Leonardo Oliveira vence Prémio Literário UCCLA

Na data em que se comemora o Dia Mundial da Língua Portuguesa, a UCCLA anuncia que o livro “O Sonho de Amadeu”, de Leonardo Oliveira, é o vencedor da 6ª edição do Prémio Literário UCCLA – Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa. A obra será publicada pela Guerra e Paz editores.

“O Sonho de Amadeu”, de Leonardo Oliveira, 38 anos, do Rio de Janeiro, Brasil. A obra vencedora, de acordo com o júri, é “prosa trabalhada, frase curta, paisagens urbanas, no prólogo que é já um trabalho de ficção, ou o início do fingimento, o autor fala depois da morte, como se a narrativa viesse dum além-túmulo sobressaltar-nos.

Diálogos entre vozes, fantasmagorias, a cadência que os anima faz com que estejamos perante um narrador clássico («Sou clássico, isto é, um criminoso») e neste livro as vozes são nome, figuras da escrita: Zeca, Espeto, Dona Vera, num universo convulsivo, inquietante que sempre coloca a questão de saber – de o leitor saber – quem é Amadeo”.

Leonardo Costa de Oliveira nasceu em 1983, em Paracambi, no interior do Rio de Janeiro. É geólogo, mestre em análise de bacias sedimentares e doutor em geociências. Foi professor assistente na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) entre 2009 e 2013 e actualmente trabalha como Geofísico na sede da Petrobras, no centro do Rio de Janeiro.

Em 2012 foi laureado pela Sociedade Brasileira de Geologia com a Medalha de Ouro Fernando Flávio Marques de Almeida, pelo melhor artigo de geologia publicado entre 2010 e 2012. Em 2018 participou com um conto na colectânea independente Sós e em 2021 foi finalista do Prémio Off Flip de Literatura na categoria contos.

Durante boa parte de sua vida envolveu-se como guitarrista e vocalista em bandas de rock alternativo e vem colaborando com resenhas para os selos de indie rock Crooked Tree Records e Jambre Records. Elementos, estes, pincelados nas narrativas que desenvolve.

Nesta edição, o júri decidiu atribuir três menções honrosas:
“Entre Lobo e Cão” de Artur Siqueira Brahm, de 28 anos, do Rio Grande, Brasil;
“Rios” de Paulo Cesar Ricci Romão, de 34 anos, de São Paulo, Brasil;
– “Lemas” de José Pessoa, de 62 anos, de Belo Horizonte, Brasil.

De referir que a participação na sexta edição do Prémio Literário UCCLA – Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa reuniu 699 candidaturas oriundas de vários países espalhados pelo mundo.

O Prémio Literário, lançado em 2015, tem como objectivo estimular a produção de obras literárias, nos domínios da prosa de ficção (romance, novela e conto) e da poesia, em língua portuguesa, por novos escritores.

Vencedores do Prémio Literário UCCLA

2016 – Era Uma Vez Um Homem, de João Nuno Azambuja, de nacionalidade portuguesa;
2017 – Diário de Cão, de Thiago Rodrigues Braga, de nacionalidade brasileira, natural de Corumbá, Goiás, Brasil;
2018 – Equilíbrio Distante, de Óscar Maldonado, de nacionalidade paraguaia, a residir em São Paulo, no Brasil;
2019 – Praças, de A. Pedro Correia, de nacionalidade portuguesa e natural de Angola;
2020 – O Heterónimo de Pedra, de Henrique Reinaldo Castanheira, de nacionalidade portuguesa.

A capacidade de atracção do Prémio Literário UCCLA-CML ampliou-se a todos os continentes, totalizando 21 países, incluindo os países lusófonos: A organização recebeu obras em língua portuguesa, vindas da Ásia (Macau/China), de África (PLP), da América (Canadá, EUA, Chile), da Europa (Alemanha, Bélgica Espanha, França, Itália, Polónia, Inglaterra, Escócia, Irlanda e Rússia). O Brasil tem tido sempre o maior número de candidaturas.

Desde a primeira edição, que este Prémio se consolidou como o maior, a nível de candidaturas, num concurso de revelação literária de todo o espaço da Língua Portuguesa. Ao concurso só pode concorrer, quem nunca editou uma obra literária. Tem sido um sucesso, no seu objectivo de promover a escrita entre jovens, que contabilizam 56% dos candidatos; quanto às mulheres, são 33,2%. Por outro lado foi conseguido um diálogo de gerações, atraindo ao concurso vários de escritores seniores, com idades entre os 80 e os 90 anos (2 com 90 anos).

O júri de 2021 incluiu na sua composição escritores e professores de todos os países de Língua portuguesa: Domício Proença, Brasil; Germano Almeida, Cabo Verde; Hélder Simbad, Angola; Inocência Mata, São Tomé e Príncipe; Pires Laranjeira, Portugal; Luís Carlos Patraquim, Moçambique, Luís Costa, Timor, Tony Tcheka, Guiné Bissau.

Como habitualmente, é incorporada anualmente uma diferente Biblioteca Nacional, este ano foi a de Portugal, com a participação da sua directora – Inês Cordeiro; pelo Movimento 800 anos da Língua Portuguesa – João Pinto Sousa; pela UCCLA – Rui Lourido.

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