ZELENSKY FEZ HISTÓRIA AO ENFRENTAR TRUMP

A discussão entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Sala Oval foi um verdadeiro duelo entre David e Golias. Com a imprensa mundial a assistir, Trump humilhou Zelensky por este ter tido o atrevimento de o enfrentar abertamente. O presidente ucraniano, no entanto, não recuou. Pela primeira vez na história recente, um líder estrangeiro ousou desafiar um presidente dos EUA dentro da própria Casa Branca.

Por Malundo Kudiqueba

“Quem és tu para me questionar?” – terá sido a mensagem implícita no olhar de Trump, que não escondeu a sua irritação. Perante um silêncio tenso, Zelensky manteve-se firme, sem recuar um milímetro. Foi um momento raro e arriscado. Afinal, não é todos os dias que um presidente de uma nação em guerra desafia aquele que financia a sua sobrevivência.

Muitos consideram que Zelensky foi longe demais e poderá pagar um preço elevado pelo seu atrevimento. A ingratidão, para Trump, não é apenas um insulto – é uma traição. O presidente norte-americano já exige explicações detalhadas: onde estão os recibos, as facturas, as provas de como foram gastos os milhares de milhões de dólares enviados para a Ucrânia? A cobrança foi directa, sem rodeios.

Tudo o que Trump faz é calculado ao pormenor. Ele não age por impulso – ele encena. Esta humilhação pública não foi um erro, mas sim uma lição para o mundo sobre as suas tácticas de negociação. Primeiro reduz-te, depois negocia. Não há margem para orgulho quando se trata de dinheiro americano. E Zelensky, por mais que tenha tentado manter-se firme, sabe que no final terá de ceder.

Os EUA não aceitam “não” como resposta. Zelensky pode resistir hoje, mas amanhã terá de aceitar todas as condições que lhe forem impostas. O seu espaço de manobra está a encolher a cada dia. E se esperava que a Europa o ajudasse a equilibrar a balança, enganou-se. A Europa depende dos EUA tanto quanto a Ucrânia – e não está em condições de o defender. O palco está montado, e Zelensky pode ter acabado de perder o jogo sem se aperceber. Segundo o nosso mais velho Simão Pedro Esteves, radicado em França, desta vez foi David quem sucumbiu perante Golias.

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