A (des)ilusão do aprendiz de presidente

Já vai muito longe, o tempo em que João Lourenço queria que acreditássemos que era o presidente da mudança, o tempo em que tentava mostrar-nos que era um presidente normal que podia parar na estrada perante o sinal vermelho do semáforo.

Por Osvaldo Franque Buela

Esses tempos de aprendizagem do cargo de presidente já fazem parte da história, e que infelizmente ninguém irá lembrar-se, dados os danos já causados pelo seu estilo de governação. Um estilo de governo marcado pela covardia, pela traição, pelo aumento da violência de todos os tipos, da pobreza aos massacres de cidadãos por uma barbárie sem paralelo … que desilusão!

O seu antecessor, José Eduardo dos Santos, o homem que o fez, e devemos reconhecer este facto, tinha uma certa classe e uma grande subtileza quando despedia colaboradores inconvenientes, ou que não partilhavam das suas opiniões.

Eduardo dos Santos preferia nomeá-los nas embaixadas, ou em organismos com pouca visibilidade para não perder prestígio, em vez de os humilhar como acontece com o nosso aprendiz, e não é o Manuel Augusto, ex-ministro das Relações Exteriores que vos dirá o contrário, nem Marcolino Moco, ex-primeiro-ministro e ex-administrador não executivo da Sonangol, que já conhece as duas formas de despedimento por expressar livremente suas opiniões… que desilusão!

Eduardo dos Santos não era mesquinho com promessas garridas e fumegantes, antes usava metáforas, slogans vazios com fundo pequeno mas sem grandes mentiras costuradas a fio branco, era um profissional e um autoritário bem assentado no seu poder, e sabia soprar o calor e o frio, e levamos 40 anos para ver os seus danos e contestá-los.

Gostaria de salientar que não estou aqui a defender o seu balanço, nem a apologia da sua governação, mas apenas uma comparação dos métodos de um mesmo sistema de ditadura.

O nosso aprendiz de presidente é mesquinho com promessas, e levamos apenas três pequenos anos para o descobrir, e as consequências são imensas e incalculáveis.

Cabinda, não se tornou um bom lugar para viver e deixou de ser um assunto pessoal para ele como prometido… Benguela não se tornou a prometida Califórnia…

Mas, por outro lado, Cafunfo tornou-se o laboratório do crime e da barbárie, um exemplo do que certamente nos espera, quando em 2022, o povo sairá pacificamente pelas ruas, para recusar a fraude eleitoral.

Estamos a avançar lenta e seguramente em direcção às eleições de todos os perigos e todas as apostas…

Que Deus abençoe Cabinda e Angola.

Nota. Todos os artigos de opinião responsabilizam apenas e só o seu autor, não vinculando o Folha 8.

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