O secretário de Estado para o Ensino Secundário, Gildo Matias José, afirma que o Executivo está empenhado na formação de quadros, para impulsionar o aumento da produção agrícola. Se ele o diz é porque é mesmo… mentira. E a “coisa” está de tal maneira que, recorde-se, até ministro da Agricultura e Florestas, Francisco de Assis, prometeu reforçar com meios técnicos o sector produtivo dos estabelecimentos prisionais do país para aumentar a produção agrícola.
Para Gildo Matias, o Executivo vai estimular a produção nacional através das reformas dos Institutos Técnicos Agrários (ITA), contribuir para a redução da insegurança alimentar e o combate à pobreza nas zonas rurais, desenvolvendo a produção agrícola e a cadeia de valor. Como certamente diria qualquer La Palice do MPLA, se os dirigentes do partido não tivessem o cérebro ligado aos intestinos, os intestinos não estariam ligados ao cérebro desses dirigente…
O secretário de Estado falava durante a apresentação do Projecto de Apoio à Formação Agrícola e Rural (PAFAR), em Malanje, financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento.
João Lourenço bem avisou que se “haver” necessidade deitara mão a tudo para diversificar a agricultura. Atento, o ministro da Agricultura e Florestas, Francisco de Assis, prometeu, na do MPLA (Benguela), reforçar com meios técnicos o sector produtivo dos estabelecimentos prisionais do país.
Agora a coisa vai. A não ser que reapareça a “lagarta militar” a devastar as culturas…
O governante falava no final da visita que efectuou à penitenciária do Cavaco, garantido a disposição do pelouro que dirige para apoiar naquilo que for possível. Talvez com enxadas e catanas… importadas.
Segundo o ministro, o estabelecimento prisional do Cavaco lançou, no âmbito da parceria MININT/Agricultura, um programa de fomento da avicultura cujos resultados são visíveis, tendo em conta o número inicial de 500 pintos que permitiu a reprodução para as actuais 6.057 galinhas.
Francisco de Assis ficou impressionado com o projecto e assegurou que iria reforçar a área da avicultura com a entrega de mais uma incubadora. Na mesma senda, o ministro prometeu disponibilizar também meios para o aumento da capacidade de irrigação dos campos agrícolas, para permitir em tempo recorde a produção de milho e soja.
Por outro lado, referiu ainda que o seu sector iria iniciar o processo de recuperação dos campos agrícolas pertença de algumas instituições de caridade, com realce para as casas do Gaiato de Malanje, Huambo e Benguela, bem como apoiar com formação e meios técnicos para que os jovens internados saiam com experiência em artes e ofícios. Uma espécie da Casa dos Rapazes de Nova Lisboa, que o padre Ferreira mantinha antes de os colonos negros do MPLA terem substituído os colonos brancos portugueses.
Entretanto, o então director geral dos Serviços Prisionais, comissário prisional chefe Bernardo Pereira Gourgel, informou que foram eleitos três estabelecimentos prisionais do Bengo, Benguela e Waku kungo, dentro do referido projecto, por possuírem todas as condições técnicas de produção. Posteriormente, esses iriam potenciar outros estabelecimentos no sentido de se melhorar a dieta alimentar dos reclusos.
Segundo Bernardo Gourgel, a visita do ministro da agricultura iria incentivar e reforçar as actividades desenvolvidas nas áreas da avicultura, agricultura e suinicultura.
A GUERRA DA “LAGARTA MILITAR”
Em Abril de 2022, segundo o insuspeito Jornal de Angola, uma praga identificada por “lagarta militar” estava a devastar as culturas de massango, massambala e milho na comuna da Môngua, município do Cuanhama, Cunene, comprometendo a colheita de cereais do ano agrícola, de acordo com informações do Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas.
O chefe do Departamento da Agricultura daqueles serviços, Filipe Capitango, disse ao Jornal de Angola que 1.200 lavras estavam dadas como afectadas pela praga, só na Môngua, uma situação que preocupava os camponeses, desprovidos de meios alternativos de irrigação, bem como de pesticidas para o combate à peste, temendo-se pelas suas colheitas.
Filipe Capitango adiantou que técnicos do Gabinete e Administração Municipal do Cuanhama estavam a prestar assistência aos agricultores para se encontrarem soluções para combater a larva, acrescentando que estavam a ser utilizados meios recebidos na altura da praga de gafanhotos, em Maio de 2021, para combater a progressão da peste. “O Gabinete carece de meios para combater esse tipo de praga, mais está à procura de soluções para travar o mal, através de novas técnicas”, afirmou Filipe Capitango.
“Fomos informados pelos camponeses que a praga, com características da ‘lagarta militar’, está a devastar várias lavras na comuna da Môngua, com maior incidência para as culturas de massango, milho e massambala”, disse na altura.
A praga da “lagarta militar” também já estava a afectar lavras de camponeses nos municípios de Ombadja, Cahama e Namacunde, devastando hectares de culturas de cereais, principais produtos da dieta das famílias no Cunene.
A “lagarta militar” é uma espécie de larva que se alimenta de plantas de milho, preferencialmente, mas também devora outras culturas como de arroz, massango, massambala, trigo e feijão. A denominação “lagarta militar” surgiu porque a espécie, depois de consumir as plantas, adquire uma tonalidade verde, típica de fardamento militar.
Ao contrário do que o Folha 8 tem escrito, a culpa de Angola ser um dos países mais corruptos do mundo, ter elevados índices de mortalidade infantil e 20 milhões de pobres, não é do MPLA, partido que nos (des)governa desde 1975. Está cientificamente (com)provado que a culpa é das lagartas, seja a do “funil do milho”, ou da “militar”.
Desde que apareceu, a lagarta do funil do milho tem provocado prejuízos económicos consideráveis nas culturas em alguns países da região e ameaça agora a segurança alimentar no continente.
A lagarta do funil do milho, comum nos países da América do Sul, foi diagnosticada no continente africano em 2016. A Nigéria foi o primeiro país da África Ocidental a detectar a praga, seguindo-se a África Central e a África Austral nos finais de 2017, com Moçambique e Angola a serem fortemente fustigados.
A União Africana tem estado a realizar várias iniciativas com vista à consciencialização dos países e controlo desta ameaça, alertou na altura, em declarações à RFI, Josefa Sacko, comissária da União Africana para a Economia Rural e Agricultura.
Recorde-se que em 1974, no período colonial português, as exportações dos 15 principais produtos não petrolíferos representaram cerca de 44% do total das exportações angolanas. Somaram, à data, 554,1 milhões de dólares, o que “representaria hoje 27 vezes o total das exportações em 2016”, que foram de 142 milhões de dólares (retirando petróleo e diamantes).