Satélite dos “ovos de ouro” talvez depois do (pai) Natal

O lançamento do AngoSat-1, o primeiro satélite (supostamente) angolano, previsto para 7 de Dezembro, no cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, foi adiado para 26 de Dezembro de 2017, informou o consórcio russo responsável pela construção, liderado pela RSC Energia.

Uma informação da RSC Energia refere que já foi concluída uma verificação pós-embarque das baterias de iões de lítio do satélite e as operações finais com o veículo de lançamento Zenit-2.

Não são contudo adiantadas explicações para este adiamento, tendo em conta o prazo anteriormente definido e divulgado pela empresa estatal russa RSC Energia, que garante apenas que o lançamento está agora “agendado para 26 de Dezembro de 2017”.

O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação de Angola, José Carvalho da Rocha, disse na segunda-feira que a preparação do AngoSat-1 está “na recta final”, mas escusou-se a avançar uma data concreta para o lançamento.

O lançamento tem sido sucessivamente adiado e chegou a estar previsto para Setembro último, sendo um projecto que estava avaliado, em 2013, em 37 mil milhões de kwanzas (cerca de 190 milhões de euros, à taxa de câmbio actual).

Embora ainda sem confirmação oficial de João Lourenço, tudo indica que, com o Angosat, o nosso país deixará de ter 68% da população afectada pela pobreza, ou a mais alta taxa de mortalidade infantil no mundo.

Provavelmente será também graças ao satélite que não mais se dirá que apenas um quarto da população tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade, ou que 12% dos hospitais, 11% dos centros de saúde e 85% dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, da falta de pessoal e de carência de medicamentos.

Do mesmo modo, com o Angosat não mais se afirmará que a taxa de analfabetos é bastante elevada, especialmente entre as mulheres, uma situação agravada pelo grande número de crianças e jovens que todos os anos ficam fora do sistema de ensino. Ou que 45% das crianças sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos.

Importa, contudo, não esquecer que primeiro satélite dito angolano, foi construído por um consórcio russo sob a égide do Presidente José Eduardo dos Santos, que também nesta matéria vai ficar nos anais de actividade espacial do país e do mundo.

Garantias dadas em 2014 pelo então Secretário do Estado das Telecomunicações, Aristides Safeca, revelavam que o satélite estaria pronto em 2016, para “depois ser lançado no espaço”. Na altura o mundo interrogou-se dizendo que não faria sentido lançar o satélite antes de ele estar pronto…. Mas, acrescentavam outros, com o regime do MPLA tudo é possível.

A precisão da data para o lançamento revela que é mesmo capaz de ser um satélite do regime. Já esteve previsto para 2015, depois para 2017, regressou a 2016 e agora volta a 2017.

O executivo prevê, com a entrada em funcionamento deste satélite, que o país possa fornecer serviços de suporte às telecomunicações electrónicas, incluindo a prestação de banda larga e de televisão.

Ao contrário do que pensavam os angolanos, não vai trazer comida, nem medicamentos, nem casas, nem escolas, nem respeito pelos direitos humanos. Importa, contudo, compreender que há prioridades bem mais relevantes. E o satélite é uma delas.

Segundo Aristides Safeca, uma autoridade na matéria, o AngoSat marca a entrada do país “numa nova era das telecomunicações, o que pressupõe a condução de um programa espacial que inclua, futuramente, o lançamento de satélites subsequentes”.

Recorde-se que foi no Conselho de Ministros de 25 de Junho de 2008 que foi aprovado o projecto de criação do satélite “AngoSat”.

Em comunicado, o Conselho de Ministros referiu nesse dia que foram aprovadas as minutas do contrato a celebrar entre o Ministério dos Correios e Telecomunicações de Angola e o consórcio russo liderado pela empresa “Robonex-sport”, tendo em vista a construção, colocação em órbita e operação do satélite angolano.

O projecto permitirá, já se dizia na altura, a disponibilização de serviços e o acesso internacional, de suporte e expansão da Internet de banda larga, de transmissão para os operadores de telecomunicações e também a disponibilização para suportar serviços de rede de televisão e de radiodifusão.

Em Dezembro de 2012, Aristides Safeca anunciara o lançamento para 2015, dizendo que o projecto seria financiado por um sindicato de bancos russos liderado pelo Ruseximbank e VTB.

Na altura foi dito que a construção estava a cargo de um consórcio russo liderado pela RSC, multinacional apresentada como tendo “larga experiência na produção de satélites e foguetões propulsores em programas internacionais como o Soyuz-Apollo”.

“Este Satélite é o primeiro e marca a entrada de Angola numa nova era das telecomunicações, o que pressupõe a condução de um programa espacial que inclua, futuramente, o lançamento de satélites subsequentes,” referiu em 2012 Aristides Safeca, coordenador do projecto.

“O projecto do AngoSat vai bem. Está dentro dos prazos estabelecidos e em Setembro de 2016 teremos o satélite pronto e princípios de 2017, o mais tardar no primeiro trimestre, teremos o satélite no ar”, afirmou Aristides Safeca, referindo que o Executivo estava, no domínio dos telecomunicações, a efectuar a procura e buscas de soluções adequadas para as telecomunicações, não só no meio urbano, mas também no meio rural.

Artigos Relacionados

One Thought to “Satélite dos “ovos de ouro” talvez depois do (pai) Natal”

  1. James Cameron

    Já é altura do angolano sentar o rabo na carteira e começar a estudar mais sobre o assunto. Acordem de uma vez por todas, não existe nenhum satélite geoestacionário orbitando o espaço sideral. Todo mundo sabe que aproximadamente 80 por cento das comunicações no mundo são conseguidas por meio da fibra óptica, que é a tecnologia de ponta para as telecomunicações. Se existem realmente mais de 3.000 satélites orbitando o espaço conforme nos foi dito, por que razão investe-se cada vez mais milhares e milhares de dólares para conectar os cinco continentes com fibra óptica (e isso no exterior tem sido motivo de muito questionamento). Pessoal acordem, parem e pensem, vivemos num mundo repleto de mentiras. Já chega da maior mentira contada ao povo angolano de que um menino havia morrido porque não queria mostrar a base dos seus guerrilheiros as tropas inimigas quando ia à escola (recuando no tempo, esse dia havia calhado num domingo, e todo mundo está careca de saber que não se estuda aos domingos. Pessoalmente fiquei a saber da verdade quando ainda estudava a quarta classe, isto no ano de 1988). Essa questão do satélite, é a segunda maior mentira contada ao povo angola, e o povo como é que nem o gado, nem sequer analisa as coisas, acredita em tudo que lhe é dito. Fomos doutrinados a obedecer sem questionar, felizmente a verdade está vindo a superfície. Deixo-vos um conselho, pesquisem mais sobre o assunto que irão ficar de queixo caído. Tenham mente aberta para poder entender o que forem encontrando, mas analisem fora da vossa zona de conforto. Abraços a todos e procurem sentar mais o rabo na carteira para estudar.

Leave a Comment