SAI NYUSI, ENTRA CHAPO

O presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Filipe Nyusi, afirmou que nunca considerou um terceiro mandato como Presidente da República e que a eleição de Daniel Chapo como candidato do partido acaba com a “especulação”.

Filipe Nyusi, ao intervir no encerramento da reunião extraordinária do Comité Central do partido, afirmou: “Terminou a novela das especulações, incluindo a especulação do terceiro mandato (…) Especulavam por medo. A Frelimo respeita as leis e não havia nenhuma razão de especular porque está na lei”.

Aquele órgão aprovou, ao fim de três dias, com 225 votos (94,1%), a escolha de Daniel Chapo, actual governador da província de Inhambane, como candidato ao cargo de Presidente da República pela Frelimo nas eleições gerais de Outubro.

“Vamos todos carregar a ele. Ele é a primeira cara do nosso partido nas eleições do dia 9 de Outubro”, acrescentou Filipe Nyusi, eleito Presidente da República em 2014 e que atingiu o limite constitucional de dois mandatos.

Daniel Chapo, 47 anos, é formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, em 2000. Nasceu em Inhaminga, província de Sofala, centro de Moçambique, em 6 de Janeiro de 1977, sendo por isso o primeiro candidato da Frelimo nascido já depois da independência do país (1975).

A comissão política aprovou na sexta-feira uma lista de pré-candidatos com os nomes de Roque Silva, secretário-geral do partido, Daniel Chapo e Damião José, este membro daquele órgão, que levou no mesmo dia à reunião extraordinária do Comité Central que se iniciou pouco depois na escola do partido, na Matola, arredores de Maputo.

Após dois dias de intenso debate interno no Comité Central, em torno da lista proposta, a comissão política acrescentou os nomes de Esperança Bias, presidente do Parlamento, e de Francisco Mucanheia, conselheiro do Presidente da República, enquanto Damião José acabou por sair da corrida, segundo fontes do partido.

Nyusi anunciou também que Roque Silva apresentou a demissão do cargo de secretário-geral do partido.

De acordo com os estatutos da Frelimo, cabe à comissão política a função de apresentar aos membros do Comité Central a lista com três nomes de pré-candidatos ao cargo de Presidente da República.

Daniel Francisco Chapo fez o curso de Conservador e Notariado em 2004 e dez anos depois concluiu o mestrado em Gestão de Desenvolvimento pela Universidade Católica de Moçambique. Foi ainda docente de Direito Constitucional e Ciências Políticas, trabalhou como locutor na Rádio Miramar, na cidade da Beira, e foi nomeado conservador para o distrito de Nacala-Porto em 2005.

Em Novembro de 2015 assumiu as funções de administrador do distrito de Palma, na província de Cabo Delegado, e em Março de 2016 foi nomeado governador da província de Inhambane.

Desde a independência de Moçambique todos os chefes de Estado foram indicados pela Frelimo, casos de Samora Machel e Joaquim Chissano (sul) e Armando Guebuza e Filipe Nyusi (norte), pelo que Daniel Chapo é o primeiro, indicado, nascido na região centro do país.

O prazo limite para apresentação ao Conselho Constitucional das listas de candidatos a Presidente da República nas eleições de Outubro é 10 de Junho.

Moçambique vai realizar em 9 de Outubro as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais.

Folha 8 com Lusa

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