EMANCIPAÇÃO DE CABINDA COMEÇARÁ COM A DERROTA DO MPLA

Gostaria de começar as minhas observações escrevendo que a verdadeira emancipação do povo de Cabinda começará com a vitória eleitoral da Frente Patriótica Unida, encarnada pelo líder da UNITA, mas preferi falar da derrota do MPLA porque é do que se trata, e isso nos foi confirmado pelo quão violentos discursos do líder do quarteto dos caranguejos, herdeiro da seita dos marimbondos, o regime sob o qual construiu sua incompetência política.

Por Osvaldo Franque Buela (*)

Normalmente em período eleitoral, aquele que deveria encarnar a unidade nacional, e prestar contas ao povo pelo seu primeiro mandato como presidente de todos os angolanos, preferiu fugir ao debate e ao diálogo político, por discursos musculosos de ódio, racismo e xenofobia, exonerando-se de qualquer forma de humanismo em relação não só aos seus adversários políticos, que considera inimigos, mas também contra todo o povo angolano.

Não há malícia em dizer isto porque o Presidente João Lourenço mostrou-nos mais uma vez que prefere esconder-se atrás de uns poucos mafiosos e antipatrióticos que compõem a alta hierarquia das forças de defesa e segurança do país e das Forças Armadas Angolanas, para confiscar mais uma vez o poder do povo pela violência, em vez da transparência, continuando a correr o risco de incendiar o país com a fraude eleitoral já institucionalizada, porque agora está mais do que claro que o MPLA nunca teve um projecto para o país, depois de mais de quatros décadas de governação, nem para os próximos cinco anos.

Mas o que temos diante do regime? Um grupo de patriotas, um trio, que soube ultrapassar os limites dos seus partidos políticos para apresentar aos angolanos um projecto político para uma Angola verdadeiramente melhor, e nós, cabindenses, devemos alegrar-nos com isso e torná-lo um cavalo de batalha para dar corpo à alternância política que o país necessita para dignificar o seu povo, e dar início ao verdadeiro desenvolvimento do país e à verdadeira reconciliação nacional que todos desejamos.

É neste projecto político da UNITA que Cabinda tem e encontrará o seu verdadeiro lugar através de um estatuto de autonomia regional, um caminho para a sua afirmação como povo, na reconstrução da sua história, na recuperação da sua identidade, e para começar a gozar dos seus direitos no âmbito de uma reforma do Estado que governação da FPU colocará em prática a após a vitória do candidato numero 3.

Deixem-me sonhar, sabendo que este sonho não me pertence enquanto pessoa singular, mas é sim, o sonho e a vontade declarada de todos os angolanos, o de colocar o MPLA no passado e construir o futuro com a UNITA através de outro modelo de governança.

Acima de tudo, não digam que me tornei um militante declarado da UNITA, não, estou apenas numa abordagem francamente lógica, face a um novo contexto político, encarnado por Adalberto da Costa Júnior, um homem cujo discurso seduz qualquer adepto da mudança, um homem cuja visão política desperta esperança para além da UNITA, e não é Tchizé dos Santos que vos dirá o contrário do que esperam os amantes da mudança.

Um homem que soube posicionar a UNITA no seio da juventude angolana sem distinção de classe, combatida pelos meios de comunicação estatais mas presente e eficaz nas redes sociais, tornou-se o pesadelo para o regime e o seu presidente, e o messias para os seguidores da mudança.

Perante este fenómeno político que continua a galvanizar a juventude angolana e que está a beneficiar da mobilização política de Abel Chivikuvuku e Justino Pinto de Andrade, os Lideres Cabindenses, como futura entidade autónoma devem adoptar a postura de materializar e constituir o funcionamento efectivo de uma verdadeira plataforma política e parar de se dispersar em movimentos de denominações, desde que defendem as mesmas reivindicações.

Os lideres Cabindenses, como futura entidade autónoma, devem antecipar de pensar na futura gestão administrativa da província por políticas reais e não por considerações ideológicas radicais que tiveram o seus dias, garantir que o território de Cabinda deixe de continuar a sobreviver como eterno refém e vítima da violência político-militar do regime, e de outros adeptos da resistência armada.

A batalha política está lançada, vamos mobilizar todas as nossas forças para que o voto angolano triunfe no dia 24, e coloque o MPLA ao lado da história vergonhosa e dolorosa do país que teremos de construir juntos sem ódio ou caça Homem para a futura oposição que o actual MPLA vai encarnar.

(*) Activista e refugiado político na França

Nota. Todos os artigos de opinião responsabilizam apenas e só o seu autor, não vinculando o Folha 8.

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