FESTA NO BORDEL. TCHIM-TCHIM AO JÚ E À CAROLINA

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que Angola tem de voltar à austeridade neste e no próximo ano. Ou seja, os bordéis do MPLA – o do senhora Carolina, tal como o do dono do reino – têm de continuar a roubar ao povo para poderem ter no trono garrafas dignas do rei João (Lourenço), como as de Gout de Diamant Brut Diamond Champagne, em que cada uma só custa 1,5 milhões de euros, com rótulos em ouro de 18 quilates fixados com diamantes de 19 quilates…

Assim, o Governo tem de voltar ao ajustamento orçamental neste e no próximo ano e que é “imperativo” cumprir as metas orçamentais e garantir a sustentabilidade da dívida pública. nada que os 20 milhões de pobres não consigam suportar…

“No que diz respeito às pressões orçamentais, a grande flexibilidade orçamental de 2022 deixou Angola mais exposta a choques externos; o regresso ao ajustamento orçamental em 2023 e 2024, conforme previsto, é fundamental para manter a sustentabilidade da dívida”, disse o economista Thibault Lamaire à margem dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorreram em Marraquexe.

Para este economista do departamento africano e um dos autores do relatório sobre as Perspectivas Económicas Regionais para a África subsaariana, Angola tem de mantar a disciplina orçamental e o programa de reformas para relançar o crescimento económico e captar investimento.

“A curto prazo, é imperativo uma combinação de políticas e reformas para cumprir as metas orçamentais e da dívida de Angola e assegurar a sua sustentabilidade e estabilidade, o que pode incluir medidas de política fiscal não relacionada com o sector petrolífero, a reforma dos subsídios aos combustíveis, e reformas orçamentais estruturais”, disse Thibault Lamaire, vincando que “devem ser implementados sistemas de apoio social apropriados para mitigar o impacto na população mais vulnerável da reforma dos subsídios aos combustíveis”.

Em declarações à Lusa, o economista afirmou que “a continuação da elevada dependência do sector do petróleo constitui um problema para o desenvolvimento económico” e salientou que “a diversificação do sector petrolífero para outros sectores com elevado potencial, como a agricultura e as tecnologias de informação e comunicação, é crucial a médio prazo”.

O FMI prevê que o crescimento económico de Angola abrande este ano para 1,3% e estabilize à volta dos 3,4% a médio prazo: “As perspectivas a curto prazo reflectem principalmente a queda da produção petrolífera observada neste período, ao passo que as perspectivas a médio prazo são apoiadas pelos planos das autoridades de avançar com reformas estruturais de promoção da diversificação”, explicou.

Para o FMI, com a produção petrolífera em queda, Angola tem de dar prioridade às reformas estruturais porque “a redução da dependência do sector petrolífero é essencial e deve continuar a ser a prioridade das autoridades a médio prazo, de modo a reduzir as vulnerabilidades decorrentes da maior volatilidade deste sector”.

Entretanto, em homenagem à pírrica vitória do MPLA na pornográfica peça levada à cena no bordel da senhora Carolina Cerqueira, intitulada “O presidente daqui não sai, daqui ninguém o tira” (“Processo de destituição do Presidente da República”, no título original da UNITA), os mais eruditos sipaios da seita que governa Angola há 48 anos, capitaneados pelo eterno hermafrodita intelectual Jú Martins, João Lourenço prepara um humilde, mas de gala, jantar comemorativo.

Em Julho de 2008, os líderes das oito economias mais industrializadas do mundo (G8), reunidos no Japão numa cimeira sobre a fome, causaram espanto e repúdio na opinião pública internacional, após ter sido divulgada pelos órgãos de comunicação social a ementa dos seus almoços de trabalho e jantares de gala.

Reunidos sob o signo dos altos preços dos bens alimentares nos países desenvolvidos – e consequente apelo à poupança -, bem como da escassez de comida nos países mais pobres, os chefes de Estado e de Governo não se inibiram de experimentar 24 pratos, incluindo entradas e sobremesas, num jantar que terá custado, por cabeça, a módica quantia de 300 euros.

Trufas pretas, caranguejos gigantes, cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba e uma selecção de queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas eram apenas alguns dos pratos à disposição dos líderes mundiais, que acompanharam a refeição da noite com cinco vinhos diferentes, entre os quais um Château-Grillet 2005, que estava avaliado na altura em casas da especialidade online a cerca de 70 euros cada garrafa.

Não faltou também caviar legítimo com champanhe, salmão fumado, bifes de vaca de Quioto e espargos brancos. Nas refeições estiveram envolvidos 25 chefs japoneses e estrangeiros, entre os quais alguns galardoados com as afamadas três estrelas do Guia Michelin.

Segundo a imprensa britânica, o “decoro” dos líderes do G8 – ou, no mínimo, dos anfitriões japoneses – impediu-os de convidar para o jantar alguns dos participantes nas reuniões sobre as questões alimentares, como sejam os representantes da Etiópia, Tanzânia ou Senegal.

Os jornais e as televisões inglesas estiveram na linha da frente da divulgação do serviço de mesa e das reacções concomitantes. Dominic Nutt, da organização Britain Save the Children, citado por várias órgãos online, referiu que “é bastante hipócrita que os líderes do G8 não tenham resistido a um festim destes numa altura em que existe uma crise alimentar e milhões de pessoas não conseguem sequer uma refeição decente por dia”.

Para Andrew Mitchell, do então governo-sombra conservador, “é irracional que cada um destes líderes tenha dado a garantia de que vão ajudar os mais pobres e depois façam isto”.

A cimeira do G8, realizada no Japão, custou um total de 358 milhões de euros, o suficiente para comprar 100 milhões de mosquiteiros que ajudam a impedir a propagação da malária em África ou quatro milhões de doentes com Sida. Só o centro de imprensa, construído propositadamente para o evento, custou 30 milhões de euros.

Pois então, o Presidente do MPLA vai agora reeditar essa ementa, admitindo-se que possa condecorar – para além de Jú Martins – a própria dona do bordel, a madame Carolina.

Folha 8 com Lusa

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