A terceira… primeira

Barack Obama continua a ser um dos ex-presidentes dos Estados Unidos da América com maior prestígio, nas sondagens efectuadas neste país da América do Norte. Todavia, a sua esposa, Michelle Obama, continua a ultrapassar nas sondagens a opinião favorável que o povo dos Estados Unidos tem sobre o primeiro presidente afro-americano.

Por Domingos Kambunji

A “Reipública” da Angola do MPLA é um país onde as primeiras damas impressionam pela mediocridade, vulgaridade e, nalguns casos, pela futilidade.

A primeira Primeira mantém-se, há décadas, a tentar o limpar o mau nome, como ditador, assassino e criminoso, responsável pelo assassinato de muitas dezenas de milhar de angolanos e fundador da guerra civil no nosso país, Agostinho Neto. Até se deu ao luxo de mover processos de difamação em tribunal, perdendo na argumentação jurídica e racional, contra historiadores que desmascararam o sanguinário presidente que o MPLA se esforça por impor como herói nacional.

A segunda Primeira queria era andar em concursos de misses. Ostentava muitíssimo com os proventos do “reigime” cleptocrático e multiplicava-se em acção de caridade hipócrita. Impressionava pela futilidade e pela opacidade intelectual nas suas intervenções públicas.

A terceira Primeira impressiona por chegar sempre atrasada ao território das iniciativas de intervenção social. Ela e o marido foram ministros durante o reinado cleptocrático de José Eduardo dos Santos e ainda está por investigar e explicar tanta acumulação de riqueza familiar, quando exerciam cargos de “servidores do povo”. Ou desempenharam cargos para “se servirem do povo”?

A terceira Primeira, em ideias, é como a anedota do avião a jacto: “Quando se tentou a observação… já passou”. Foi assim quando em Cabo Verde defendeu o papel da mulher como alavanca das sociedades… Como se as sociedades não tivessem de ser alavancadas por sinergias que não olham às diferenças de género ou de orientação sexual. Foi nessa ocasião que, em chacota, o pessoal cognominou a terceira Primeira de Analavanca.

A Analavanca depois foi à ONU defender o combate à discriminação de género na sociedade. A parte mais cómica e hipócrita dessa manifestação aconteceu porque a oradora, a terceira Primeira da “Reipública” da Angola do MPLA, ser a representante de um país onde vegeta uma organização feminina denominada OMA (Organização das Mandadas de Angola), onde o machismo é a norma imposta por uma tradição secular difícil de alterar.

Esta semana a terceira Primeira foi ao Japão dar lições sobre o “impacto pernicioso dos plásticos na poluição dos solos, da água e do ar, que afecta a saúde dos cidadãos, especialmente mulheres e crianças”. Ficámos assim a saber através deste discurso “copy/paste” que a poluição dos plásticos não afecta “especialmente a saúde dos adolescentes e dos homens adultos e da terceira idade? Os cientistas dos países civilizados dizem que a poluição provocada pelos plásticos afecta todo o ecossistema, onde também se incluem os seres humanos, independentemente da idade e do género.

Não é de admirar estas gafes quando o “reigime” do MPLA teve um Secretário de Estado do Ambiente que dizia que a reciclagem e venda do lixo de Luanda iria dar muito lucro ao país!…

Nos Estados Unidos a actual Primeira Dama, Melânia Trump, impressionou por plagiar os discursos de Michelle Obama.

Michelle Obama impressionou e é muito elogiada pela inteligência, originalidade e simplicidade, para além da sua excelente formação académica. Não faz apresentações públicas citando as modas “científicas” da investigação na Universidade Arquitecto de Cacimbas do Cunene Kundi paiLama, nem obedece à moda do pensamento anquilosado do Departamento de Propaganda e Informação do Bureau Político do Comité Central do MPLA.

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