Kangambalândia

No Afeganistão, um soldado das forças militares internacionais disse que conhecia um cidadão da Re(i)pública da Angola do MPLA que foi promovido a general. Perguntou-lhe um soldado dinamarquês: “Roubou quantos milhões de dólares”?…

Por Domingos Kambunji

A Voz da América usou uma metáfora, demasiado sarcástica, para mostrar ao mundo o que é realmente o Re(i)gime do MPLA & seus kapangas. Essa metáfora consistiu na transmissão de uma entrevista com o “famoso” general, colega de João Lourenço na hierarquia militar, Bento Kangamba. É muito triste o nosso país ser tão humilhado pelo uso desta e de muitas outras metáforas que mostram o que são realmente os “altos digerentes das ordens superiores” e continuar a ser palco para as representações deste tipo de patrulheiros, sabe-tudo, que, quando expostos, demonstram uma matumbice e estupidez demasiado exageradas e tragicómicas.

Não nos esqueçamos de que estamos no país onde se comemora o dia 23 de Março de 2019, feriado nacional, “dia da libertação do kuzu do Zenu, filho du Zedu, acusado de mega-corrupção”. Também é o país onde se celebra a grande vitória da Batalha do “Coito-Carnaval”… quando, poucos dias após a data fictícia dessa vitória militar, o mesmo exército levou um grande arraial de pancadaria na batalha Assalto Final.

Não nos esqueçamos de que estamos no país onde, durante a campanha eleitoral, o presidente prometeu levar a Califórnia para Benguela e o “kimbóio” para as Lundas. Afinal a Califórnia de que ele falava não era o Estado norte-americano, que tem uma das melhores economias do mundo, mas sim o nome de uma mulher que é amante de um “alto digerente” do MPLA nessa província. Quanto ao “kimbóio” já foi cumprida a promessa, ele comprou, numa casa de brinquedos, um combóio para oferecer aos filhos e netos dos governadores, para eles brincarem durante as férias escolares.

Não nos esqueçamos de que estamos no país onde, durante a campanha eleitoral, o presidente prometeu fazer mais com menos dinheiro. Ele, depois de tomar posse, está a conseguir fazer menos com mais pedidos de fiado ao estrangeiro.

Não nos esqueçamos de que estamos no país onde o presidente prometeu criar 500 mil empregos. Depois de ser entronado como Presidente-Rei conseguiu aumentar o desemprego em 8.8% e os dados oficiais, pouco fidedignos, dizem que o país possui uma população activa de 28.8% de desempregados, para não falar nos sub-empregados e nos que não são contabilizados nestas estatísticas oficiais.

Não nos esqueçamos de que estamos no país onde o governo gaba-se (quando deveria sentir vergonha) de ter aumentado o salário mínimo nacional para menos de 22 mil kwanzas mensais (60 euros), enquanto os “digerentes do MPLA roubaram e continuam a abifar biliões de dólares e euros.

Não nos esqueçamos de que estamos no país onde o presidente promete combater a corrupção mas ele enriqueceu, galopantemente, durante o auge do período cleptocrático na Re(i)pública da Angola do MPLA.

Não nos esqueçamos de que estamos no país onde o Ministro da Comunicação Demagógica Patriótica se apresenta como um grande democrata quando, ainda não há muito tempo, defendia a organização de contra-manifestações para reprimir os manifestantes defensores da democracia.

Não nos esqueçamos de que estamos no país onde a polícia pode matar cidadãos e depois indemniza as famílias com um caixão, sacos de feijão e de fuba, garrafões de óleo vegetal e de vinho tinto…

Não nos esqueçamos de que estamos no país onde o fuzilamento de dezenas de milhar de pessoas é classificado pelo governação apenas por “alguns excessos” cometidos…

Não nos esqueçamos de que estamos no país que celebra, em Março, o Dia da Mulher e espanca mulheres nas esquadras da “pulhícia” por discordarem das políticas seguidas na Re(i)pública da Angola do MPLA.

Não nos esqueçamos de que estamos no país onde os “digerentes” do MPLA ostentam riquezas de muitíssimos milhões de dólares ou euros, sem salários que justifiquem tanta “acumulação primária”, e não são investigado ou quando são investigados nunca são condenados “por falta de provas”…

Não nos esqueçamos de que estamos no país onde ser “digerente” do MPLA dá direito a possuir imunidade cleptocrática…

Enfim, não nos esqueçamos de que estamos num país que é governado por muitíssimos kangambas, todos muito intelectuais doutorados nas Universidades dos Esgotos, candidatos ao prémio ignóbil do satélite de fabrico russo que desapareceu no espaço, recusando-se a dialogar com os “altos digerentes” da Re(i)pública da Angola do MPLA!

Temos de reconhecer que esse satélite revelou um grande bom senso e elevada dignidade, recusando-se a comunicar com trafulhas.

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