COM O MPLA, EM 2050 TALVEZ SE CHEGUE A… 1974!

De acordo com a agência de propaganda do MPLA, Angop, o eixo da Estratégia de Longo Prazo Angola–2050, tem o foco numa economia diversificada e próspera, com ênfase nos sectores da agricultura, pecuária, pesca, indústria transformadora, recursos minerais e turismo. É claro que a agência está a citar o patrão, general Presidente (não nominalmente eleito) João Lourenço.

Recorda a Angop, que a sua mensagem sobre o Estado da Nação do MPLA, por ocasião da sessão solene de abertura do Ano Parlamentar 2023-2024 da V Legislatura, o Chefe de Estado (igualmente chefe do MPLA e chefe do Executivo) avançou que o caminho para a transformação da economia é longo (supostamente começou há 48 anos), mas está a ser feito com a visão, a convicção e a dedicação de todas as filhas e filhos da “nossa terra”.

Continuamos a citar a correia de transmissão do MPLA. Realçou que alcançar a segurança alimentar é um objectivo se “tomarmos consciência de que precisamos de trabalhar mais, de produzir mais, porque o lamentar apenas não traz o pão à nossa mesa”.

Dados provisórios da produção agro-pecuária de 2023 apresentam indicadores positivos, esperando-se um crescimento em termos de volumes globais em todas as fileiras das culturas, prevendo-se uma produção superior à de 2022, ano em que se registou um crescimento de 5,7% comparativamente a 2021.

João Lourenço lembrou que no ano de 2022 o país registou uma produção global de 24.793.275 toneladas… de incompetência.

Realçou que o relançamento da produção do café começa já a dar os seus frutos, tendo o volume de produção ascendido às 5 mil toneladas em 2022, 1% acima da produção de 2021.

Neste momento, continuou, estão a ser produzidas cerca de 4 milhões e 700 mil mudas em várias províncias, que irão permitir a plantação de 2.350 hectares.

O general João Lourenço assegurou que vai ser implementado o projecto de melhoria do desempenho e crescimento da cadeia de valor do café, MUCAFÉ, com financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento, para o aumento do volume de produção, a melhoria da produtividade e da qualidade e a viabilização da articulação dos produtores e promoção das exportações.

De acordo com o Presidente, no domínio da pecuária, de Janeiro a Junho do corrente ano foram produzidas 103.721 toneladas de carne, alcançando um crescimento absoluto de 1.075 toneladas, face ao período homólogo.

“Esperamos diminuir a nossa dependência da importação de vacina animal, com a construção do Centro de Biodiversidade e Fábrica de Vacinas para bovinos, aves e caprinos na província do Huambo, que se espera esteja concluída dentro do prazo de execução planificado”, frisou.

O Presidente reconheceu que muito do que “estamos a conseguir no domínio da agricultura, devemos à agricultura familiar. Quero, a partir desta tribuna, reconhecer e enaltecer o empenho de todos os homens, mulheres e jovens que se têm dedicado à produção agrícola e estão a contribuir para consolidar a nossa esperança de alcançar o objectivo da segurança alimentar”.

Acrescentou ser com satisfação que “assistimos na presente campanha agrícola, ao início da produção de trigo, por cerca de 3.320 famílias e diversos empresários de diferentes províncias. Embora diminuta, a produção esperada prova que é possível fazermos o caminho para a reversão do quadro de importação de trigo, se formos ousados e explorarmos até ao limite o nosso potencial”.

O que o Presidente João Lourenço não diz e, é claro, os seus órgãos de propaganda (TPAs, RNA, Angop, Jornal de Angola, etc.) também não, é que em 1974, antes da troca dos colonialistas portugueses pelos colonialistas do MPLA, Angola era:

O terceiro maior produtor mundial de café; o quarto maior produtor mundial de algodão; o primeiro exportador africano de carne bovina; o segundo exportador africano de sisal; o segundo maior exportador mundial de farinha de peixe.

Além disso, por via do Grémio do Milho tinha a melhor rede de silos de África; tinha o CFB — Caminho-de-Ferro de Benguela, do Lobito ao Dilolo‒RDC; o CFM — Caminho-de-Ferro de Moçâmedes, do Namibe até Menongue; o CFA — Caminho-de-Ferro de Angola, de Luanda até Malange e o CFA — Caminho-de-Ferro do Amboim, de Porto Amboim até à Gabela.

Mas tinha também no Lobito estaleiros de construção naval da SOREFAME; três fábricas de salchicharia; quatro empresas produtoras de cerveja, de proprietários diferentes; pelo menos quatro fábricas diferentes de tintas; pelo menos duas fábricas independentes de fabricação ou montagem de motorizadas e bicicletas; pelo menos seis fábricas independentes de refrigerantes, nomeadamente da Coca-Cola, Pepsi-Cola e Canada-Dry, bebidas alcoólicas à base de ananás ou de laranja. E havia ainda a SBEL, Sociedades de Bebidas Espirituosas do Lobito.

Mas tinha também a fábrica de pneus da Mabor; três fábricas de açúcar, a da Tentativa, a da Catumbela e a do Dombe Grande. Sendo que, como estas fábricas depois começaram a criar ferrugem por culpa dos malandros dos colonos que se foram embora, os amigos cubanos do MPLA lá as empacotaram e as levaram para a terrinha deles. Corrijo, deixaram as paredes. Vá lá, sempre deixaram algo.
Mas há mais. Angola em 1974 era o maior exportador mundial de banana, graças ao Vale do Cavaco.

E falta falar da linha de montagem da Hitachi, dos óleos alimentares da Algodoeira Agrícola de Angola, e da portentosa indústria pesqueira da Baía Farta e de Moçâmedes, e da EPAL, fábrica de conservas de sardinha e de atum, e…, e… Bom, achamos que já chega! Por enquanto…

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