Relações luso-angolanas na Defesa estão (sempre) em alta

Relações luso-angolanas na Defesa estão (sempre) em alta

Portugal e Angola vão aprofundar a cooperação na área da Defesa, segundo um acordo hoje assinado, nomeadamente na formação de militares angolanos, e que poderá permitir a participação conjunta em exercícios de vigilância no golfo da Guiné.

O s ministros da Defesa português, José Pedro Aguiar Branco, e angolano, general João Lourenço, assinaram hoje no forte de São Julião da Barra, em Oeiras (Portugal), um programa-quadro de cooperação na área da Defesa, que vai vigorar entre 2015 e 2017.

O acordo privilegia a formação e treino de militares angolanos, “nos diferentes níveis de ensino — básico, intermédio e superior”, anunciou o ministro João Lourenço na conferência de imprensa que se seguiu à assinatura do documento, adiantando que Luanda tem também interesse nos conhecimentos de Portugal em termos de Marinha de Guerra, “mais concretamente sobre o controlo de fronteiras marítimas” e “está a ver em que medida pode contar com a experiência de Portugal nas indústrias de Defesa”.

João Lourenço referiu ainda que o acordo será efectivado mediante a assinatura de “cinco ou seis protocolos” mais específicos, no próximo mês.

Segundo o governante português, esta cooperação poderá ter “uma expressão prioritária, do ponto de vista geoestratégico, naquilo que é a ameaça iminente” no golfo da Guiné, região afectada por problemas de “narcotráfico, pirataria e segurança do transporte marítimo”.

Aguiar Branco considerou que “será possível traduzir” a experiência da formação “na possibilidade de militares angolanos estarem em navios portugueses para participar em exercícios” de vigilância e fiscalização marítima” naquela região.

Na conferência de imprensa que se seguiu à assinatura do programa-quadro, o ministro angolano afirmou que o seu país “necessita de comprar meios marítimos, navios-patrulha e outros”, mas rejeitou que essa intenção esteja relacionada com a existência de algum problema com algum país vizinho”, nomeadamente com a República Democrática do Congo.

Os dois governantes enalteceram a qualidade das relações e da cooperação entre Lisboa e Luanda no domínio da Defesa.

Aguiar Branco salientou a “excelência da relação na área da cooperação na Defesa” e sublinhou que o acordo hoje assinado representa “uma continuidade” de um trabalho “num pilar estruturante da cooperação”.

Para João Lourenço, que realizou a sua primeira visita oficial a Portugal, “as relações entre os dois países são históricas”.

“Mas nós não podemos de forma nenhuma sentirmo-nos satisfeitos com o nível em que essas mesmas relações estão em determinado momento. Temos o dever de procurar aperfeiçoar e aprofundar cada vez mais o nível das relações entre os nossos dois países”, sustentou.

O general angolano mencionou que, na reunião que antecedeu a assinatura do programa-quadro, Aguiar Branco referira que, “como é normal nas relações entre países amigos, às vezes estas têm altos e baixos, mas a nível da Defesa, só tem altos e até ao presente não se conhecem baixos”, acrescentando: “Vamos trabalhar para que continue a ser assim”.

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