ELE É O “DEUS” DO MPLA. O PAI É O… FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou hoje os “progressos” de Angola durante a vigência do programa de assistência financeira ao país do MPLA (47 anos de governo) e manifestou-se disponível em apoiar tecnicamente Angola no âmbito da sua agenda de diversificação económica. Ou seja, o FMI não quer ser o “deus” angolano (João Lourenço) mas revindica que é o seu “pai”.

O director-executivo do Conselho de Administração do FMI para África, Willie Nakundyada assinalou, em Luanda, os progressos de Angola, sobretudo nos domínios do combate à inflação e ajustamento cambial, após o programa de assistência financeira que terminou em Dezembro de 2021.

Willie Nakundyada, que faz parte da missão conjunta do FMI que trabalha no reino do MPLA nas próximas duas semanas em jornada de monitorização do quadro do programa pós-financiamento, sublinhou a necessidade da visita para a avaliação do actual quadro macroeconómico do país.

“O encontro de hoje foi inicial, no quadro de visitas de rotinas de constatação, para aferirmos como está o quadro macroeconómico do país, em diversas áreas de políticas e vermos como o FMI pode continuar a disponibilizar apoios técnicos e a discussão foi inicial”, disse o responsável.

Mas, sublinhou, durante duas semanas estarão a “ver como está a economia angolana, como o FMI pode ajudar e como as autoridades deveriam se posicionar no quadro das reformas em curso”.

Falando no final da reunião que manteve com a ministra das Finanças de Angola e demais autoridades do reino, no Ministério das Finanças, sinalizou igualmente a satisfação do órgão que representa pelas reformas em curso em Angola.

“A nossa tarefa é ouvir os dois lados, o FMI no país e as autoridades angolanas e saber se as discussões estão alinhadas com os objectivos, contudo, estamos satisfeitos, com os progressos que Angola fez sobretudo durante o programa [de assistência financeira]”, notou.

Ressaltou igualmente o combate à inflação e os ajustamentos feitos no mercado cambial, como medidas assinaláveis, que “estão a ter resultados”.

“Olhem o FMI como um médico que precisa de informações do doente, o que vai acontecer nestas semanas é que o FMI vai solicitar dados das autoridades e quando tiver os dados vai ter uma fotografia e fazer recomendações”, assegurou.

Questionado sobre a eventual solicitação de Angola para um novo programa de financiamento, o director-executivo do FMI referiu que “neste momento as autoridades angolanas estão satisfeitas com o desfecho do programa que terminou em Dezembro do ano passado”.

“Neste sentido, tendo em conta a agenda da diversificação da economia, eles olham para o apoio técnico para as reformas do lado estrutural da economia, neste momento as autoridades [angolanas] não procuram apoio financeiro”, rematou Willie Nakundyada.

Com excepção do FMI (a raposa que o MPLA colocou dentro do nosso galinheiro), custa a compreender a dificuldade que o mundo tem em reconhecer o papel já único de João Lourenço na inédita capacidade de ensinar os angolanos a viver sem… comer.

Ao excluírem sistematicamente o deus do MPLA, a revolta vai instalar-se no regime e as repercussões mundiais serão graves. Todos sabemos que quando regime do MPLA, sob comando do general João Lourenço, espirra o mundo apanha uma grave pneumonia. O MPLA através dos impolutos órgãos de comunicação social do regime, vai com certeza considerar a comunidade internacional (lato senso) “persona non grata”, prevendo-se a promulgação de um decreto, com efeitos retroactivos, em que se corta todo o tipo de relações com esses hereges…

De facto, e aqui o Folha 8 manifesta a sua solidariedade, não se compreende que o mundo se esqueça do grande deus João Lourenço que, em pouco mais de um mandato, conseguiu manter o número de pobres (20 milhões) e dotar o reino com o que ele não tinha, ou seja, estradas, casas, hospitais, fábricas, pontes, aeroportos, portos etc. etc..

Todo o mundo sabe, ou devia saber, que João Lourenço foi a figura africana do ano desde que chegou ao poder, em 2017, tudo indicando que continuará a sê-lo durante este mandato e todos os outros que entender.

Todos os anos, quem manda no país diz que, por exemplo, um Prémio Nobel para o presidente seria o mais elementar reconhecimento de que João Lourenço é “o líder de um ambicioso programa de Reconstrução Nacional”, que a “sua acção conduziu à destruição do regime de “apartheid”, teve “um papel de primeiro plano na SADC e na CDEAO”, que “a sua influência na região do Golfo da Guiné permitiu equilíbrios políticos, tal como permitiu avanços significativos na crise de Madagáscar”.

Como escreveu o órgão oficial do regime, “Angola já foi um país ocupado por forças estrangeiras, se por hipótese hoje Angola fosse a Líbia, o país estava novamente a atravessar um período de grande instabilidade e perturbação. Mas como o tempo não recua, Luanda é uma cidade livre”. E tudo graças a quem? A quem? José, perdão, João Lourenço…

“Se Angola fosse a Líbia (e não é graças ao “querido líder”, ao “escolhido de Deus”) estava a ser cercada militarmente e bombardeada por uma aliança militar e submetida a todos os outros membros dessa organização bélica, que tinham escolhido para presidente de um qualquer CNT um “rapper” com nome de oxigénio, devidamente ajudado por outro com apelido de marechal”, dizia o Boletim Oficial do alto da sua cátedra de correia de transmissão de um regime que colocou o país no topo do mais corruptos do mundo e na liderança mundial da mortalidade infantil.

Importa pois, como reconhece o FMI, levar em conta que:

“O Presidente João Lourenço não governa. Ele é o líder de um povo que teve de enfrentar de armas na mão a invasão de exércitos estrangeiros e os seus aliados internos”;

“João Lourenço foi o líder militar que derrubou o regime de “apartheid”, o mesmo que tinha Nelson Mandela aprisionado e só aceitou depor as armas quando a Namíbia e a África do Sul foram livres e os seus líderes puderam construir regimes livres e democráticos”;

Foi, aliás, graças a João Lourenço que Portugal adoptou a democracia, que a escravatura foi abolida, que D. Afonso Henriques escorraçou os mouros, que Barack Obama foi eleito e que os rios passaram a correr para o mar;

O divino carisma de João Lourenço tornou-o o mais popular político mundial, pelo menos desde que Diogo Cão por cá andou. Tão popular que bate aos pontos Nelson Mandela e Martin Luther King.

Também concordamos que João Lourenço merece um Prémio Nobel que, contudo, ainda não existe. Ou seja, um Nobel que distinga quem é o principal responsável por Angola ser – entre muitas outras realidades – um dos países mais corruptos do mundo, por ser um dos países com piores práticas democráticas, por ser um país com enormes assimetrias sociais, por ser o país com o maior índice de mortalidade infantil do mundo.

Escrever sobre João Lourenço, abordando tanto a sua divina e nunca vista (nem mesmo pelo Vaticano) qualidade de Presidente da República como a de simples, honrado, incólume, impoluto, honorável e igualmente divino cidadão, tem tanto de fácil como de complexo. Fácil porque basta conjugar o verbo bajular. Complexo porque não há qualificativos que cheguem…

Por outras palavras. Fácil, porque se trata de uma figura que lidera o top das mais emblemáticas virtudes da humanidade, consensualmente (desde a Coreia do Norte à Guiné Equatorial) aceite como possuidora de uma personalidade até hoje acima de qualquer outra, forte, férreo e de novo divino carisma que o torna o mais popular político mundial.

Não admira, pois, que seja considerado com toda a justiça não só um pai, mas o pai, da nação do MPLA, de África, do Mundo e de tudo o mais que se vier a descobrir nos próximos séculos.

A complexidade de se escrever sobre João Lourenço resulta, afinal de contas, da soma dos factores que o tornam unanimemente como a mais carismática, impoluta, honorável divina etc. etc. etc. figura da história da humanidade.

Quem com ele conviveu na infância e na juventude reconhece-lhe o mérito de, ao longo dos anos, se ter mantido fiel a si mesmo, mostrando já desde pequeno (talvez até mesmo antes de nascer) a sua faceta de futuro cidadão carismático, impoluto, honorável, divino etc..

Dizem os muitos milhões de amigos que tem espalhados por todo o universo conhecido, que sempre foi amigo dos seus amigos, que nunca esqueceu de onde veio e muito menos de onde nasceu e com quem conviveu nos bancos da escola.

Sempre disponível para ajudar quem a si recorre nas mais variadas circunstâncias, como podem comprovar os mais de 20 milhões de angolanos pobres, João Lourenço é o rosto da generosidade, da determinação, do carisma que caracterizam um ser impoluto, honorável, divino etc..

Mas há mais. Para além da sua faceta enquanto cidadão carismático, impoluto, honorável, divino etc. e figura da história da humanidade, é igualmente um homem (talvez o único) de paz e de uma só palavra, discreto a ponto de se recusar a dar ordens para que seja escolhido como vencedor de um Prémio Nobel, preferindo passar os louros da sua excelsa, impoluta e honorável governação para os seus colaboradores.

A sua dedicação à família, caso a merecer estudo científico por ser único desde a pré-história, é assumida sem grande alarido, mas com uma total devoção, fazendo sempre questão de separar claramente que aquilo que é dos angolanos ao Estado pertence, e que o que é do Estado a si pertence.

Embora seja um cidadão carismático, impoluto, honorável, divino etc. figura da história da humanidade, dizem os seus acólitos que é uma pessoa normal, de carne e osso. E é aqui que reside o busílis. Assim não será eterno.

Folha 8 com Lusa

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