500 CASOS DE ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS

ANGOLA. O Instituto Nacional da Criança (INAC) de Angola já registou este ano cerca de 500 casos de abuso sexual de menores, contudo o número aponta para uma redução significativa comparativamente ao mesmo período de 2016.

Os dados foram hoje avançados pela directora do INAC, Nilza Batalha, à margem de uma palestra organizada pelo Ministério do Interior de Angola, para reflexão sobre o abuso sexual de crianças.

A responsável referiu que, fruto de maior divulgação de casos e informação das pessoas, regista-se essa redução significativa de casos que, em Junho de 2016, eram quase o dobro do registado no presente ano.

“Julgamos que hoje as pessoas têm muito mais informação, estão mais atentas, as próprias crianças estão atentas, estão a ser ensinadas dos comportamentos duvidosos, que não devem acompanhar pessoas estranhas”, referiu Nilza Batalha.

A directora do INAC sublinhou que, ainda assim, a situação “é preocupante”, apelando à vigilância de todos, sobretudo no seio familiar, onde são notificados maioritariamente esses casos, que atingem crianças até aos 12 anos.

“A maioria é no seio familiar, são com as pessoas em que as crianças mais confiam, são no local em que as crianças deviam ter mais segurança, onde se deviam sentir mais protegidas, é onde normalmente acontecem essas situações”, realçou.

Nilza Batalha sublinhou que a questão ultrapassa o abuso sexual de menores, referindo igualmente casos de violência sexual, onde se incluem o uso de crianças para prostituição.

“Aqueles casos de crianças que nos mercados têm acesso aos vídeos pornográficos, as crianças que são utilizadas como veículo para a prostituição. A situação é muito mais grave do que só falarmos do abuso sexual, temos uma abrangência muito maior”, disse.

Por sua vez, a inspectora-geral do Ministério do Interior, Margarida de Barros lançou o repto ao INAC para a criação de uma página nas redes sociais, com vista a despertar as crianças, com a participação de “entendidos na matéria”, sobre como se devem comportar e se defender de situações do género.

Margarida de Barros defende o uso dessas plataformas tecnológicas para uma abordagem “franca e aberta onde a participação de todos seja requerida”.

“Vamos mobilizar, chamar informáticos, educadores de infância, psicólogos, filósofos, psiquiatras, médicos, para socializar a questão e promover um debate, criando grupos de educação para crianças, para que elas saibam como comportar-se, que atitude devem tomar em situações que se encontrem constrangidas, como despertar as nossas crianças, como potenciar e orientar os pais e encarregados de educação”, avançou.

Em declarações à imprensa, à margem do evento, Margarida de Barros frisou que esta é a primeira palestra de um ciclo que o Ministério do Interior se propôs realizar, face à subida vertiginosa de crimes contra as crianças, em que se destacam ainda o trabalho infantil, a sua retirada das suas zonas de origem para trabalho doméstico em outras províncias.

Lusa

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