REFINARIA DE OURO? ERA, FOI, É… SERÁ

A primeira refinaria de ouro em Angola, que está a ser construída no Pólo Industrial de Viana, em Luanda, vai ser concluída ainda neste ano (2024), reiterou, nesta quarta-feira, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo. Em 27 de Junho de 2022, o mesmo ministro esteve presente no acto de lançamento da primeira pedra para a construção da… primeira refinaria de ouro em Angola, no Polo Industrial de Viana, prevendo que o início de produção aconteceria em Fevereiro de… 2023.

A infra-estrutura, cuja primeira pedra foi lançada em Junho de 2022, resulta da aposta do Executivo angolano promover a cadeia de valor dos minerais do país, capitalizando as operações de prospecção, exploração, transformação e comercialização destes recursos.

Ao falar durante a cerimónia de cumprimentos de ano novo, o ministro assegurou que o sector vai reestruturar os projectos paralisados e desenvolver a capacidade de refinação do ouro.

A primeira refinaria de ouro do país é uma iniciativa do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, através da Geoangol, empresa detida pela Endiama, prevendo empregar mais de 80 trabalhadores.

A par desse empreendimento, Angola conta com 28 projectos de ouro, dos quais 20 estão em fase de prospecção, oito com títulos de exploração.

Em 2021, foram extraídas 1 137 onças, das 7 500 projectadas, representando uma execução de 13,82 por cento, segundo dados do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatísticas do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.

No dia 3 de Maio de 2023, Diamantino Azevedo (que falava na cerimónia de inauguração do projecto aurífero Buco Zau, um projecto de ouro, promovido pela empresa angolana Mineração Buco Zau, localizado na província de Cabinda, com capacidade instalada de lavaria de 150 toneladas/hora) afirmou:

“O ministério está também empenhado, para além da promoção de mais projectos de ouro, em criar uma refinaria de ouro, para que possamos começar a refinar o ouro aqui no nosso país e contamos com a produção desse empreendimento, que pensamos daqui a um tempo será maior do que apresentaram aqui hoje”.

Segundo Diamantino Azevedo, o ouro é um mineral extremamente importante, manifestando convicção de que os promotores deste projecto irão evoluir para outros, transmitindo as experiências já adquiridas.

“O ministério e a Agência Nacional de Recursos Minerais estão abertos para que vocês peçam mais áreas nesta ou noutras províncias do país, que desenvolvam mais projectos mineiros, porque para nós é um orgulho ver mais projectos a surgir, projectos que cuidem do ambiente, dos aspectos sociais e, acima de tudo, projectos feitos por angolanos, por empresas de angolanos”, frisou.

No âmbito da área social, a empresa tem realizado projectos sociais, com o envolvimento da comunidade, tendo recolhido 6.000 plantas nativas que estão a ser reproduzidas em viveiros e replantadas cerca de mil espécies nos locais onde a lavra já foi encerrada.

O ministro felicitou o promotor pela coragem e empenho de fazer surgir um projecto, que teve em conta não só os aspectos geológicos sistémicos, mas também os aspectos ambientais, a preservação das espécies nativas, “fundamental para que no fim da vida útil do projecto se possa recuperar e reabilitar a área o máximo possível de acordo com o que era antes”.

Diamantino de Azevedo disse que o ministério quer instituir um prémio para as empresas mineiras que tenham o melhor desempenho social e ambiental: “E esperamos que vocês sejam os primeiros a ganharem esse prémio que queremos instituir”.

Também na província petrolífera de Cabinda, a delegação ministerial visitou o projecto integrado de exploração de rocha fosfatada e fabrico de fertilizantes granulados de fosfatos, que é usado como matéria-prima no fabrico de fertilizantes com macronutrientes de NKP — nitrogénio, fósforo e potássio, promovido pela empresa Minbos Resources.

Segundo a directora-geral do projecto, Aserah Masoori, a actividade de exploração mineira deveria arrancar no final do ano passado. A responsável frisou na altura (Maio de 2023) que ainda estavam a aguardar por algumas licenças, nomeadamente a mais importante ambiental, para o início da produção, prevendo-se uma capacidade entre 30 a 33 toneladas por hora.

“Já temos tudo encaminhado e a inspecção já está a acontecer e assim que a recebermos começamos a limpar e iniciamos a construção”, disse Aserah Masoori, frisando que todos os componentes da fábrica já se encontravam em Cabinda.

Votemos ao princípio. Angola vai construir a primeira refinaria de ouro, que vai, iria, custar 4,8 milhões de dólares (4,4 milhões de euros), anunciou no dia 27 de Junho de 2022 o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, justificando a obra com o fluxo de produção daquele metal.

Diamantino Azevedo esteve nesse dia presente no acto de lançamento da primeira pedra para a construção da primeira refinaria de ouro em Angola, no Polo Industrial de Viana.

O titular da pasta dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás sublinhou que a construção desta refinaria, com uma capacidade de produção prevista até 25 quilogramas por dia, é importante para o subsector de metais preciosos, sendo o ouro o principal produto a ser transformado nas futuras instalações da refinaria.

Segundo o ministro, desde 2019, Angola consta da lista de produtores e exportadores de ouro, com destaque para alguns projectos na província da Huíla.

O governante frisou que, nessa altura, existiam 12 projectos com títulos de exploração, sendo que cinco destes já tinham iniciado a sua produção e exportação e havia 40 projectos com títulos de prospecção.

“Com a entrada em funcionamento dos projectos de exploração tem-se registado um fluxo de produção cujas quantidades justificam a implantação de uma refinaria de ouro de pequeno a médio porte”, realçou.

Diamantino Azevedo salientou que, com vista a dar cumprimento às acções do executivo, o órgão ministerial que dirige orientou a Endiama, diamantífera estatal, através da Geoangol, para “encontrar mecanismos para a implementação deste importante empreendimento, que irá agregar valor ao segmento dos metais preciosos explorados no país”.

A refinaria, prosseguiu o ministro, “vai trazer a possibilidade de transformar o metal bruto em solo nacional, cujo material refinado poderá ser usado internamente em vários sectores de economia, como é o caso da área de tecnologia, joalharia, mercado financeiro, entre outros, e/ou exportá-lo”.

“Por outro lado, com a implementação deste projecto, teremos criadas as reais condições para que o ouro produzido localmente tenha um padrão de excelência, seja aceite internacionalmente, podendo com este atingir o grau de pureza aceite nas diversas bolsas de valor, mercados e instituições financeiras”, destacou.

De acordo com o ministro, a refinaria deverá ter um laboratório com profissionais extremamente capacitados e merecer alto investimento em tecnologia, para que o metal a ser refinado tenha uma avaliação o mais apurada possível.

O projecto da refinaria divide-se em três segmentos, nomeadamente refinação, laboratório e contrastaria, prevendo o mesmo Governo, o mesmo ministro, que o início de produção acontecesse em Fevereiro de… 2023.

Promessas do MPLA brilham como o ouro

Não é por falta de promessas, previsões, comissões, exonerações e nomeações que a “coisa” não avança. Assim, Angola previa para 2019 o arranque de quatro projectos de exploração de ouro, que iriam garantir (disse o Governo) no total a produção anual de 25 mil onças (mais de 700 quilogramas), informou em Abril de 2019 o administrador da concessionária estatal angolana Ferrangol.

Kayaya Cahala falava no dia 15 de Abril de 2019, em Luanda, na palestra “Dados sobre a Actual Actividade do Ouro em Angola”, no âmbito da comemoração do Dia do Trabalhador Mineiro Angolano., que se assinalou a 27 de Abril.

Segundo o responsável, o projecto do Chipindo, na província da Huíla, iniciado em 2011 (na era daquele a quem João Lourenço chamou de “marimbondo”), é o mais importante e o mais avançado, estando a sua entrada em produção prevista para o primeiro semestre de… 2019.

Numa área de 664,30 quilómetros quadrados, a mina de Chipindo apresenta um tempo de vida útil de sete anos e iria criar 70 postos de trabalho directos. João Lourenço prometeu na legislatura anterior, recorde-se, a criação de 500… mil novos empregos.

“Neste momento é o mais importante, porque já se pode ver o ouro, a actividade de extracção já se iniciou e estamos numa fase de ensaios”, referiu. O administrador disse que estavam a ser explorados depósitos secundários, com reservas de 822.500 metros cúbicos.

Também em fase avançada estavam os projectos de Buco-Zau, na província de Cabinda, numa área de 322,80 quilómetros quadrados, estimando-se um tempo de vida útil de 57 anos, tendo em conta o ritmo de produção lento a imprimir na primeira fase, com previsão de entrada em produção também no primeiro semestre de… 2019.

“A mesma coisa vai acontecer com o projecto Lufo em Cabinda, que tem recursos médios de quase 150 mil onças”, disse Kayaya Cahala.

O projecto do Lufo, segundo o responsável, estava com um pouco mais de atraso, por isso o seu arranque estava previsto para o segundo semestre de 2019, que terá a duração de 33 anos, devido também a uma produção pouco volumosa.

Também com arranque previsto para o segundo semestre de… 2019, em Outubro, estava o projecto Tiandai Mining, no município de Nambuangongo, província do Bengo, de depósitos primários, com reservas de 1,5 milhões de toneladas.

“Com a entrada em funcionamento destes projectos prevê-se a partir de 2019 cerca de 29 mil onças, para se atingir o pico, em 2022, de 35 mil onças”, referiu.

O administrador da Ferrangol disse que são várias as intenções de investimento que o Estado recebe, mas a sua materialização é dificultada por questões financeiras.

“São várias intenções, mas o grande problema é que não é fácil os investidores comprovarem a capacidade. Vários vêm, mas depois não materializam aquilo que prometem, não vão ao âmago do problema, é o caso do Mpopo, que se iniciou há muito tempo, mas que até agora não chega a uma fase de produção”, disse.

O projecto do Mpopo, na província do Huíla, uns dos primeiros a ser desenvolvidos, em 2009, não atingira em 2019 ainda a fase de exploração apenas por questões financeiras.

“Do ponto de vista técnico não há problema nenhum, o projecto tem estudo de viabilidade devidamente auditado, aprovado, mas a parte financeira impede o início dos trabalhos, neste momento estamos a desenvolver esforços para locarmos fundos, contratando outros grupos empresariais fortes, para poderem dar início aos trabalhos de exploração”, explicou.

Sobre o garimpo do ouro, Kayaya Cahala admitiu que se tratava de uma realidade, que as autoridades têm criado condições para a segurança das áreas de actividade mineira.

“É uma questão que não podemos fugir, evitar facilmente, porque são pessoas que na calada da noite actuam. O interesse desmedido é que faz com que as pessoas não meçam esforços, enfrentam as forças de ordem e vão para as áreas e desenvolvem as actividades”, disse.

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