Centenas de jovens angolanos saíram às ruas de Luanda para protestar contra a corrupção em Angola e em defesa da realização de eleições autárquicas. Pediram o fim do MPLA no poder há 45 anos e mais emprego para os jovens. Governadora de Luanda, Joana Lina, emitiu um comunicado em que “repudia veemente o acto pratica” e “apela à urbanidade e livre expressão dos direitos fundamentais dos cidadão” desde que, presume-se, sejam do MPLA.
Centenas de jovens saíram às ruas de Luanda, Angola, esta quinta-feira, e concentraram-se no Largo da Independência em protesto contra o regime do MPLA e contra o elevado custo de vida no país. Afirmam que a fome os motivou a participar na manifestação e pedem mais justiça e acção no combate à corrupção em Angola. Sendo que combater a corrupção no país é combater o MPLA.
Os participantes no protesto exigem emprego, saúde, educação e justiça para todos. “JLo [Presidente João Lourenço], o povo tem fome”, lia-se num dos cartazes dos manifestantes.
Ao contrário dos acontecimentos de 11 de Novembro que resultaram na morte de Inocêncio Matos e da detenção de vários cidadãos, a manifestação que decorreu no dia do aniversário do MPLA (no poder há 45 anos), e da celebração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, decorreu sem violência. A Polícia assegurou o curso do protesto até ao fim.
Para o activista Pedrowski Teka, um dos organizadores do evento, o objectivo do protesto foi alcançado: Colocar uma camisola com o rosto de Inocêncio de Matos na estátua de Agostinho Neto, o primeiro Presidente angolano, no Largo da Independência. “Está aí nas mãos de Agostinho Neto. Que os políticos façam [a sua] leitura. Que João Lourenço faça [a sua] leitura”, frisou.
Este foi o terceiro protesto em menos de dois meses, em Luanda. As duas tentativas de manifestação anteriores foram duramente reprimidas pela Polícia e acabaram com uma centena de manifestantes detidos, em 24 de Outubro, libertados uma semana mais tarde, e um estudante morto em 11 de Novembro, data da celebração da independência em Angola.
As circunstâncias em que o jovem morreu estão ainda por determinar, com testemunhas a afirmarem que Inocêncio de Matos, de 26 anos, foi baleado pela Polícia, enquanto médicos do hospital Américo Boavida indicam que a causa da morte foi uma agressão com objecto “contundente” não especificado. Ou seja, é um neologismo criado pelo MPLA. Assim, uma bala passou a chamar-se “objecto contundente”.
Pedrowsky Teca defende que o Governo angolano deve transformar a Avenida Hoji-ya-Henda, antiga Avenida Brasil, em Avenida Inocêncio de Matos, por ser o local onde morreu o estudante universitário na manifestação de 11 de Novembro. Além disso, “pela vontade do povo, a data de nascimento deste jovem vai ser proclamada como o dia consensual da juventude angolana”, contou.
“Em primeiro lugar vamos dialogar com a juventude de todos os partidos políticos e com o Conselho Nacional da Juventude e depois vamos levar o documento à Assembleia Nacional e ao Presidente da República”, prometeu.
“Isto não é um pedido. É uma exigência. Inocêncio de Matos é apartidário e acreditamos que seja uma figura incontestável para ter este mérito”, concluiu.
Os manifestantes ouvidos pela DW África afirmam que estão convictos de que, em 2022, o partido de João Lourenço estará fora da governação. “O MPLA caiu porque é um partido ditador e em 2022 já não vai governar Angola. Participo nesta manifestação porque sou desempregado e tenho muitos irmãos em casa que estão também desempregados”, disse um dos participantes no protesto.
Os jovens também pedem a realização das primeiras eleições autárquicas no país, no próximo ano, além da redução do preço da cesta básica.
“O povo angolano está a exigir que o MPLA deixe o poder. Somos capazes de conduzir este país. Há tanta miséria neste país quando há tanta riqueza para este povo, mas o MPLA não dá a mesma riqueza para o povo e o mesmo povo está a morrer de fome”, lamentou outro manifestante.
Entretanto, a Direcção de Comunicação Institucional e Imprensa da Polícia Nacional de Angola comemorou hoje 28 anos de existência. A celebração da efeméride, em tempos da pandemia COVID-19, ficou marcada com a realização de uma actividade de reflexão sobre a organização e o funcionamento do órgão, rumo aos novos desafios, no âmbito da comunicação e promoção da boa imagem da corporação.
De acordo com informação disponibilizada pela Polícia Nacional, na sua página oficial, durante a actividade houve momentos culturais, com declamação de poesia, teatro e a projecção em “power point” do historial do órgão. O certame terá como convidado especial o director de Educação Patriótica da PNA, Comissário, António Vicente Gimbe.
O Centro de Produção Audiovisual (CEPAV), recentemente criado é a mais nova conquista da Direcção, que se tem destacado na criação, produção e pós-produção de conteúdos, audiovisuais, de forma independente, facto que se tem configurado como base no desenvolvimento da imagem da Instituição.
A Direcção nasceu como Departamento de Comunicação Institucional e Imprensa do Gabinete de Estudos, Informação e Análise (GEIA), tendo em 2013 evoluído para Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa, sob aprovação do então Comandante-Geral, Ambrósio de Lemos Freire dos Santos.
Em 2019, com a aprovação do novo Estatuto orgânico da corporação, o órgão foi elevado a Direcção de Comunicação Institucional e Imprensa da Polícia Nacional de Angola.
O Centro de Produção Audiovisual (CEPAV), recentemente criado é a mais nova conquista da Direcção, que se tem destacado na criação, produção e pós-produção de conteúdos, audiovisuais, de forma independente, facto que se tem configurado como base no desenvolvimento da imagem da Instituição, sobretudo no estabelecimento de uma relação efectiva com os destinatários dos serviços, particularmente, nesta época de prevenção e combate à COVID-19.
No comando da Direcção já passaram várias entidades da corporação, com destaque para o técnico civil Pedro Tito, que dirigiu o órgão de 1992 a 1995, seguido do comissário-chefe, Francisco C. Pestana, que dirigiu a instituição de 1996 a 2003.
De 2003 a 2010, o órgão foi conduzido pelo comissário Carmo Neto, que, em 2013, foi substituído pelo Comissário Aristófanes dos Santos, que “teve a proeza de guiar o gabinete durante dois anos”, tendo sido posteriormente substituído, em 2015 pelo Comissário Orlando Bernardo, que deixou o cargo em 2019.
A Subcomissária, Engrácia Costa é desde então a nova responsável nacional da Direcção que tem como adjunto o Superintendente-chefe Mateus Rodrigues, que ocupava o cargo de director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação do Ministério do Interior em Luanda.
Folha 8 com DW