Foi empossado o novo secretário da UNITA da província de Luanda, Adriano Sapiñala, em substituição de Manuel da Costa Ekuikui, eleito secretário-Geral da JURA, no V Congresso Ordinário da Organização Juvenil da UNITA. A posse foi presidida por Adalberto da Costa Júnior, presidente do maior partido da oposição que o MPLA (ainda) permite em Angola. O novo secretário é conhecido nas lides políticas como “4X4” e “Biturbo”.
Por Elias Muhongo
Adalberto da Costa Júnior presidiu à posse ontem, no Pavilhão Multiusos do Complexo SOVSMO em Viana, dos novos secretários provinciais, com destaque para o de Luanda, Adriano Abel Sapinãla, em substituição de Manuel da Costa Ekuikui, que agora dirige a JURA. Avelino Kanjamba e Hélder Juca Manjenje Manuel foram empossados como secretário provincial e secretário provincial adjunto da UNITA na província de Benguela, respectivamente.
Na ocasião, Adalberto Costa Júnior desejou bom trabalho aos empossados, augurando que correspondam com as expectativas que lhes foram depositadas, em prol do partido e do país. Pediu igualmente que trabalhem sem descanso para tornar possível a realização de eleições autárquicas em Angola, referindo que delas depende o desenvolvimento das comunidades rurais do país.
Adriano Abel Sapiñala “Didi Chiwale”, nasceu em 1977, no Kuito-Bié, faz parte da elite de jovens quadros em ascensão na alta estrutura da UNITA, com a qual o partido prepara a chamada “transição geracional”. Formado em direito pela Universidade Óscar Ribas, tem a reputação de ser um mobilizar nato. Antes de Benguela, trabalhou como secretário provincial no Cuando Cubango.
O seu tempo de militância da UNITA funde-se com o período da sua adolescência. Quando criança (aos 12 anos) pertenceu à Alvorada (organização dos pioneiros da UNITA) integrando um grupo coral afecto ao “Bate-Mocho”, a guarda Presidencial de Jonas Savimbi. Porém, seria na fase adulta que se tornou membro do União Revolucionária dos Estudantes de Angola Livre – UREAL., uma estrutura que serviu de agitação no escândalo Tito Chingunji.
Adriano Sapiñala foi militar e em 2002 desmobilizou-se como capitão. Na verdade, contava 22 anos quando entrou para as FALA depois de descoberto por Lukamba Gato que identificou nele predicados a explorar. Recebeu treinos militares num campo da então Brigada “Ben Ben”, na montanha do Município do Chinguar, Província do Bié. Logo a seguir fez o curso de Inter-Armas e o curso de Comandante Militar. Destacou-se como um dos melhores alunos e no final dos treinos foi destacado como Comandante de uma Companhia de Infantaria Motorizada da Brigada “Ben Ben”.
No início de 2000, quando Jonas Savimbi decidiu reestruturar o Estado Maior General das FALA, Adriano Sapinãla foi transferido para os Serviços de Inteligência Militar sob o Comando do Brigadeiro Machado. A sua missão como quadro de inteligência era fiscalizar/controlar a Região Militar Centro e os seus respectivos actores militares. Foi também o oficial de ligação entre as brigadas militares com o Alto Estado Maior General das FALA.
Pelas mãos de Isaías Samaukva, já em período de paz, foi o responsável pela pasta da Segurança Pública, Prevenção e Combate à Criminalidade, e ao mesmo tempo membro do Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA. Operava no gabinete de Samakuva.
Internamente é considerado um trabalhador incansável, humilde, metódico, inteligente e perspicaz.