria está valer a pena.

O programa do Clube dos Empresários França-Angola inclui, para além da tradição do “Beaujolais Nouveau” novo vinho francês, encontros para a promoção da gastronomia angolana.

Este ano, a celebração do “Beaujolais Nouveau” com os empresários angolanos ocorreu no Centro Cultural Paz Flor, em Luanda, com o intuito melhorar a interacção entre as duas comunidades para promover o melhor ambiente de negócios entre os dois povos.

A tradição do “Beaujolais Nouveau” remonta aos anos 1950, quando a região decidiu celebrar o fim da colheita com um vinho jovem e fresco, que fosse engarrafado e comercializado rapidamente após a colheita. O objectivo era captar a vivacidade e o sabor do novo vinho e compartilhá-lo com o mundo.

O lançamento do “Beaujolais Nouveau” é uma celebração anual que acontece na terceira quinta-feira de Novembro, marcando a chegada do novo vinho. O evento é celebrado não apenas na região de Beaujolais (França), mas em todo o mundo, com festas, eventos e degustações.

O Clube de Empresários França-Angola (CEFA) foi criado em Setembro de 2018 sob o impulso dos embaixadores de Angola em França e da França em Angola, na sequência da visita oficial a França (em Maio de 2018) das três mais emblemáticas figuras angolanas: O Presidente da República, João Lourenço, o Presidente do MPLA, João Lourenço, e o Titular do Poder Executivo, João Lourenço.

O CEFA trabalha em colaboração com a Embaixada da França em Angola e os Conselheiros do Comércio Externo da França (CCEF) e tem como objectivo fortalecer o investimento de empresas francesas em Angola e vice versa. O Cube aconselha e apoia as empresas angolanas e francesas que já estão estabelecidas ou têm a intenção de se estabelecer em Angola e em França, bem como a promoção do comércio, do investimento financeiro e da indústria entre Angola, França e a União Europeia.

Conta ainda com o apoio das maiores empresas angolanas e um grande número de empresas francesas, assim como associações empresariais, que têm uma grande experiência em Angola, favorecendo um ambiente de negócios de parceria entre Angola e França para todos os membros do Clube.

Folha 8 com Angop

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