O Grupo Parlamentar da UNITA (GPU) condenou hoje qualquer tentativa de asfixia dos órgãos de comunicação social, privados ou do Estado, por configurar violação da Constituição da República e da Lei e por assim atentar à consolidação do Estado Democrático de Direito, mas manifestou-se atenta às peripécias de disputa de pertença das quais o Novo Jornal tem estado a enfrentar nos últimos dias.
Em nota dirigida à imprensa a que o Folha 8 teve acesso, o Grupo Parlamentar da UNITA salienta que acompanha com atenção as notícias postas a circular por vários órgãos de comunicação social e redes sociais, sobre a disputa em tribunal pela tutela da propriedade do semanário Novo Jornal.
De acordo com a nota, o partido do Galo Negro alega que a disputa foi considerada pela direcção daquele órgão e pelo Sindicato dos Jornalista Angolanos (SJA) como uma tentativa de “asfixia da liberdade e independência do Novo Jornal, um dos poucos jornais que sobraram da saga dos últimos anos, com independência editorial nos marcos da verdadeira liberdade de expressão e imprensa, o que, segundo as instituições acima citadas, têm incomodado as autoridades governamentais, que tudo fazem para mudar a tutela e deter controlo da linha editorial do Novo Jornal.”
“Em face disso, o Grupo Parlamentar da UNITA solidariza-se com os jornalistas e a direcção do Novo Jornal, que vêem as suas liberdades ameaçadas, augurando que o desfecho desta disputa não venha a beliscar a essência da sua independência editorial e, concomitantemente, as liberdades de expressão e imprensa constitucionalmente consagradas. O Grupo Parlamentar da UNITA condena qualquer tentativa de asfixia dos órgãos de comunicação social, privados ou do Estado, por configurar violação da Constituição da República e da Lei e por assim atentar à consolidação do Estado Democrático de Direito. Uma imprensa livre, imparcial e isenta permite que o cidadão seja informado com rigor e verdade, fazer as suas escolhas e emitir as suas opiniões sem pressão nem interferência de quem quer que seja”, lê-se.
Relembrar que No passado dia 6 de Dezembro, houve um rebuliço enorme nas instalações do Novo Jornal, dado que, no seguimento da decisão judicial, dois oficiais de justiça, um agente da Polícia e um representante do empresário Álvaro Sobrinho dirigiram- se à redacção do semanário, no condomínio Bengo, Vila Alice, a fim de notificar Emanuel Madaleno sobre o veredicto do Tribunal, mas esses foram informados por um trabalhador que não era ali que Emanuel Madaleno tinha o seu escritório, e que o grupo Nova Vaga, que publica o Novo Jornal, é administrado por Renato Moreira, que se encontrava ausente do país.
O semanário Novo Jornal passa agora a ser detido exclusivamente pelo empresário e ex-presidente da comissão executiva do falido Banco Espírito Santo de Angola (BESA), Álvaro Sobrinho, conforme sentenciou o Tribunal Provincial de Luanda, resolvido o litígio judicial que envolvia Álvaro Sobrinho e o seu irmão Emanuel Madaleno, que há mais de dez anos dizia ser como dono do jornal.
[…] Source […]