Jornalista(s) ou alicate(s)?

I – A ERCA, que muitas vezes se confunde com EKA (bebida etílica ou sumo de cevada) e, também, com Adelino Marques de Almeida, veio a terreiro, mais uma vez, apunhalar o F8, com a publicação de um comunicado de viés partidocrata, devido a uma expressão jornalista, que é a caricatura e fotomontagem, de figuras públicas.

Por William Tonet

Fizemo-lo, conscientemente, não com tom ofensivo, mas para expressar um momento, disputado por dois “vikings políticos”: JES e JLo, que não visam a defesa do país e da maioria dos angolanos. Essa luta, para tristeza dos autóctones e grande número de militantes, quando deveria ter a galhardia dos chamados intelectuais e iluminados do Bureau Político e do Comité Central do MPLA (dizem ser 5 milhões, descontando já a minha baixa), na defesa do pluralismo e do exercício democrático, eis que se acobardam, não prejudicando só o partido, mas Angola e os angolanos, porquanto todos ganhariam mais se tivessem um MPLA com uma liderança independente, como a grande oposição a um novo Governo da República.

Por estar no horizonte o desprezo da maioria dos pobres, face às vaidades umbilicais, para o controlo e renovação do “status quo” (continuação da ditadura; do poder absoluto), o F8, para encurtar caminhos, preservando a ética, substituiu as palavras pela ilustração que aglutinou duas caras, num corpo.

É crime?

É difamação?

É desrespeito?

Não!

Por ser pura expressão jornalística dos repórteres informáticos, salvo se a E(R)CA do Adelino, melhor, a ERCA do MPLA, que coloniza as demais vozes internas (membros indicados pela oposição e sociedade civil), conseguir provar, não ser João Lourenço, no congresso do MPLA de Setembro 2018, o único candidato a ser entronizado com a “coroa ditatorial garantística”, sem poderes delimitados, uma vez concentrar, os dois + 1, maiores: MPLA (partido que controla a Assembleia Nacional – poder legislativo) e a Presidência da República (Titular do Poder Executivo, que no caso, coloniza, também, e tem sob a bota, o poder judicial).

Felizmente, para minha higiene mental, toda esta cruzada de perseguição, traição e envenenamento (em 2016), não é novidade, face à apetência crónica de muitos agentes do regime, travestidos de jornalistas.

Espero sim, que nesta última acção (envenenamento, que me ia levando à morte), visando o apagar definitivo, no mapa informativo angolano e mundial, do F8, não haja as impressões digitais do (colega) Adelino ERCA de Almeida.

Tenho, apesar de tudo, com o presidente partidocrata da ERCA, uma relação de longos anos de convivência, que, num dado momento das nossas vidas, chegou a ser mais salutar e fraterna, para, pese, as pequenas divergências ideológicas e profissionais, poder franquear a minha porta, sempre escancarada, para ouvir os questionamentos de mentes sãs, comprometidas com a liberdade de imprensa e a democracia. O inverso é traição! Será, ter sido forçado a trilhar caminho contrário ao bom senso e a honestidade nas relações profissionais e de amizade?

Adelino ERCA de Almeida, ao atacar covardemente, o F8, por motivos partidocratas e de bajulação saloia, colocou-se no mesmo pedestal lamacento de Marcus Junius Brutus, filho adoptivo do imperador romano, Júlio César, assassinado, maioritariamente, por uma corte de senadores, no dia 15 de Março de 44 a.C (antes de Cristo), que ao vê-lo entre os algozes pronunciou a célebre expressão em latim: “tu quoque, Brute, fili mi?”, que significa:

“Tu também, Bruto, meu filho?”

A partir de então a expressão no todo: “tu também meu filho, vais ter um gosto de poder, que te vai engolir” ou em parte: “até tu Brutus’”, significa uma inesperada traição, covardia, maldição, ameaça, vinda de um ser cínico e demoníaco, que pode estar a rir connosco e no mesmo instante a apunhalar-nos pelas costas.

E, na realidade, Adelino ERCA de Almeida, para se manter no pedestal, não se importa(rá), tão pouco se coíbe, de sangrar o ombro dos amigos, para se sentar no cadeirão do poder.

Agora a única verdade: quem defende uma boa governação de João Lourenço, não o bajula cegamente, pelo contrário, mostra-lhe o caminho da verdade, que dói, mas liberta… E nós, maioria autóctone, estamos carentes dela: LIBERTAÇÃO!

II – MONARQUIA OU PRESIDENCIALISMO?

Tudo confunde e incrimina, o “status quo”.

A monarquia é a concentração de poder absoluto, num homem só, num poder, que tudo dita, outorga a constituição e faz as leis.

Em Angola diz-se não haver, mas a prática do presidencialismo, no exercício de funções do Titular do Poder Executivo, quando a Constituição atípica anda em sentido contrário: parlamentarismo, vide art.º 109.º CRA, coloca o Presidente da República de Angola, com mais poderes que o Presidente dos Estados Unidos, detentor de armas nucleares e da primeira economia mundial.

Aberrações, principalmente, quando se pretende confundir poder ABSOLUTO com poder DEMOCRÁTICO.

Não são a mesma coisa e é uma pena a rejeição pela segunda, porquanto, depois de 42 anos de poder ininterrupto, com a transição, esperava-se a maioridade intelectual do MPLA, com a abertura para a democracia interna, com eleições para provimento de cargos com mais de um candidato.

Quando se opta, pela concentração de poder, num homem só, ou num só partido, caminha-se no diapasão das ditaduras, ainda que esteja travestido de democracia, porque não sendo partido único é único partido nas grandes e decisivas decisões da República ou, italianamente falando: “Io ne ho due molto piccoli ma non troppo piccoli per essere dei tossici” (Tenho dois, muito pequenos mas não tão pequenos para serem viciados).

O poder corrompe. Muito poder corrompe muito mais. Essa é a opção do MPLA, contraria a aspiração da maioria dos angolanos e de Angola, que auguravam, uma nova aurora, com mais higiene mental nos actos de gestão da coisa pública.

Essa opção inviabilizaria a repetição da “lógica da batata na lei da batota” eleitoral, como mais uma vez aconteceu, no pleito de 2017. Assim teremos a renovação, solene e perene da fraude.

III – JUSTIÇA

Merece impugnação, minha, tua e principalmente da oposição, que orgulhosamente cega, submissa e cúmplice, vê caminhar o espezinhar da Constituição, cada vez mais partidocrata.

As eleições dos presidentes dos tribunais Constitucional, Supremo e de Contas, que adoptaram a batota no lugar da transparência, violando a norma jurídica, na defesa da partidocracia dominante é, ainda, um bom motivo para se defender a Constituição, mesmo atípica, para a impugnação da nomeação/eleição, principalmente, no Tribunal Supremo. Acordemos, em nome da JUSTIÇA.

Eu conheço o peso da injustiça do regime, carrego-a no dorso, pelo simples facto de pensar pela própria cabeça.

É triste, para quem adora a balança e a deusa da justiça, enquanto cega, imparcial e justa, ver trilhar a (in)justiça, ideologicamente, institucionalizada, que torna o direito e a norma jurídica prisioneiras do status quo político.

Esta justiça, torna o pobre sem direitos, empanturrando as cadeias superlotadas e sem condições, mesmo quando numa disputa, têm direitos, que o dirigente vilão, com o poder e a influência no sistema judicial, arrogantemente, espezinha.

A cepa nasceu torta e assim crescerá, se não houver uma revolução em nome de uma justiça imparcial, soberana e justa.

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