FLEC acusa as FAA de detenções arbitrárias e tortura

“Após as perdas humanas sofridas pelas Forças Armadas Angolanas (FAA) nas últimas semanas, as tropas angolanas estão a exercer violentas represálias contra a população civil de Cabinda em Buco-Zau, Miconje, Inhuca, Dinge e Necuto, onde multiplicam as detenções arbitrárias e torturas numa violação flagrante das Convenções de Genebra”, afirma a FLEC/FAC em comunicado.

Em comunicado enviado à Redacção do Folha 8, assinado pelo seu porta-voz, Jean Claude Nzita, a FLEC/FAV diz que “até 22 de Março de 2016 as acções de represálias das FAA provocaram 8 mortos e 21 feridos junto da população civil”, acrescentando que, “alegando procurarem militares da FLEC/FAC no dia 16 de Março de 2016 soldados das FAA saquearam várias casas na aldeia de Terra Nova no Necuto, incluindo a residência do pastor Kimbanguista, André Marcos Bianga, o qual foi detido e falsamente acusado de apoiar a FLEC/FAC, desconhecendo-se ainda hoje o seu paradeiro e estado de saúde”.

Neste contexto, “a FLEC/FAC apela também à intervenção urgente do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na protecção dos refugiados cabindas na República do Congo e na República Democrática do Congo”.

Isto porque, diz o comunicado, “cabindas instalados no campo de Seke-Zola na República Democrática do Congo foram raptados pelos serviços de segurança de Angola que operam sob o controle do general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, chefe da Casa Militar do Presidente da República de Angola, que ordenou às FAA para procederem ao repatriamento forçado dos refugiados naturais de Cabinda que acusam de serem militares e estarem envolvidos em actos de agressão contra Angola”.

A organização acrescente ainda que, “como meio de terminar a violência e represálias contra as populações civis de Cabinda, a FLEC/FAC reitera o seu apelo ao governo angolano para mostrar real vontade política, a fim de criar um ambiente de paz que conduza à organização de um diálogo genuíno, sincero e transparente”.

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