O Presidente da República, João Lourenço, nomeou hoje Arnaldo Manuel Carlos (foto), como o novo Comandante Geral da Polícia Nacional, em substituição de Paulo Gaspar de Almeida.
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, nos termos da Constituição da República de Angola e depois de ouvido o Conselho de Segurança Nacional, decretou o seguinte:
São exonerados os Oficiais Comissários da Polícia Nacional abaixo designados: – Comissário-Geral Paulo Gaspar de Almeida, do cargo de Comandante Geral da Polícia Nacional e Comissário-Chefe Arnaldo Manuel Carlos, do cargo de Director Geral do Serviço de Investigação Criminal.
O Presidente da República determinou, por decreto, que seja promovido o Comissário-Chefe Arnaldo Manuel Carlos ao posto de Comissário-Geral.
O Presidente da República nomeou o Comissário-Geral Arnaldo Manuel Carlos para o cargo de Comandante Geral da Polícia Nacional.
São exonerados o Comissário de Investigação Criminal António Paulo Bendje, do cargo de Director Geral Adjunto do Serviço de Investigação Criminal; e Comissário de Investigação Criminal Pedro Lufunfula, do cargo de Director de Combate ao Crime Organizado do Serviço de Investigação Criminal.
O Presidente da República, por decreto, promoveu o Comissário de Investigação Criminal António Paulo Bendje ao posto policial de Comissário-Chefe de Investigação Criminal. São nomeados o Comissário-Chefe de Investigação Criminal António Paulo Bendje, para o cargo de Director Geral do Serviço de Investigação Criminal; O Comissário de Investigação Criminal Pedro Lufunfula, para o cargo de Director Geral Adjunto do Serviço de Investigação Criminal.
Arnaldo Manuel Carlos que liderava o Serviço de Investigação Criminal (SIC) em Angola, foi quem fez a ligação entre as autoridades policiais portuguesas e sul-africanas que começaram a vigiar o ex-banqueiro português João Rendeiro, detido a 11 de Dezembro na África do Sul. Ele e Luís Neves, director da Polícia Judiciária (PJ) lusa, são amigos de longa data. Luís Neves, apesar de várias vezes convidado, só aceitou dirigir a PJ graças ao pedido da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.
Arnaldo Manuel Carlos era desde 2019 director-geral do SIC, onde nos últimos tempos têm sido vários os sinais de estreitamento de relações entre Angola e Portugal. Há menos de três meses, Arnaldo Manuel Carlos esteve em Portugal para assinar acordos de colaboração, nomeadamente para crimes contra a saúde pública.
Nessa altura, a 30 de Setembro, Arnaldo Manuel Carlos assinou um protocolo com Rui Santos Ivo, presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) de Portugal para combater crimes que envolvam medicamentos. Nesse mesmo dia, as delegações de Portugal, liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e a de Angola, chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, recordaram as várias áreas de cooperação bilateral, como educação, relações diplomáticas e consulares, defesa e segurança, justiça, comércio e indústria e até finanças. A propósito, Santos Silva sublinhou que desde 2018 que os dois países já assinaram 50 protocolos de cooperação.
Relações que, segundo o director-geral da Polícia Judiciária, Luís Neves, foram decisivas para capturar João Rendeiro, que estava na África do Sul escondido num resort de luxo. O ex-banqueiro foi detido pela polícia sul-africana, com quem as autoridades policiais portuguesas estavam há algum tempo em permanente contacto e que, contou Luís Neves, se disponibilizaram desde logo para ajudar a apanhar o fugitivo português.
A fazer a ligação entre as duas polícias esteve Arnaldo Manuel Carlos, que antes de liderar o SIC era delegado e comandante provincial da Polícia Nacional de Huíla. O agora Comandante Geral da Polícia Nacional , que entrou na Polícia Nacional a 5 de Maio de 1986, é licenciado em Direito, tendo frequentado a Universidade Federal do Rio de Janeiro. É doutorado em Ciências Policiais e Criminais, sendo também professor.
Em Agosto de 2019, o presidente angolano, em plena, total e inequívoca sintonia com o presidente do MPLA e com o Titular do Poder Executivo, exonerou 12 altos responsáveis do Ministério do Interior, incluindo o comissário-chefe do Serviço de Investigação Criminal, bem como o comandante do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros e o director-geral do Serviço de Migração e Estrangeiros.
João Lourenço determinou a exoneração do comissário-chefe de Investigação Criminal, Eugénio Pedro Alexandre, do cargo de director-geral do Serviço de Investigação Criminal do Ministério do Interior, sendo este nomeado Conselheiro do Ministro do Interior.
O comissário Arnaldo Manuel Carlos, exonerado do cargo de delegado do Ministério do Interior e Comandante da Polícia Nacional na Província da Huíla, passou então a ser o novo director-geral do Serviço de Investigação Criminal do Ministério do Interior.
Na altura foram também exonerados os comissários de Investigação Criminal Pedro Pascoal Domingos Rodrigues, Carlos Manuel Alves, António Pereira Freire dos Santos, António Pedro Amaro Neto e Humberto José Belo Lopes Frade, e os subcomissários Miguel Arcanjo Sumbo, Almerindo João de Almeida e Mário António Francisco, que exerciam funções em várias províncias.
O Comissário de Investigação Criminal Humberto José Belo Lopes Frade foi nomeado Director Central de Operações do Serviço de Investigação Criminal do Ministério do Interior, Miguel Arcanjo Sumbo, Director-Geral Adjunto do Serviço de Investigação Criminal do Ministério do Interior e Almerindo João de Almeida, Director-Geral Adjunto do Serviço de Investigação Criminal do Ministério do Interior.
O Subcomissário de Investigação Criminal Mário António Francisco foi indicado Conselheiro do Director-Geral do Serviço de Investigação Criminal do Ministério do Interior.
Noutro decreto, o presidente exonerou Bênção Cavila Nyoka Abílio, do cargo de Comandante do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros e Gil Famoso Sebastião da Silva, do cargo de director Geral do Serviço de Migração e Estrangeiros do Ministério do Interior.
O Presidente, general João Lourenço, continuava na altura (como hoje) a blindar o seu histórico consulado dando prioridade máxima às exonerações e mínima (ou quase nula) à governação. Tudo normal, portanto. Ele entende, não como Presidente mas como Titular do Poder Executivo, que exonerar é sinónimo de governar. Não é, mas quem é que (para além do Folha 8) tem coragem para lhe dizer isso?