Os bispos angolanos apelaram hoje, em Luanda, ao diálogo político e à luta contra a pobreza e o analfabetismo, contra toda a exclusão social e a especulação monetária descontrolada, que dizem estar a causar sofrimento ao povo.
A final, a fazer fé nos bispos, a pobreza, o analfabetismo, a exclusão social e a especulação monetária são chagas da nossa sociedade, 40 anos depois da independência. Isso não impede, pelo contrário, que o pais tenha uma elite absurdamente milionária. Ou seja, algo vai mal no reino de Eduardo dos Santos.
A posição dos bispos consta do comunicado final da II plenária ordinária dos bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), que elegeu para presidente da instituição o arcebispo de Luanda, Filomeno do Nascimento Vieira Dias, em substituição de Gabriel Mbilingue, arcebispo do Lubango.
No documento, os bispos, que consideraram o actual momento do país marcado de alguma tensão social, agravada pela crise financeira, afirmaram a urgência de os políticos manterem “sempre abertas” as portas do diálogo, para que todos se sintam necessários e envolvidos no processo de transformação da sociedade angolana.
Apelaram igualmente para que as grandes decisões que afectam o Estado angolano sejam feitas e tomadas em consenso para o bem de todos, colocando deste modo “os interesses da pátria acima dos partidários”.
Os prelados, citando problemas de educação cívica que o país enfrenta, nomeadamente alcoolismo, focos de violência, violações sexuais e sinistralidade rodoviária, apelaram à conjugação de esforços de todos os angolanos para a manutenção do clima de paz e respeito pelos direitos constitucionalmente garantidos.
Numa nota pastoral dedicada aos 40 anos de independência, que Angola assinala na quarta-feira, os bispos reiteraram o apelo a uma reflexão profunda sobre os desafios ainda existentes para se dignificar e se honrar a grande conquista dos angolanos, fazendo chegar os seus benefícios a todos.
Ainda sobre a independência, os bispos consideraram que a paz e a reconciliação nacional, depois de um longo período de guerra, era a componente que faltava para completar a alegria pela independência nacional.
Todavia, os bispos sublinharam que a paz e a reconciliação são um processo contínuo, por isso há necessidade de um trabalho com afinco na criação de condições para que todos os cidadãos “tenham o indispensável para uma vida dignamente humana”.
“Repartindo justamente por todos as mesmas oportunidades e os rendimentos que o país produz e assim diminuir o fosso profundo existente entre os extremamente ricos e os extremamente pobres, bem como despartidarizando o Estado e o emprego”, frisaram os bispos católicos.
Outros desafios para a Angola independente, segundo os bispos, estão ligados ao incremento e generalização das escolas de base, dos cursos técnicos profissionais e de alfabetização qualificados, “para que de uma vez por todas se vençam as trevas da ignorância e do obscurantismo, que mantêm comunidades inteiras aprisionadas nas suas crendices opressoras e atrofiantes”.
Na sua mensagem sobre a independência, defenderam a promoção do direito à liberdade de consciência, reunião, livre associação, manifestação, expressão e informação, constitucionalmente garantidos, para que haja “cidadãos devidamente actualizados e avisados sobre os acontecimentos do país e do mundo, podendo assim exercer uma cidadania consciente, responsável e participativa”.
Nao existe razao no planeta para se viver com opressao
Ninguem aceitara nada,pk se fosse boa coisa ninguem falava