BD e GAPPA reagem às condenações

O Bloco Democrático e o GAPPA-Grupo de Apoio aos Presos Políticos Angolanos, reagiram de forma violenta às condenações dos jovens activistas. Reflectem, aliás, o sentimento generalizados dos angolanos de bem.

“Foi com grande atenção que o Bloco Democrático (BD), recebeu pela imprensa e pelas redes de activistas a informação de que hoje terão sido condenados os vários activistas cívicos do Caso ou Processo dos 15+Duas, sem esquecer a condenação já com Dr. Mavungo em Cabinda. Este resultado já era de esperar baseando-nos na experiência e nos sinais que estavam a ser dados. E não estamos satisfeitos com o que aconteceu, nada satisfeitos mesmo! Enviamos uma palavra de conforto às mães, às esposas, aos filhos e demais família, companheiros e amigos dos hora condenados.

Estamos também extremamente preocupados com os estados de saúde de Nuno Dala e Manuel Nito Alves, a que exigimos assistência médica de qualidade de forma imediata! Estamos também preocupados com o activista Osvaldo Caholo, que vai ainda passar por um segundo julgamento, sozinho.

O BD quer anunciar ao Povo Angolano e ao mundo, que este “resultado” do julgamento do Processo dos 15+Duas, marca uma nova fase da resistência pacífica da cidadania e da democracia de Estado de direito.

O Povo Angolano vê assim nascer 18 potenciais prémios Nobel Da Paz. Nobel da Paz, importante galardão internacional que é oferecido àquelas pessoas que do coração procuram soluções para o sofrimento dos povos por vias das não violências.

Somos um povo abençoado, temos duas Aung San Suu Kyi: a jovem activista cívica Laurinda Gouveia e a jovem activista cívica Rosa Conde. E temos muitos Nelson Mandelas, desde Cabinda também com o Dr. Mavungo.

Para líderes do pacifismo, a cadeia, só faz crescer a mobilização popular. Recordemos os feitos de Nelson Mandela e de Aung San Suu Kyi.

Foi este mesmo grupo de jovens activistas quem de forma pacífica salvaram a vida a um suposto agente da investigação secreta quando o mesmo terá sido apanhado pela população no bairro de residência de Manuel Chivonde Nito Alves.

Foi este mesmo grupo de jovens activistas cívicos que repetidamente foram enviando cartas ao povo angolano apelando a uma resistência social pacifica, sempre sem violências.

Tem sido este mesmo grupo de jovens activistas cívicos quem repetidamente se têm manifestado contra golpes de Estado.

Tem sido este mesmo grupo de activistas cívicos quem tem desenvolvido acções de solidariedade com as Mamãs sofredoras das Lundas, as causas de sofrimento em Cabinda, as causas dos estudantes, as causas dos professores, as causas do trabalhadores, sem errar, este núcleo de activistas muitos deles apartidários têm sido muito activos e ajudar quem precisa e em fazer crescer a cidadania em Angola, sempre de forma pacifica.

E, foram estes mesmos jovens activistas cívicos que num dia enquanto eram detidos diziam aos agentes de polícia que se um dia os agentes fossem alvo de injustiça esses jovens iriam protestar em defesa dos agentes de polícia.

Estamos perante sérios candidatos ao Prémio Nobel da Paz! JES MPLA seu grupo hegemónico, constituem hoje cada vez mais a razão de instabilidade a todos os níveis em Angola. O Presidente do MPLA, o Sr. Eng. José Eduardo dos Santos, afasta-se aos olhos do povo e do mundo cada vez mais do título de “Arquitecto da Paz”. A saúde está a cair, centenas e centenas de mortos. A higiene, está a cair, toneladas e toneladas de lixo se amontoam por toda Angola. A economia está a cair, milhares perdem os seus empregos, empresários são forçados a fechar negócios e muitos a abandonar o país.

Estamos perante uma governação falhada, que de 2002 até hoje prometeu e não entregou, e quando entregou pouco aguentou muito tempo, basta ver as estradas que na sua maioria hoje estão danificadas. Longe de sermos ingénuos e cairmos na ilusão de culpar ex-Ministros, dirigimos sim todas as culpas a quem tem sido o timoneiro do barco: O Sr. Eng. José Eduardo dos Santos.

Uma mudança de atitude, ainda é possível pela parte de JES MPLA, bastará:

1. libertar esses jovens e Dr. Mavungo, anunciar ao povo que não se voltará a candidatar em 2017 e que não irá empurrar seus familiares ou seus delfins aos país e ao MPLA;

2. ordenar o fim imediato de todas as perseguições a activistas, ONG, associações e partidos políticos;

3. anunciar um plano sério de emergência para a saúde;

4. anunciar que a CNE passa a estar sob controlo independente, deixando de ser partidária;

5. anunciar eleições de autarquias este ano;
6. anunciar eleições sérias para 2017, dando total liberdade, oportunidade e direito de antena a todos os partidos políticos

Se o Sr. Eng. José Eduardo dos Santos aplicar estas seis, será como Mikhail Sergeyevich Gorbachev ou Frederik Willem de Klerk, que souberam em tempo certo, sentir os sinais do tempos e com espírito de liderança e coragem fazerem os seus países tomarem um rumo melhor, e por isso hoje ambos são Prémio Nobel da Paz e reverenciados nacional e internacionalmente. Aí sim, se JES abraçar esses seis, aí sim o Sr. Eng. José Eduardo dos Santos, será ele também e o seu grupo hegemónico, também galardoados com os 18 activistas com o Prémio Nobel da Paz e JES será acalmado eternamente como o Arquitecto da Paz em Angola, e todos faremos uma grande festa nacional pois o país seguirá estável. O tempo urge para as escolhas que só grandes líderes conseguem!”

Comunicado do GAPPA

“O GAPPA-Grupo de Apoio aos Presos Políticos Angolanos, repudia com todas as suas energias a condenação a que foram alvo os 17 arguidos do processo movido por “atentado a vida do Presidente da República”. Se alguma coisa o Julgamento provou foi a ausência de crime à luz da Constituição e da Declaração dos Direitos Humanos. Daí o Ministério Público ter retirado das acusações o crime de “atentado a vida do Presidente da República”.

O GAPPA-Grupo de Apoio aos Presos Políticos Angolanos, reafirma que se tratou duma condenação política e que este julgamento significou o ponto de partida do qual a Democracia é uma miragem em Angola e, por consequência, o recurso ao Tribunal Supremo e Constitucional não vão repor a justiça. O GAPPA está profundamente chocado com o facto do poder Judicial em Angola não significar o garante da defesa das Liberdades e Garantias Fundamentais dos cidadãos.

Por isto, o GAPPA-Grupo de Apoio aos Presos Políticos Angolanos está disposto a, em colaboração com as organizações de direitos humanos da sociedade civil, os partidos políticos democráticos e todos os cidadãos a continuarem as acções com vista a libertação dos presos políticos.

O GAPPA-Grupo de Apoio aos Presos Políticos Angolanos, conclama a todos os cidadãos que, apesar da forte convicção do regime em abdicar da democracia, devemos manter a posição de luta pelos direitos humanos forçando que na prática as liberdades e garantias constitucionais sejam usufruídas, apelando a que todos compareçam a vigília marcada para hoje, em sinal de protesto contra as condenações injustas.

O GAPPA-Grupo de Apoio aos Presos Políticos Angolanos, entende que, a partir de hoje todas instituições regionais e internacionais de protecção dos direitos humanos devem ser palco activo da denúncia da situação em que o nosso país se encontra.”

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