Continua a mediocridade

Victor Silva, o novo José Ribeiro do Jornal da Angola do MPLA, diz que o país vive um período de transição política. Ainda ninguém conseguiu perceber em que consiste essa transição. Vamos a factos: O partido político que governa Angola é o mesmo que governou o nosso país durante as últimas quatro décadas, com as consequências que todos (até mesmo os cegos) podem observar.

Por Domingos Kambunji

Em 2017, de acordo com dados do Legatum Institute, em termos de desenvolvimento, Angola ficou no lugar 141 a nível mundial, atrás de países como o Borundi, Niger, Etiópia, Mali, Swazilândia…

(A Rússia, o grande modelo que o MPLA tenta imitar, especialmente em cleptocracia, ficou no lugar 101)

Este enorme fracasso em resultados económicos e sociais deveria ser uma forte chapada na cara dos políticos e dirigentes do MPLA que, encavalitados nos ombros da China, pretendem demonstrar que o nosso país é uma grande potência regional.
Faz-nos lembrar a fábula do sapo que queria ser tão grande como o boi e começou a inchar… a inchar… a inchar até que rebentou.

O JLo é um discípulo do Zédu. Fez parte do governo anterior e, por isso, também é responsável por este resultado tão vergonhoso a nível mundial.

O JLo chegou e exonerou os dirigentes que o Zédu nomeou e nomeou os que o Zédu exonerou. Será que o próximo presidente irá exonerar os exonerados que o JLo reciclou e nomear os exonerados que o JLo exonerou? Este é o ciclo vicioso mais provável que se completará para premiar e promover a incompetência e o feudalismo demagogo.

O MPLA tem muitos “altos” dirigentes que, na realidade, são anões intelectuais. Um ”alto” dirigente do MPLA, membro do poder legislativo, afirmou que os deputados do partido não foram eleitos para criticarem e fazerem oposição ao governo. Da crítica é que nascem as novas ideias para a melhoria económica e social. Essas declarações só demonstram que os deputados do MPLA são eleitos apenas para aplaudirem as decisões do poder executivo e, por isso, serem premiados com bons salários e ofertas de Lexus.

Pagar a estes espectadores matumbos só para aplaudirem a incompetência e alimentar o ego dos governantes, especialmente do Presidente, é uma despesa muito elevada, desnecessária, para o país. Assim sendo, porque não se acaba de vez na Constituição com estes actores da bajulação?

As desculpas das culpas sobre o atraso no desenvolvimento foram sempre crescendo em número durante as últimas décadas. Primeiro a culpa era do colonialismo. Depois a culpa era do colonialismo e do imperialismo. A seguir a culpa era do colonialismo, do imperialismo e da guerra.

O MPLA continuou a inventar explicações para a incompetência na governação afirmando que o atraso no desenvolvimento de Angola era culpa do colonialismo, do imperialismo, da guerra e da crise económica internacional.

Como essa explicação não era convincente, passaram a dizer que o atraso no desenvolvimento de Angola era do colonialismo, do imperialismo, da guerra, da crise económica internacional e da fraca diversificação económica do país. E o país continuava no grupo dos países mais mal governados de África e dos piores em todo o mundo…

Então chegou o JLo para explicar que a culpa do atraso no desenvolvimento de Angola é do colonialismo, do imperialismo, da guerra, da crise económica internacional, da fraca diversificação económica do país, da corrupção e do Zédu.

O próximo presidente da Angola do MPLA, por este caminhar, irá informar o país que a culpa do atraso no desenvolvimento é do colonialismo, do imperialismo, da guerra, da crise económica internacional, da fraca diversificação económica do país, da corrupção, do Zédu e do JLo.

Ninguém obrigou o João Lourenço a ser tão demagogo a fazer promessas na última campanha eleitoral: iria ganhar 5-0 no Moxico, iria instalar a Califórnia em Benguela, iria oferecer um “kimbóio” à Lunda Sul, iria lutar contra a corrupção e impunidade, iria acabar com a pobreza…

Os grandes ladrões dos dinheiros de todos os angolanos continuam todos impunes e ninguém investiga como é que o João Lourenço, general de um país com 20 milhões de pobres, enriqueceu muitíssimo mais do que os generais das forças armadas dos países desenvolvidos, ricos.

Afirmámos anteriormente que a culpa do atraso no desenvolvimento politico, social e económico de Angola é de o MPLA perder tanto tempo a inventar tantas desculpas, para depois continuar tudo na mesma, em vez de pensar em começar a governar verdadeiramente.

A verdade é que os pensamentos que o Victor Silva publica no jornal da Angola do MPLA são um plágio do que o José Ribeiro, também conhecido por o Roubeiro, publicou anteriormente.

Transição política em Angola?… Ou será continuidade na mediocridade?

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One Thought to “Continua a mediocridade”

  1. álvaro

    Até agora pode-se dizer que nada ou quase nada mudou, não adianta estarmos iludidos afinal um país onde um partido faz o que quer sem ter que dar explicações ao povo está num desvario total. Gostaria que fosse diferente mas é o caso de angola. Temos que Abrir o olho fazendo manifestações pacíficas a todos os níveis, os suspeitos de atos ilícitos têm de ser investigados e os criminosos condenados o país precisa urgentemente de verdadeira abertura para a democracia e não essa mentira existente.

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